Como Funciona o Tratamento da Fibromialgia

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A fibromialgia é uma condição que pode se manifestar por todo o corpo, principalmente a musculatura. É comum que o indivíduo afetado sinta dores musculares no corpo inteiro, além de uma fadiga e cansaço inexplicável. Em casos mais severos, a fibromialgia pode até mesmo causar quadros de depressão. A boa notícia é que existe o tratamento, capaz de controlar os sintomas e aumentar a qualidade de vida do portador da doença.

 

Infelizmente, a fibromialgia não tem cura, já que se trata de uma doença crônica. Mas a combinação de terapias auxilia bastante no seu controle, evitando que a condição se agrave. Acompanhe a leitura para entender melhor sobre o tratamento, sintomas e causas da fibromialgia.

 

O que é fibromialgia?

 

A fibromialgia trata-se de uma síndrome não inflamatória que causa dor crônica em várias partes do corpo, como os tendões, articulações e musculatura. Além disso, ela também possui sintomas como a fadiga, ansiedade, alterações na concentração e no sono, entre diversos outros.

 

Além disso, quadros de depressão são bastante comuns em indivíduos que sofrem com a fibromialgia. Estima-se que a depressão está presente em 50% dos casos de fibromialgia, já que existe uma forte relação entre as dores crônicas e a depressão. 

 

A condição costuma ser mais comum em mulheres. Apesar da condição causar dor e fadiga, é possível manter uma vida normal, trabalhando e realizando as atividades do dia a dia. O tratamento existe justamente para auxiliar no alívio dos sintomas, proporcionando uma melhor qualidade de vida para o paciente.

 

Causas

 

Não existe uma causa específica conhecida para a fibromialgia. Porém, já existem algumas pistas do motivo para o desenvolvimento da doença, de acordo com alguns estudos sobre o tema. Os pacientes portadores de fibromialgia apresentam uma sensibilidade maior em comparação a quem não sofre com a condição.

 

Ou seja, é como se o cérebro dos pacientes com fibromialgia tivesse um “botão de volume” desregulado, ativando o sistema nervoso de uma forma mais ampla, fazendo com que a pessoa sinta mais dor. Dessa forma, qualquer estímulo doloroso tem a sua intensidade aumentada.

 

A condição pode surgir após eventos graves na vida do paciente, como um trauma físico, psicológico ou até mesmo uma infecção mais grave. Geralmente, ela se inicia com uma dor crônica em uma região do corpo específica, que passa a progredir e afetar outras regiões. Mas o motivo pelo qual algumas pessoas desenvolvem a condição e outras não, ainda é desconhecido. Mesmo que existam algumas pistas, não há comprovação.

 

Mas o que não se discute é a intensidade dos sintomas relatados pelos pacientes que sofrem com a fibromialgia. Alguns profissionais da saúde costumam dizer que toda dor é um alarme de incêndio no corpo, um sinal de um problema que ainda não foi resolvido. Porém, a fibromialgia funciona de uma forma diferente. É um alarme que dispara sem necessidade, colaborando para o surgimento de outros sintomas como a alteração do sono e do humor, fadiga, e como vimos acima, até mesmo quadros de depressão.

 

Sintomas

 

Os sintomas da fibromialgia são variáveis, assim como a sua intensidade. Mas alguns critérios podem auxiliar no diagnóstico. Conheça-os:

 

  • Dor por mais de 3 meses em todo ou qualquer parte do corpo, principalmente os músculos, tendões e ligamentos;
  • Presença de pontos dolorosos na musculatura (18 pré-estabelecidos);
  • Alterações no sono;
  • Fadiga e cansaço sem motivo aparente;
  • Quadro de depressão ou ansiedade;
  • Alterações intestinais;
  • Alterações cognitivas (falta de concentração ou de memória);
  • Dor que piora com o toque;
  • Tonturas;
  • Perda de libido;

 

Caso esteja apresentando sintomas, agende uma consulta com o seu médico de confiança para dar início ao processo de diagnóstico. 

 

Tratamento

 

O tratamento da fibromialgia costuma ser realizado por uma equipe média que engloba reumatologistas, fisioterapeutas, psicólogos e psiquiatras, já que os sintomas também incluem alterações cognitivas e psicológicas. As terapias utilizadas para tratar a condição são bastante amplas, e o profissional de saúde entra com um plano de tratamento adequado para cada paciente de acordo com as suas particularidades, por isso, pode variar bastante.

 

O acompanhamento psicológico é essencial para minimizar pensamentos negativos que o paciente pode estar tendo sobre a gravidade da condição, além de ajudar na prevenção de quadros de depressão, que são bastante comuns em pacientes que sofrem com a fibromialgia.

 

Quanto ao tratamento medicamentoso, é comum a utilização de medicamentos específicos de ação sobre o sistema nervoso, como antidepressivos e ansiolíticos. Drogas anticonvulsivantes, anti-inflamatórios e analgésicos também podem fazer parte do plano de tratamento, apesar de não serem eficazes para alguns pacientes.

 

O médico responsável prescreve os medicamentos de acordo com as particularidades de cada paciente, os sintomas relatados e a sua intensidade. É importante ressaltar que o paciente não deve se automedicar em nenhuma situação, já que a utilização do medicamento incorreto pode acabar agravando os sintomas. É essencial utilizar os medicamentos prescritos pelo profissional da saúde, com a frequência e doses indicadas.

 

Caso os medicamentos não estejam fazendo efeito, agende uma consulta com o médico para que ele possa entrar com um novo plano de tratamento. Associar o tratamento medicamentoso com a acupuntura também é uma excelente ideia.

 

Os tratamentos fisioterapêuticos também são extremamente benéficos para o alívio dos sintomas, já que diminuem os espasmos musculares, relaxam a musculatura e também melhoram a qualidade do sono do paciente. A fisioterapia é uma excelente aliada para o alívio das dores presentes na fibromialgia.

 

Realizar atividades físicas com frequência também faz parte do tratamento para a fibromialgia. Todo indivíduo portador da condição deve praticar alguma modalidade de exercícios físicos, e cabe ao paciente escolher a que possui preferência. As melhores são as atividades aeróbicas, e as atividades que fortalecem a musculatura. O paciente também pode conversar com o profissional da saúde para entender qual seria a melhor opção.

 

Algumas das atividades mais indicadas para os pacientes são o pilates, e exercícios embaixo da água, como a hidroterapia. A hidroterapia consiste na realização de exercícios em meio aquático aquecido entre 30°C a 34°C, e tais exercícios favorecem o relaxamento muscular, diminuindo a dor e a rigidez.

 

Já o pilates trabalha o corpo como um todo, já que corrige a postura, realinha as articulações e músculos, e promove a estabilidade corporal. A execução dos exercícios também conta com a ativação da força, trabalhando a musculatura e a respiração.

 

Mas é claro que o paciente deve sempre respeitar os seus limites físicos, já que excedê-los possui o risco de apresentar o efeito contrário ao desejado, podendo agravar os sintomas. 

 

Após o diagnóstico, quanto antes o tratamento for iniciado, melhor. Dessa forma, o paciente impedirá a progressão da doença, além de aliviar os sintomas para que eles não os atrapalhem nas atividades do dia a dia.

 

Diagnóstico

 

Além da causa não especificada, o grande problema da fibromialgia é que a condição não é detectada com exames de imagem ou laboratoriais, apesar da sua vasta gama de sintomas. As biópsias realizadas nos músculos, articulações e tendões também não detectam nenhuma infecção, inflamação ou lesão neurológica no paciente, ou qualquer alteração estrutural.

 

Por isso, a fibromialgia por muito tempo foi considerada uma condição psicossomática para algum transtorno mental, e só passou a ser reconhecida como uma patologia física por volta do ano de 1987. 

 

Como os exames de imagem não são capazes de detectar a condição, eles são utilizados apenas para descartar outras condições que apresentam sintomas parecidos com os da fibromialgia, como a artrite reumatóide.

 

Infelizmente, o mais comum é que a maioria dos pacientes convivam com a condição por anos sem um diagnóstico preciso, o que acaba acarretando o sentimento de rejeição médica no paciente, que pode desistir do tratamento. 

 

Além de que, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, mais eficaz ele será, melhorando a qualidade de vida do paciente para que ele consiga conviver bem com a condição. E quando o diagnóstico não é realizado e o tratamento não é iniciado, a condição progride cada vez mais, tornando os sintomas mais intensos, o que aumenta bastante a chance do paciente acabar desenvolvendo problemas psicológicos.

 

É por isso que é importante prestar atenção nos sintomas e se informar melhor sobre a condição, para poder levar essa suspeita para o seu médico de confiança e realizar o diagnóstico o quanto antes, para já dar início ao tratamento e impedir que a condição atrapalhe muito a sua qualidade de vida.

 

E, mesmo após o diagnóstico, é importante sempre manter um acompanhamento médico frequente, até mesmo para acompanhar a efetividade do tratamento.

 

Fatores de risco

 

Apesar da causa da fibromialgia não ser conhecida, algumas similaridades são notadas pelos profissionais da área. A condição costuma se apresentar com mais frequência em mulheres entre 20 e 50 anos, e pessoas com histórico familiar também apresentam uma maior predisposição a apresentar a síndrome.

 

Conclusão

 

A fibromialgia é uma condição que pode diminuir bastante a qualidade de vida dos pacientes portadores, e que, infelizmente, permanece sendo um mistério para a medicina. Mas é importante se atentar aos sintomas e sempre procurar auxílio médico para receber um tratamento eficaz, e que devolva a sua qualidade de vida.

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