Síndrome pós-laminectomia: Guia completo sobre esse problema

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A síndrome pós-laminectomia também é chamada de síndrome dolorosa pós-laminectomia é uma doença cujo principal sintoma é a dor persistente após uma cirurgia na coluna. 

Nas últimas décadas, notamos um crescimento vertiginoso de problemas de coluna, nas articulações e nas demais estruturas físicas. Acredita-se que essas enfermidades estão diretamente ligadas aos maus hábitos do homem moderno, ao sedentarismo e à sobrecarga de atividades estressantes que realizamos diariamente.

Aliado a esses fatores, nota-se que muitas pessoas não se dedicam à prevenção, com hábitos posturais saudáveis,atividade física regular, dieta equilibrada e acompanhamento médico e fisioterápico. Assim, só procuram ajuda quando já possuem um problema de saúde importante e, muitas vezes, a situação é irreversível.

Por isso, é importante se informar corretamente sobre enfermidades e sempre ficar atento(a) aos sintomas de possíveis doenças em nossos corpos. Para te ajudar, sempre postamos matérias sobre as principais enfermidades e seus tratamentos.

Hoje, falaremos sobre a síndrome pós-laminectomia, suas características e possíveis soluções. Tenha uma leitura proveitosa e confira o post na íntegra abaixo!

Afinal, o que é a síndrome pós-laminectomia?

Segundo médicos e especialistas, a síndrome pós-laminectomia nada mais é que uma dor crônica na região da coluna relacionada à cirurgia na própria coluna (laminectomia). Ela sempre surge depois do(a) paciente passar por uma ou mais cirurgias na coluna.

Essa dor se situa onde existia, previamente, um outro quadro de dor. Ou seja, após realizar uma cirurgia para cuidar de uma enfermidade na coluna, após alguns meses, alguns indivíduos passam a sofrer com essa síndrome dolorosa.

As cirurgias mais comuns que podem, posteriormente, gerar essa síndrome, são as intervenções para tratar as seguintes doenças:

  • Colocação de hastes e/ou parafusos na coluna;
  • Laminectomias;
  • Cirurgia de hérnia de disco.

Para se ter uma ideia de como isso é sério, segundo pesquisas feitas nos EUA, cerca de 40% dos norte-americanos que passam pelas cirurgias supracitadas, sofrem depois com a síndrome pós-laminectomia. No Brasil, o problema também não é incomum e prejudica a vida de milhares de pacientes.

Sintomas dessa enfermidade

As pessoas que sofrem com essa síndrome podem relatar que sentem dores mais intensas que as sentidas antes da cirurgia. De modo geral, os sintomas dessa enfermidade são:

  • Dores fortes na região da coluna lombar;
  • Sensibilidade na musculatura da coluna;
  • Fisgadas e pontadas na área onde houve a cirurgia;
  • Existem também pacientes que relatam sensação de dormência e até de formigamento ao longo do dia;
  • Ardência e queimação na lombar em diversos momentos.

Em resumo, as dores e incômodos que os pacientes que sofrem desta síndrome relatam são intensos e respondem de forma importante por uma piora na qualidade de vida dos pacientes. Por isso, muita gente teme passar por uma cirurgia nesta região, afinal, imaginar um agravamento do quadro de dor é muito ruim, não é mesmo?

Causas para o surgimento desse problema

Muitos pacientes procuram saber se existe um jeito de afirmar se ele(a) sofrerá dessa síndrome após uma cirurgia na coluna. Entretanto, é impossível saber ao certo se isso acontecerá.

São muitos os fatores para desencadear a síndrome pós-laminectomia, dentre eles existem alguns já notados na medicina, como:

  • Existência de doenças vasculares periféricas;
  • Presença de algumas comorbidades, como a obesidade ou a diabetes;
  • Possíveis complicações pós operatórias;
  • Indicação imprecisa da cirurgia;
  • Perfil psicossocial do(a) paciente;
  • Fatores estruturais da coluna.

Portanto, muitas são as possíveis causas para o surgimento desse problema. Nesse sentido, é imprescindível consultar um médico especialista em dor para alinhar as expectativas em relação à cirurgia que será feita na coluna.

Além disso, indicamos que você tenha muita clareza sobre os riscos e complicações, como essa síndrome, que podem acontecer posteriormente à realização da cirurgia.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico desse problema é feito por um profissional especialista em dor. Normalmente, consiste na anotação do histórico médico do(a) paciente e na observância de alguma cirurgia já feita na coluna.

Também fazemos exames físicos e alguns testes na região onde o(a) paciente relata as dores. Ao passo que percebemos que o problema pode ser a síndrome pós-laminectomia, solicitamos alguns exames para excluir outros possíveis diagnósticos, como cânceres, por exemplo. Os exames mais comuns que pedimos são os de imagem, como:

  • Ressonância nuclear magnética;
  • Tomografia computadorizada;
  • Raio X;
  • Ultrassonografia.

Existem tratamentos para o problema?

Sim. Mesmo sendo uma enfermidade relativamente séria, conseguimos com alguns recursos terapêuticos garantir uma melhor qualidade de vida para os indivíduos. Assim, veja abaixo os principais tratamentos disponíveis atualmente no mercado para os pacientes da síndrome pós-laminectomia. Confira!

Tratamento medicamentoso

Os melhores medicamentos para esse tipo de dor são:

  • Anti-inflamatórios, como: Cetoprofeno, Ibuprofeno, Diclofenaco e Nimesulida;
  • Analgésicos, como: Paracetamol, Novalgina e Dipirona.

Também recomendamos em muitos casos relaxantes musculares ou remédios mais fortes, como alguns da classe dos ainticonvulsivantes. Esses medicamentos combatem as dores e favorecem a redução do estresse e da ansiedade ocasionados pelas constantes dores físicas.

Modalidades terapêuticas

Além do uso de remédios, existem algumas modalidades terapêuticas que podem ajudar muito o(a) paciente que sofre com síndrome pós-laminectomia. As técnicas mais comuns são:

  • Pilates;
  • Fisioterapia;
  • Hidroginástica e/ou a hidroterapia;
  • Acupuntura;
  • RPG;
  • Dentre outras modalidades de exercícios físicos.

Ressaltamos que essas atividades precisam ser feitas sob supervisão de um profissional qualificado, a saber, um educador físico ou fisioterapeuta.

Psicoterapia

Além dos possíveis tratamentos supracitados, a psicoterapia também é uma excelente opção para quem sonha em aliviar as dores geradas por essa síndrome. Em muitos casos, conversar e expor os traumas ajudam os indivíduos a melhorarem sintomas físicos.

Existem inclusive pacientes que melhoram muito as dores depois de iniciar o tratamento psicológico. Isso porque eles deixam de somatizar o estresse, problemas e ansiedade no corpo.

Como posso evitar a síndrome pós-laminectomia?

Se você tem problemas de coluna e está com medo de um dia passar por esse problema, fique calmo(a)! Iremos te mostrar como a síndrome pós-laminectomia pode ser evitada. Veja só!

  • Para minimizar ao máximo o risco de passar por essa enfermidade, indicamos que uma cirurgia na coluna só seja realizada após falha nos tratamentos menos invasivos. Ou seja, a intervenção cirúrgica não deve ser a primeira opção para a maioria dos pacientes.
  • Sempre recomendamos que você busque a opinião de alguns especialistas diferentes em relação ao mesmo problema, antes de passar por uma operação na coluna. Portanto, se consulte com um ortopedista, um fisioterapeuta, um especialista em dor e outros médicos especializados. Em síntese, tenha a opinião de vários profissionais;
  • Em diversos casos, uma avaliação mais criteriosa pode acarretar em tratamentos mais eficazes. Desse modo, evitamos uma cirurgia que possui altos riscos de surgimento da síndrome pós-laminectomia;
  • Em resumo, esgote todas as alternativas menos invasivas e evite ao máximo passar por esse tipo de cirurgia. É claro que em alguns casos a cirurgia é a única e a melhor opção para o(a) paciente. Porém, sempre indicamos muita cautela e prudência para planejar uma cirurgia, especialmente na coluna.

Afinal, como podemos evitar problemas de coluna?

Se você não possui problemas de coluna, evite-os ao máximo! Segundo pesquisas, a lombalgia é atualmente um dos principais fatores de ausência no trabalho. Além disso, é cada vez mais comum pessoas de diversas idades passarem por crises de dor nas costas!

Pensando nisso, elaboramos algumas dicas para te ajudar a prevenir esse tipo de problema e passar longe do risco de doenças dolorosas. Confira!

Home office ou escritório

  • Atualmente, passamos muitas horas diárias sentados em frente ao computador. Para evitar pressão nos discos vertebrais e problemas na coluna, use uma cadeira confortável, ergonômica e se levante a cada meia hora;
  • Se necessário, use um apoio para os pés, para ajudar na circulação sanguínea de todo o corpo.

Tarefas domésticas – limpeza

  • Varra os ambientes sempre com a coluna ereta;
  • Evite ao máximo se esticar. Use escadas ou dispositivos para te auxiliar a realizar o mínimo de esforço possível;
  • Caso precise tirar algo do chão, flexione os joelhos e segure o item com as duas mãos;
  • Use as duas mãos para tirar poeira, passar panos e limpar os móveis. Isso evita sobrecarga na coluna e/ou em apenas um lado do seu corpo.

Cozinha

  • Sempre mantenha o peso do corpo sobre as duas pernas;
  • Quando for pegar algo no alto, use uma escada e evite se esticar. Bem como, ao usar itens do armário de baixo, abaixe-se com os joelhos flexionados para retirar os objetos.

Dormir

  • A melhor posição para dormir é com a barriga para cima ou de lado. Aliás, sempre opte por dormir de lado e com um travesseiro entre as pernas;
  • Use um bom colchão e um ótimo travesseiro. Isso garante uma boa noite de sono e saúde para o seu corpo.

Resumidamente, prevenir é o melhor remédio, principalmente quando falamos sobre problemas articulares e/ou de coluna!

O que você achou do post sobre a síndrome pós-laminectomia? Se você ainda tem dúvidas sobre o tema ou deseja mais esclarecimentos, deixe o seu comentário aqui embaixo. Será um prazer te ajudar a entender mais sobre saúde, bem-estar e qualidade de vida!

Dr. Luiz Gustavo

Anestesiologista e Médico da Dor;
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
Residência médica em anestesiologia pelo Hospital Felício Rocho;
Médico Anestesiologista pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia;
Pós-graduado em Cuidados ao Paciente com Dor pelo Hospital Sírio-Libanês (São Paulo);
Médico da Dor pela AMB;
Aperfeiçoamento em Anestesia para Transplante Hepático no Hospital Paul Brousse em Villejuif (Paris) França;
Anestesista Hospital das Clínicas da UFMG;
Anestesista do Grupo de Transplantes do Hospital das Clínicas da UFMG;
Preceptor da residência médica em anestesiologia HC-UFMG.

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