Dor, ansiedade e depressão, andam juntas?

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Você sabia que os problemas psicológicos também podem piorar as dores? Afinal, a saúde física e a saúde mental andam juntas, e uma afeta a outra diretamente. Por isso, é importante se cuidar em todos os aspectos para garantir um bem-estar realmente completo.

Um exemplo do efeito que os sentimentos têm sobre o nosso corpo físico é o estudo da raiva. Pesquisas comprovam que ela pode causar mudanças elétricas no coração. Outro exemplo são os estudos que comparam dores em pessoas sedentárias e que praticam atividade física regularmente. Vamos explicar mais as consequências a longo prazo sobre os aspectos emocionais no controle da dor no decorrer do artigo. Veja abaixo!

Nossa mente tem o poder de interferir em nosso físico?

 

Vale começar este texto com uma informação relevante: A maioria dos sintomas da ansiedade são físicos. A ansiedade pode causar arritmia, taquicardia, falta de ar intensa, dores no corpo todo, tonturas, entre outros. A ansiedade consegue até simular sintomas de outras doenças, pois quando estamos muito preocupados com algo, o nosso corpo percebe, e logo, começa a agir de acordo.

Quando pensamos em alguma coisa, os nossos neurônios enviam essa mensagem para o resto do organismo. O corpo sempre agirá de acordo com o nosso humor e pensamentos. Ou seja, o estado mental da pessoa, influencia a maneira que percebemos os estímulos, facilitando ou dificultando a transmissão das informações sobre dor.

 

Neste artigo, falaremos sobre a relação das doenças crônicas e dores físicas com os problemas psicológicos, como isso acontece e o que fazer para evitar. Acompanhe a leitura:

Qual a relação entre saúde mental e doenças crônicas?

 

É comprovado que nosso estado mental influencia em nossa parte física. No caso da dor, uma pessoa que tenha depressão, por exemplo, tende a perceber os estímulos cotidianos de forma mais intensa, criando uma hipersensibilidade mesmo diante de pequenos estímulos dolorosos.

 

A pergunta é: em que o estado mental pode influenciar no longo prazo?

 

No caso da ansiedade, vimos que ela pode desestabilizar as batidas cardíacas e dificultar bastante a respiração. A longo prazo, ela pode causar arritmia cardíaca, assim como outras doenças no coração, assim como acontece com o sentimento da raiva também, caso seja muito frequente. 

 

No longo prazo, pode aumentar a chance de desenvolver ou agravar infecções no organismo, alergias, doenças hormonais e autoimunes. Assim como aumenta as chances do câncer e do burnout, nos casos mais extremos.

As dificuldades respiratórias causadas pelo transtorno da ansiedade também podem resultar numa hipertensão. Por isso, os indivíduos que sofrem com a ansiedade não devem negligenciar o transtorno, de forma alguma. É importante procurar um psiquiatra para realizar o tratamento ideal. 

 

Depressão e doenças físicas

 

No caso da depressão, ela é causa de diversas alterações químicas no cérebro do indivíduo, principalmente em neurotransmissores. Apesar de os efeitos mais conhecidos da depressão sejam as alterações de humor, com desânimo, choro fácil e tristeza até com desejo de autoextermínio, seus efeitos vão além disso. Depressão e transtornos de humor em geral, reduzem a aptidão do paciente para atividade física, aumentam a sensibilidade dolorosa, pioram a qualidade do sono, prejudicam o controle da dor e podem influenciar no consumo abusivo de analgésicos. Ou seja, dois pacientes com artrose, por exemplo, o paciente que sofra de depressão tende a ter mais dor do que o paciente que não sofra da doença, mesmo que o grau de desgaste seja semelhante entre eles.

 

Outra característica comum é a retroalimentação das doenças: o paciente deprimido tem mais dor, se movimenta menos, trata inadequadamente sua dor, o que leva a uma piora da depressão e assim em diante. Cria-se um círculo vicioso de difícil controle.

 

Há necessidade de se tratar ambas as condições na tentativa de melhora na qualidade de vida do paciente. Veja bem, a depressão não cria a dor, mas ela piora a forma como a percebemos.

 

Depressão pode causar dores físicas?

 

Tanto a dor como o humor são comandadas por regiões do cérebro que estão próximas e conectadas. Portanto, sim, a depressão pode piorar dores físicas, e essa piora é muito mais comum do que pensamos. Na verdade, ela ocorre para todos nós, em dias ruins tendemos a perceber a dor de forma mais intensa.

A depressão, assim como a ansiedade, pode piorar as dores no corpo todo, qualquer tipo de dor. Outro fenômeno que ocorre entre transtornos de humor e dor é o inverso do descrito acima: pessoas com dor crônica e que desenvolvem caso de depressão ou desânimo. A dor crônica vai minando cada um de nós diariamente, ela nos faz sentir triste, nos leva sentir incapazes e isso, gradativamente, nos leva à depressão e, num segundo momento, a mais dor. É criado um círculo vicioso difícil de quebrar. Paciente deprimido e com dor, e mais deprimido porque tem dor.

 

Portanto, um interfere diretamente no outro.

 

Se você sofre de dor crônica, já faz tratamento com o médico da dor e sofre com sintomas associados à depressão, é hora de consultar um psiquiatra. Nesses casos, os dois problemas devem ser tratados juntos e adequadamente. Os resultados do tratamento dependem disso. Se a dor está em conjunto com sintomas emocionais como a falta de vontade de realizar as atividades diárias e a falta de concentração, choro fácil, desânimo, vontade de colocar fim à própria vida e sensação de inutilidade, você pode estar com depressão.

 

Esse processo da dor intensa ocorre porque a depressão “desliga” algumas partes importantes do nosso cérebro. Principalmente as que são responsáveis por reduzir a sensação da dor, o que a potencializa. Afinal, a depressão é uma doença que envolve o funcionamento do sistema nervoso central.

 

Veja abaixo outros sintomas físicos causados pela depressão:

 

  • Distúrbios de sono
  • Problemas alimentares
  • Cansaço, fadiga, sonolência
  • Mudanças drásticas no peso
  • Por fim, a depressão também pode diminuir a imunidade, aumentando o risco do desenvolvimento de outras doenças.

 

Se você se identificou com mais de dois sintomas, se atente! Procure um profissional da área para realizar um diagnóstico. As dores da depressão são crônicas, duram por um longo período, podendo tornar-se mais intensas com o tempo. Podem ser no corpo inteiro, na lombar, na nuca e em outras regiões. 

E não são apenas a depressão e a ansiedade que podem piorar sintomas físicos. Como explicamos no artigo, o sentimento da raiva, quando frequente, também pode ser o responsável por diversos problemas cardiovasculares, assim como o estresse. O estresse causa a queda de cabelo, tensão muscular, taquicardia, hipertensão arterial, entre outros. Se o nosso psicológico não estiver indo tão bem, estamos muito mais sensíveis para lidar com os sintomas físicos. É importante prestar atenção constantemente nos nossos sentimentos.

 

Mas, o que fazer para garantir mais saúde emocional e evitar as dores físicas? 

 

Para evitar as dores causadas pela depressão, é necessário um acompanhamento psiquiátrico, e o uso de medicamentos estratégicos para “ligar” as partes do cérebro que são responsáveis por lidar com a sensação da dor.

Os medicamentos ajudam bastante no alívio tanto dos sintomas emocionais, quanto dos sintomas físicos. Porém, é importante se atentar a outro fator: os medicamentos, sem acompanhamento médico e psicológico, apenas disfarçam os sintomas, mas não resolvem a raiz do problema.

 

Vale fazer terapia, atividade física, mudar a alimentação, em resumo, cultivar hábitos saudáveis. Quando você tira a atenção da dor e do sofrimento, no caso, com hábitos de vida saudáveis, ele tende a se tornar menos incômodo para você naquele momento.

No caso da ansiedade, também é essencial ter um acompanhamento psiquiátrico e fazer o uso de medicações, tanto para os sintomas psicológicos quanto físicos. 

Paralelo a isto, você pode utilizar algumas técnicas para promover o relaxamento. Exercícios de respiração ajudam bastante, pois a ansiedade resulta em uma enorme tensão, respiração e batimentos cardíacos acelerados. Quando você controla melhor a sua respiração, os sintomas físicos diminuem e você também consegue se livrar, pelo menos em partes, das preocupações excessivas.

Peça para que o seu psiquiatra te ensine algumas dessas técnicas, pois elas são bastante comuns para o alívio dos sintomas. Existem alguns aplicativos de celular com este fim: eles te guiam para uma respiração mais profunda e calma.

Outra técnica muito boa, ensinada por neurologistas, é:

 

  • Quando estiver passando por uma crise de ansiedade e se deparar com as preocupações excessivas e a inquietação, vá para um lugar tranquilo e vazio, pode ser um banheiro. Logo, movimente os seus braços rapidamente, por pelo menos 40 segundos. Depois, repita o processo, mas dessa vez com as suas pernas. Isso libera a tensão do seu corpo, como se você estivesse botando para fora. Tente essa estratégia!

 

  • Caso esteja sentindo dores corporais, faça a mesma técnica ensinada para a depressão: desvie a atenção para outras regiões do seu corpo. Isso faz com que a sensação da dor pareça estar cada vez mais fraca, e logo, a alivia.

 

Lembrando, novamente, que é essencial ter um acompanhamento psiquiátrico, para que a ansiedade ou a depressão não resultem em consequências mais graves. E, caso esteja sentindo dores crônicas, procure um médico da dor para que ele avalie melhor o seu caso.

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