Anti-inflamatórios e seu Uso na Dor
Todos já utilizaram um anti-inflamatório em algum momento da vida. Com o passar dos anos, isso vai se tornando mais comum, devido às dores que ocorrem no nosso cotidiano. Os anti-inflamatórios são medicamentos essenciais para se ter em casa.
Eles são responsáveis por diminuir a produção de substâncias inflamatórias no corpo, como o seu nome já sugere. A inflamação é uma resposta do sistema imunológico a uma lesão nos tecidos. Logo, o fluxo sanguíneo na região aumenta, assim como a chegada de células do sistema imunológico para a região lesionada.
Os anti-inflamatórios reduzem ou impedem essa reação do sistema imunológico, prevenindo sintomas da inflamação, como o calor e rubor. Também apresentam ação analgésica, e são indicados para vários tipos de dores, como dor de garganta, de cabeça, dor muscular e também as cólicas menstruais. Além de poderem ser utilizados para abaixar a febre.
Existem diversos tipos de anti-inflamatórios, e cada um é mais indicado para demandas e situações específicas. Para entender melhor sobre as suas diferenças, acompanhe a leitura:
Tipos de anti-inflamatórios
Os anti-inflamatórios são divididos em dois grupos. São os esteróides e não-esteróides. Os medicamentos não-esteróides, como o ibuprofeno, costumam ser indicados pelo médico em caso de inflamações, febre e dores leves ou moderadas, e problemas simples como a artrose e a artrite reumatoide.
Podem também ser utilizados após um procedimento cirúrgico, para aliviar os sintomas desagradáveis durante a recuperação. Os anti-inflamatórios não-esteróides são umas das classes de medicamentos mais vendidas no mundo.
Já os anti-inflamatórios esteroides, como a cortisona e prednisona, são indicados para a asma, doenças autoimunes como o lúpus, e outras situações.
Podem também ser utilizados em casos de rinite e conjuntivite alérgica, por possuírem ação imunossupressora. Também possuem ação analgésica. Mas, no geral, são medicamentos mais fortes, e por isso, o seu uso deve ser moderado.
E é importante destacar que a utilização de ambos os tipos de anti-inflamatórios deve ser realizada apenas com prescrição médica. Apenas o profissional da saúde pode indicar a prescrição correta para cada caso.
Anti-inflamatórios não esteróides
Conheça os principais anti-inflamatórios não esteróides:
- Ibuprofeno
O Ibuprofeno é um dos anti-inflamatórios não esteróides mais conhecidos e utilizados, e ele é indicado para o alívio da febre, dores de cabeça, dores musculares, dores de dente, enxaqueca, cólica menstrual e artrite reumatóide.
Ele pode ser encontrado em gotas, comprimidos, cápsulas e suspensão oral.
O medicamento é contraindicado para alérgicos, pacientes com asma, insuficiência hepática, renal ou cardíaca, úlcera, que possuem sangramento no estômago, e também não deve ser usado por bebês com menos de 6 meses.
- Ácido acetilsalicílico
Anti-inflamatório indicado para o tratamento da inflamação, e o alívio da dor leve ou moderada. Pode ser utilizado nos casos de artrite, enxaqueca, dor de garganta, cólica menstrual e também para abaixar a febre.
O ácido acetilsalicílico, em baixas doses, pode ser utilizado como antiagregante plaquetário. Afinal, ele inibe a agregação plaquetária, reduzindo o risco de infarto agudo do miocárdio, além de prevenir o AVC e trombose em pacientes que apresentam fatores de risco.
Ele deve ser usado por via oral, e o médico deve prescrever as doses adequadas.
O medicamento é contraindicado para gestantes, alérgicos, pacientes com tendência a sangramentos ou crises de asma decorrentes do uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteróides, pacientes que utilizam remédios anticoagulantes, ou que possuem insuficiência renal, hepática ou cardíaca grave.
- Nimesulida
Anti-inflamatório indicado para aliviar diversos tipos de dores, como a dor de garganta, de cabeça e cólicas menstruais, além de proporcionar alívio da inflamação e febre. Também pode ser indicado para casos de dor nos tendões, ligamentos, músculos e articulações, quando utilizada na forma de gel ou pomada.
Pode ser encontrado na forma de comprimido, cápsula, solução gotas, gel ou pomada.
O medicamento é contraindicado para crianças menores de 12 anos, alérgicos, gestantes, mulheres que estão amamentando, pacientes que possuem úlcera ou sangramento gástrico ou intestinal, problemas de coagulação sanguínea, insuficiência renal, cardíaca ou hepática, asma ou rinite.
Anti-inflamatórios esteróides (corticóides)
Conheça os principais anti-inflamatórios esteróides:
- Dexametasona
Indicada para tratar problemas decorrentes de alergias e inflamações agudas ou crônicas, como distúrbios reumáticos, da pele, oculares, glandulares, pulmonares, gastrointestinais e sanguíneos. Proporciona alívio da dor causada por alguma dessas condições.
Pode ser encontrada na forma de comprimidos, de medicação injetável, elixir, ou creme dermatológico.
O medicamento é contraindicado para pacientes com infecções fúngicas sistêmicas, alérgicos e pacientes que recentemente tomaram vacinas com vírus vivos. Quanto às gestantes ou mulheres que estão amamentando, é necessário consultar um médico para saber se pode utilizar o medicamento.
- Prednisolona
Anti-inflamatório indicado para tratar reumatismo, artrite reumatoide ou psoriática, desequilíbrios hormonais, lúpus eritematoso sistêmico, cardite reumática aguda, asma, dermatites, além de alguns tipos de câncer.
Os seus principais objetivos são reduzir a dor, calor, rubor e edema. Agindo também como imunossupressor em casos de alergias.
Pode ser encontrado em forma de comprimidos, suspensão oral ou gotas.
O medicamento é contraindicado para alérgicos a algum dos seus componentes, pacientes que possuam infecções por fungos ou outras infecções sistêmicas não controladas, além de gestantes e mulheres que estão amamentando.
- Betametasona
Indicado para tratar problemas de saúde que afetam a pele, mucosas, músculos, ossos ou sistema respiratório. Como a dermatite, urticária, dor ciática, asma, artrite reumatóide, lúpus, entre outros.
Na artrite reumatóide, o alívio das dores articulares, rigidez, inchaço e amolecimento passa a ser percebido dentro de 24 a 48 horas após o início do tratamento medicamentoso com a Betametasona.
Ela pode ser encontrada na forma de comprimido, pomada, creme, solução tópica ou medicação injetável.
O medicamento é contraindicado para crianças, gestantes, mulheres que estão amamentando, pacientes com infecção ativa ou sistêmica, e alérgicos.
Por que não se automedicar?
Os anti-inflamatórios são medicamentos que mantemos guardados dentro de casa, pois são úteis em diversas situações. Mas apesar da sua utilização parecer algo simples, é preciso tomar diversos cuidados com a sua utilização.
Esses medicamentos são utilizados com uma maior frequência por pacientes que possuem artrite, artrose, ou condições que geram dores intensas e frequentes. São grandes aliados de indivíduos que sofrem com as dores crônicas.
O problema é quando o seu uso se torna exagerado. Os anti-inflamatórios aliviam a dor de forma efetiva, fazendo com que alguns pacientes o utilizem mais do que o necessário. E o uso exagerado desses medicamentos pode causar graves efeitos colaterais. Como por exemplo, gastrite, úlceras, insuficiência renal e hepatite medicamentosa.
Por isso, o adequado é utilizar o medicamento apenas com prescrição médica. E isso vale não apenas para os anti-inflamatórios, mas para todos os outros medicamentos. O profissional da saúde é quem decide a dosagem, frequência correta do medicamento e duração do tratamento, e isso varia de paciente para paciente, de acordo com a sua condição.
Os anti-inflamatórios, principalmente os não-esteróides, são umas das classes de fármacos mais utilizadas como automedicação pela população. E é por isso que é essencial se atentar aos riscos e perigos da utilização desenfreada.
Também é importante salientar que os anti-inflamatórios, apesar de serem fármacos muito utilizados e relativamente seguros, possuem efeitos colaterais que devem ser considerados antes da sua utilização.
O uso do medicamento sem orientação médica é ainda mais contraindicado para os seguintes grupos: idosos, gestantes, pacientes portadores de doenças renais ou cardiovasculares, pacientes com hipertensão, histórico de úlcera péptica ou gastrite, e pacientes medicados com varfarina.
Efeitos colaterais dos anti-inflamatórios
Existem diversos efeitos colaterais dos anti-inflamatórios que devem ser considerados, além de que a sua interação com outros medicamentos, em alguns casos, pode não ser uma boa ideia.
Portanto, antes da utilização, converse com um médico especialista sobre o seu problema e faça uma lista de todos os medicamentos que está utilizando no momento, para que ele possa te responder se eles podem ser combinados ao uso dos anti-inflamatórios.
Conheça os seus efeitos colaterais:
- Agravamento da hipertensão;
- Hepatite medicamentosa;
- Reações alérgicas;
- Agravamento de doenças cardiovasculares;
- Agravamento de problemas renais;
- Redução da ação dos diuréticos;
- Aumento do risco de doenças cardiovasculares;
Caso apresente qualquer sintoma incomum após a utilização de um anti-inflamatório, consulte um médico para investigar a causa. Diversos pacientes possuem alergia a alguns dos componentes presentes nos anti-inflamatórios, causando um mal estar após a utilização do medicamento.
O que fazer quando o tratamento medicamentoso não funcionar?
Os medicamentos anti-inflamatórios são ótimos aliados em casos de dores agudas ou crônicas, e costumam ser bastante efetivos. Porém, em alguns casos, o tratamento medicamentoso não é o suficiente para proporcionar alívio da dor.
Caso a prescrição do seu profissional de saúde não tenha funcionado para alívio do sintoma, realize uma consulta o quanto antes para explicar o seu problema. O médico responsável pode realizar uma prescrição um pouco mais forte, ou indicar outros tipos de tratamento.
A dor crônica, por exemplo, pode não melhorar com a utilização de medicamentos e com o tratamento fisioterápico. E, em último caso, a cirurgia pode ser uma boa opção para o alívio da dor.
Apenas o médico poderá te indicar a melhor opção de acordo com as suas particularidades e necessidades, e identificar a causa da dor. Portanto, agende uma consulta com o seu médico de confiança.