Síndrome Dolorosa Regional Complexa
A síndrome dolorosa complexa regional (SDCR) é uma condição que causa dor crônica, inflamação e alterações sensoriais, motoras e autonômicas em um membro após uma lesão. Existem dois tipos de SDCR: o tipo I, que ocorre sem lesão nervosa evidente, e o tipo II, que ocorre com lesão nervosa evidente. A causa da SDCR não é totalmente conhecida, mas envolve uma disfunção do sistema nervoso simpático e uma sensibilização dos receptores de dor. A SDCR pode afetar a qualidade de vida dos pacientes e requer um tratamento multidisciplinar que inclui medicamentos, fisioterapia e bloqueios nervosos
A doença causa dor intensa e prolongada normalmente desproporcional à lesão original.
Essa condição costuma ocorrer após uma lesão na mão, braço, pé ou perna, geralmente por conta de um trauma. Ocorre com mais frequência em adultos jovens, principalmente em mulheres.
Sintomas
Conheça alguns dos sintomas comuns da síndrome dolorosa regional complexa:
Dor intensa e persistente;
Sensação de queimação no local da lesão;
Sensação de formigamento;
Vermelhidão no local da lesão;
Sensibilidade ao toque;
Sudorese ou pele ressecada;
Inchaço abaixo da região da lesão;
Contraturas articulares;
Fraqueza;
Distonia;
Perda de massa muscular;
Perda óssea;
Mudança na cor da pele;
Mudança na temperatura;
Queda de pelos na região afetada;
Os sintomas podem variar significativamente de paciente para paciente. Caso esteja apresentando algum sintoma, consulte um médico para realizar uma avaliação.
A dor presente na síndrome pode se agravar com alterações no ambiente (como em tempo frio) ou com o estresse (como noite sem dormir).
A síndrome, quando não tratada, pode desencadear problemas psicológicos como a depressão e a ansiedade. E é por isso que é essencial consultar um médico, para dar início ao tratamento.
Causas
A doença é causada em mais de 90% dos casos por um trauma com lesão visível, ou não, do tecido nervoso. Ele afeta as fibras nervosas sensoriais mais finas, que não possuem bainha de mielina, naquela região. Essas fibras são responsáveis por transmitir informações de dor, coceira e temperatura (quente ou frio), e por controlar o fluxo de sangue nos vasos sanguíneos da região afetada. Sua lesão e, consequentemente, mau funcionamento é a causa dos sintomas da doença descritos acima.
O que leva a síndrome a se desenvolver em determinados pacientes ainda não está claro. Pois diversos pacientes com traumas semelhantes acabam por não desenvolver a condição.
As lesões mais comuns que podem levar ao surgimento da síndrome dolorosa regional complexa são:
Fraturas;
Incisões cirúrgicas;
Ruptura dos tecidos conjuntivos;
Queimaduras ou cortes;
Imobilização dos membros (como a utilização de gessos);
Penetrações, como uma picada de agulha;
Pequenos coágulos;
Em raros casos, uma infecção ou tumor podem levar ao seu desenvolvimento.
Diagnóstico
O diagnóstico é essencial para dar início ao tratamento, que pode diminuir significativamente a quantidade e a intensidade dos sintomas. Para a realização do diagnóstico, é necessária uma avaliação clínica.
A síndrome é diagnosticada quando os pacientes apresentam os critérios de Budapeste. Eles são divididos em 4 categorias, e o paciente deve apresentar sintomas de pelo menos 3 categorias.
Conheça as categorias:
Sensorial. Quando o paciente apresenta hiperestesia (sensibilidade excessiva a toques, capaz de transformar sensações normais em dolorosas) ou alodinia.
Vasomotor. Trata-se das alterações na cor da pele ou alterações de temperatura.
Sudomotor ou edema. Quando o paciente apresenta sudorese ou um inchaço abaixo da região da lesão inicial.
Motora. Fraqueza, temor, distonia, ou queda de pelo.
O médico responsável também deve descartar outras síndromes semelhantes que possam estar simulando os sintomas da síndrome dolorosa regional complexa. Ou seja, o diagnóstico é clínico e por exclusão. Após uma análise aprofundada sobre os sintomas apresentados pelo paciente, a confirmação é realizada, e ele pode iniciar o tratamento.
Outra informação importante é que quanto mais rápido o estabelecimento do diagnóstico e tratamento, melhor o prognóstico da doença. Portanto, procure seu médico o mais rápido possível.
Tratamento
Os casos mais leves costumam se recuperar por conta própria. E, assim como diversas outras condições, o tratamento é mais eficaz quando a síndrome é diagnosticada de forma precoce. Portanto, os casos mais recentes possuem uma maior chance de uma recuperação.
Os tratamentos mais comuns para a síndrome dolorosa regional complexa são:
Medicamentos
O tratamento medicamentoso é bastante eficaz, costumam ser utilizados remédios para a dor neuropática, como os antidepressivos, anticonvulsivantes e corticoides. Os analgésicos opióides também podem ser úteis.
É importante destacar que a síndrome pode se manifestar de maneira significativamente diferente de paciente para paciente. Isso significa que os sintomas variam bastante, assim como o plano de tratamento para cada um.
Portanto, não se automedique. Apenas o médico responsável saberá qual é o medicamento adequado para o seu caso, que suprirá as suas necessidades. A medicação por conta própria pode atrapalhar o tratamento, agravando os sintomas da condição e a sua intensidade.
Utilize apenas os medicamentos prescritos pelo profissional da saúde, com a dose e frequência recomendadas.
Fisioterapia
A fisioterapia é parte importante do tratamento da SDCR. A fisioterapia ajuda a melhorar a dor, a inflamação e as alterações sensoriais, motoras e autonômicas no membro após a lesão. Também ajuda a melhorar a mobilidade e a qualidade de vida dos pacientes. Alguns outros objetivos da fisioterapia são:
- Fazer com que as pessoas movimentem a parte dolorosa para evitar que os músculos se tornem atrofiados
- Manter e/ou aumentar a amplitude de movimento e ajudar a evitar que se forme tecido cicatricial ao redor das articulações não utilizadas
- Dessensibilizar a parte afetada pela SDCR, reduzindo a sensibilidade ao toque e à temperatura
- Estimular a circulação sanguínea e a cura dos tecidos lesionados
- Fortalecer os músculos e melhorar o equilíbrio e a coordenação
- Educar os pacientes sobre a SDCR e como lidar com a dor e o estresse
- Prevenir ou reverter as complicações da SDCR, como contraturas, osteoporose, infecções e depressão
Ela auxilia na reabilitação do membro afetado, prevenindo futuras consequências e aliviando bastante o sintoma da dor. A fisioterapia é uma opção maravilhosa de tratamento para dores crônicas e intensas.
Além disso, um sintoma muito comum da síndrome, presente na maioria dos pacientes, é a sensibilidade excessiva a qualquer toque, fazendo com que um toque normal pareça doloroso. E a fisioterapia auxilia o paciente na sua percepção corporal, promovendo a sensibilidade física normal.
A síndrome pode causar estresse e problemas psicológicos como a depressão ou ansiedade, devido aos seus sintomas bastante desagradáveis, que afetam a qualidade de vida do paciente. E a fisioterapia, além de proporcionar diversos benefícios para o corpo físico, também beneficia a saúde mental, promovendo a sensação de calma e alívio.
É uma ótima opção também para tratar o edemas, que são alterações bem comuns. Existem massagens e exercícios fisioterápicos que reduzem o inchaço, e previnem o surgimento de novos inchaços, removendo a tensão presente na região.
O tratamento tem como objetivo que o possa realizar as suas atividades de rotina sem dificuldades, reduzindo a quantidade e a intensidade dos sintomas. Portanto, vale a pena investir em sessões de fisioterapia.
Psicoterapia
Os pacientes que possuem a síndrome dolorosa regional complexa possuem uma maior propensão ao desenvolvimento de problemas psicológicos como a depressão e a ansiedade, além do estresse pós-traumático.
A psicoterapia é uma forma de tratamento que visa a ajudar as pessoas com síndrome dolorosa complexa regional (SDCR) a lidar com a dor crônica, a inflamação e as alterações sensoriais, motoras e autonômicas que afetam a qualidade de vida e a função do membro lesionado.
A psicoterapia pode oferecer benefícios em reduzir o sofrimento emocional causado pela doença, atuando em questões como ansiedade, depressão, medo, raiva e frustração. Aumento da autoestima. Ela pode melhorar as habilidade de enfrentamento e de resolução de problemas dos pacientes portadores da doença.
Indivíduos que sofrem com dores crônicas possuem risco maior ao desenvolvimento da depressão e a psicoterapia ajuda nos transtornos psicológicos, como depressão e estresse pós-traumático, associados à SDCR.
A psicoterapia pode envolver diferentes abordagens e técnicas, como terapia cognitivo-comportamental e de aceitação. A escolha de cada tipo depende das características de cada paciente e do psicólogo assistente.
Por isso, quando o paciente recebe o diagnóstico da síndrome, é fundamental manter um acompanhamento psicológico para evitar transtornos mais graves e que influenciam negativamente a sua qualidade de vida.
Estimulação da medula espinhal
Os eletrodos medulares são uma forma de tratamento que consiste no implante de dispositivo que estimula eletricamente a medula espinhal na região acometida pela doença. Esse eletrodo produz um estímulo que ajuda a bloquear as sensações de dor e a normalizar a sinalização na medula espinhal e no cérebro, reduzindo a inflamação e a sensibilidade anormal.
Seu implante está indicado para pacientes que não respondem bem aos tratamentos convencionais, como medicamentos, fisioterapia e bloqueio simpático. O objetivo é melhorar a qualidade de vida e a função do membro afetado pela SDCR.
O uso do eletrodo medular é muito recente e, portanto, uma novidade no tratamento da doença. Por isso, converse com o seu médico de confiança para que ele possa te responder qual seria o tratamento mais efetivo para o seu caso, de acordo com as suas particularidades e necessidades.
Bombas de infusão espinhal
As bombas de infusão espinhal são dispositivos implantados para o fornecimento de medicamentos para o alívio da dor e são infundidos diretamente no fluido que banha as raízes nervosas, o líquor.
Os medicamentos mais comuns são misturas de opióides e anestésicos locais. As doses podem ser mais baixas, pelo fato dos medicamentos não se espalharem e nem afetarem outras regiões do organismo.
Dessa forma, o tratamento possui uma eficácia maior, e menos efeitos colaterais.
Terapias alternativas
Como a síndrome é caracterizada por dores prolongadas e bastante intensas, o paciente pode experimentar algumas terapias alternativas para o controle do sintoma, como a acupuntura.
A acupuntura caracteriza-se pela inserção de agulhas finas em determinadas regiões do corpo, que promovem a sensação de bem-estar, e aliviam o sintoma da dor de forma eficaz.
Além disso, o tratamento também pode promover a sensibilidade normal da região da lesão, já que um dos sintomas da síndrome é a sensibilidade aguçada, capaz de transformar toques normais em toques dolorosos.
Tudo isso ocorre porque a inserção dessas agulhas presente na técnica da acupuntura estimula terminações nervosas na pele e em outros tecidos, enviando mensagens ao cérebro, e gerando a ação anti-inflamatória e analgésica no corpo.
Portanto, é uma técnica bastante benéfica para o bem-estar do paciente, além de reduzir a intensidade de diversos sintomas da síndrome.
Mesmo caso o paciente já tenha tentado realizar diversos tratamentos para a síndrome, e ainda assim não obteve resultados, é fundamental ajustar o tratamento e manter o acompanhamento regular com seu médico. A resposta de cada indivíduo varia ao longo do tempo e o médico da dor é o profissional mais capacitado para realizar os ajustes necessários com foco na qualidade de vida do paciente.
Bom dia estou com neuropatia não aguento mais tanto sofrimento dormência e queimação dores nos pés e pernas pode me ajudar por favor estou com depressão profunda ansiedade generalizada não consigo um médico que consiga me ajudar obrigada.