Medicamentos e Tratamentos para Enxaqueca – Quais são os mais indicados?

 em Blog, Cefaleias

A enxaqueca é uma doença frequente e cuja dor é de grande intensidade. Muitas vezes, é acompanhada de sensibilidade à luz e sons, náuseas e vômitos. A enxaqueca é uma doença neurológica, cujo principal sintoma é a dor de cabeça e que pode ser desencadeada por alguns gatilhos, como alterações hormonais, falta de sono, exercícios físicos, alguns alimentos, entre outros. Aqui você pode saber mais sobre esta doença.

Ela pode afetar um ou ambos os lados da cabeça, e a dor normalmente varia de moderada a intensa. É uma doença crônica neurológica, e normalmente tem associação familiar. Infelizmente, não há cura para a enxaqueca, mas existem remédios e tratamentos que podem ser utilizados para aliviar a dor e reduzir a quantidade e gravidade das crises de enxaqueca.

Elas podem ter início em qualquer idade, mas na maioria das pessoas, começa na vida adulta, e são mais comuns em mulheres. E tem uma tendência a diminuir ou desaparecer com o envelhecimento, a partir dos 50 anos, aproximadamente. Aqui você pode saber mais como diferenciar uma enxaqueca de uma dor de cabeça comum.

 

Medicamentos para a Enxaqueca

 

É essencial consultar um neurologista ou médico da dor para que ele avalie seus sintomas e a frequência das suas crises para que seja prescrito um tratamento ideal e individualizado para sua enxaqueca. O tratamento sempre deve ser realizado sob acompanhamento médico.

Acompanhe os medicamentos mais comuns para a enxaqueca abaixo:

 

  • Analgésicos ou anti-inflamatórios: são indicados para abortar uma crise de enxaqueca. São os medicamentos “de entrada” no tratamento abortivo. Muitas vezes não “carregam o piano” sozinhos, mas atuam muito bem em associação com outras medicações. Aspirina, ibuprofeno e paracetamol são os mais comuns, e eles também podem ser tomados em alternância. Os analgésicos que contém cafeína também são ótimos para as crises de enxaqueca. Mas é preciso tomar cuidado, abuso de analgésicos, em frequência e doses elevadas, pode levar a um quadro de dor em rebote, com persistência e piora das crises. Se você perceber que esses medicamentos estão sendo utilizados de forma abusiva, procure um médico para ajustar seu tratamento abortivo. Essa dor é chamada de cefaleia de rebote. Por isso, é importante sempre manter um acompanhamento médico, para que o profissional da saúde possa indicar as doses certas das medicações.

 

  • Triptanos: eles são utilizados em crises mais graves, assim que o indivíduo sente que elas estão iniciando. Esse tipo de medicamento serve para evitar que os nervos liberem substâncias que possam provocar a cefaleia. Ou seja, cortam o problema pela sua raiz de forma eficaz. Os mais usados são: o Zomig, Naramig e Sumax. Uma desvantagem dos triptanos é que possuem efeitos colaterais como alterações na pressão arterial e na frequência cardíaca. Portanto, seu uso deve ser sempre prescrito pelo médico. Lembrando também que é essencial conversar com um médico antes de tomar qualquer medicamento.

 

  • Antieméticos: eles são mais focados em reduzir a sensação de náusea causada pelas enxaquecas, mas não aliviam os demais sintomas, e é por isso que são utilizados em combinação com outros medicamentos. O mais comum é a Metoclopramida, também conhecido como Plasil. São ótimas opções para quem não pode tomar triptanos.

 

  • Opióides: geralmente são utilizados pelas pessoas que não podem tomar os triptanos, pelas suas contraindicações ou que tenham dores muito intensas. Não são utilizados como primeira linha no tratamento de resgate.

 

  • Gepantos: eles atuam bloqueando uma proteína no sangue que é responsável por desencadear a enxaqueca. São mais utilizados para prevenir as crises de enxaqueca, do que para remediar. Os mais comuns são o rimagepanto e o ubrogepanto.

 

  • Corticóides: os corticóides como prednisona ou dexametasona também são utilizados para as fases agudas da enxaqueca. Normalmente, são utilizados em combinação com outros medicamentos.

 

Além dos remédios utilizados para interromper a enxaqueca e aliviar a dor, existem também os medicamentos focados em prevenir que as crises venham a aparecer. São eles:

 

  • Antidepressivos. Eles previnem de forma eficaz as crises de enxaqueca, apesar de não se saber exatamente qual é o mecanismo de ação desses medicamentos para essa finalidade. Supõe-se que seja pela ação dos neurotransmissores sobre as vias do cérebro moduladoras da dor.

 

  • Remédios usados em doenças cardiovasculares. Como o verapamil, propranolol ou timolol.

 

  • Anticonvulsivos. Eles atuam reduzindo a frequência das enxaquecas, e os mais comuns utilizados para este fim são o valproato e topiramato.

 

  • Betabloqueadores:  Também um tipo de medicamento utilizado no tratamento de doenças do coração. O propranolol é o mais conhecido desse grupo. Eles podem ser utilizados na prevenção de enxaqueca. Alterações na frequência do consumo desses medicamentos podem piorar uma crise de enxaqueca das pessoas que já os utilizam para outras finalidades e é por isso que é tão importante manter um acompanhamento médico. O profissional da saúde deve te instruir sobre a maneira certa de utilizar os medicamentos. 

 

Uma ótima forma de auxiliar no tratamento preventivo das cefaleias é manter um “diário de enxaqueca”. Ou seja, você anota os gatilhos que você acredita que podem ter te levado a uma crise de enxaqueca naquele dia, e a intensidade daquela crise. Isso pode ajudar o seu médico de confiança a entender mais as suas crises, para poder indicar os melhores tratamentos ou medicamentos de acordo com as suas particularidades.

 

Outros Tratamentos para Enxaqueca

 

Além dos medicamentos, existem diversos tratamentos que podem te ajudar a diminuir a frequência e a intensidade das crises de enxaqueca.

 

Veja abaixo os mais indicados:

 

  • Técnicas de relaxamento. Como o yoga, a meditação, exercícios de respiração, etc.

Mudanças na rotina alimentar. Existem alguns alimentos, em que se acredita que podem gerar crises de enxaqueca, ou piorar as que já estão ocorrendo. Como as bebidas com cafeína, as bebidas alcóolicas, o chocolate, carnes processadas, alimentos com glúten… 

Você também pode anotar no diário de enxaqueca os alimentos que você acredita que estão afetando as suas crises. Pois cada organismo se comporta de uma forma diferente. Tente reduzir o consumo de tais alimentos.

 

  • Alteração no estilo de vida. Você pode cortar alguns hábitos que podem ser gatilhos para uma nova crise de enxaqueca. Como evitar as luzes fortes, dormir bem e pela quantidade ideal de horas por noite, evitar o fumo, evitar situações estressantes, e, principalmente, realizar atividades físicas frequentemente. As atividades físicas aumentam a serotonina, reduzindo o estresse e a tensão. São ótimas para uma boa saúde cardiovascular e neurológica.

 

  • Bloqueios. Os bloqueios consistem na injeção de anestésicos nos nervos com objetivo de “bloquear” o funcionamento deles. Os bloqueios são utilizados no tratamento de diversos tipos de doenças. Falamos um pouco sobre eles aqui. No caso da enxaqueca, os bloqueios são feitos em alguns nervos da cabeça. O objetivo é  “reiniciar” o funcionamento do nervo e interromper a crise. Esse tipo de abordagem pode ser utilizada nos casos de pacientes em estado enxaquecoso, em que o paciente permanece em crise por dias ou que não anda respondendo à medicação abortiva. São programados sessões até que o paciente apresente redução na frequência das crises.

 

  • Acupuntura. Ela pode ser tão eficaz quanto os medicamentos para reduzir os sintomas das crises de enxaqueca. É caracterizada pela inserção de agulhas na pele, com a finalidade de estimular e desbloquear pontos energéticos específicos do corpo responsáveis por gerar a enxaqueca. Ela libera endorfina, substância que funciona como um analgésico natural, diminuindo os sintomas de dor, estresse, e proporcionando uma sensação de relaxamento.

 

Causas da Enxaqueca

 

Muitos possuem dúvidas sobre as causas da enxaqueca. Ela ocorre normalmente nas pessoas que possuem um sistema nervoso mais sensível do que outras, onde as células nervosas são facilmente estimuladas. Dessa forma, essas células produzem atividades elétricas que se espalham pelo cérebro, perturbando diversas funções, como a visão, a sensação e a fala. Ocorrendo, então, o quadro da enxaqueca.

Como dito na introdução, as crises de enxaqueca são muito mais comuns nas mulheres. Alguns médicos e estudiosos acreditam que isso ocorra quando os estrógenos, principais hormônios femininos, aumentam os seus níveis. E isso acontece principalmente durante a puberdade, e pode ser por isso que a enxaqueca é mais comum em mulheres jovens do que em homens jovens.

Um fato que pode confirmar essa teoria é que a enxaqueca durante a gravidez, reduz no último trimestre, que é quando os níveis de estrógeno estão mais estáveis. E as crises pioram quando há alterações repentinas dos níveis desse hormônio.

Alguns contraceptivos orais possuem altos níveis de estrógeno, e o seu uso pode gerar ou piorar as crises de enxaqueca.

A enxaqueca também pode ser genética, e estar presente em diversos membros de uma mesma família. 

 

Como é realizado o diagnóstico? E como saber qual o medicamento ideal para mim?

 

O diagnóstico é realizado apenas por avaliação médica, e apenas profissionais da saúde podem receitar medicamentos ou indicar tratamentos. Se auto medicar pode piorar ainda mais as crises de enxaqueca, além de aumentar a sua frequência. Por isso, nunca tente descobrir sozinho o que fazer nessas situações.

O acompanhamento médico é essencial para um tratamento efetivo e a 

diminuição da intensidade das crises. Caso esteja suspeitando de enxaqueca crônica, consulte um médico para entender melhor o que está acontecendo, e quais são as suas opções.

Nenhum dos medicamentos descritos ao longo desse conteúdo deve ser utilizado sem a orientação de um profissional da saúde.

Pois cada organismo funciona de uma forma distinta, e contém suas particularidades. Algumas pessoas não podem tomar certos medicamentos, por problemas de saúde, doenças crônicas ou até mesmo alergias. Também devemos lembrar que cada medicamento possui uma lista de efeitos colaterais, que podem ser mais graves para algumas pessoas do que outras. Especialmente quem possui um organismo mais sensível.

A maioria dos medicamentos para as crises de enxaqueca são contraindicados para mulheres grávidas ou que estão amamentando, para pessoas com hipertensão, problemas cardiovasculares, diabetes, obesidade e colesterol alto. Além de diversas outras contraindicações presentes em cada um dos medicamentos descritos. Apenas um médico saberá identificar se você se encaixa em algum grupo de risco para certos medicamentos.

O consumo excessivo de algum deles pode agravar as crises de enxaqueca, portanto, obedeça às indicações do seu médico sobre as doses corretas e a frequência de consumo de determinado medicamento.

 

Gostou das informações? Compartilhe!

Postagens Recomendadas

Deixe um Comentário