Dor pélvica crônica: causas, tratamentos e detalhes
A dor pélvica crônica é um problema que atrapalha a vida de 1 a cada 7 mulheres do planeta. Porém, nem sempre é tratada com o devido rigor e cuidado que necessita.
Atualmente, vivemos dias muito estressantes e bastante corridos, assim, muitas pessoas negligenciam a própria saúde e ignoram os sinais do corpo. Isso significa que mesmo com dores constantes, muita gente apenas se automedica (um erro grave) e não procura um médico para se tratar e investigar a causa dos problemas.
Nesse sentido, se você possui dores na região pélvica ou conhece pessoas nessa situação, fique atento(a)! Este sintoma exige atenção e precisa ser avaliado por um médico! Para você saber mais sobre o tema e se inteirar do assunto, leia a nossa matéria de hoje até o final!
Aproveite e compartilhe com os(as) amigos e familiares, assim, mais pessoas poderão compreender melhor a relevância de se cuidar e jamais ignorar os sinais do corpo.
Sem mais delongas, vamos a nossa matéria de hoje! Confira e tenha uma excelente leitura!
O que é esse problema?
A dor pélvica crônica também é conhecida como DPC e, conforme falamos acima, atinge muitas mulheres em todo o mundo. Esse problema é caracterizado por dores na região pélvica, ou seja, na área da virilha até a parte inferior do umbigo.
Consideramos que existe DPC quando essa dor persiste por mais de 3 meses e gera médio a alto grau de desconforto e até mesmo incapacidade laborativa.
Essa situação ocorre em mulheres que não estão grávidas e pode indicar algum problema de saúde mais sério. Além disso, a dor pélvica crônica pode não estar associada a nenhuma enfermidade detectável nos exames de hoje..
Essa adversidade ocorre em homens e mulheres?
Sim. Todavia, a DPC é mais comum em mulheres do que em homens. Quando ela ocorre em homens, ela possui os seguintes sintomas:
- Dor na área pélvica, conforme o próprio nome do problema sugere;
- Pode vir acompanhada de disfunção sexual;
- Dor ou ardência na hora da ejaculação e também ao urinar;
- Desconforto ou até mesmo dor nos testículos e no pênis;
- Incômodo na região do períneo.
Além disso, o estresse, a ansiedade e problemas emocionais tendem a agravar essas dores. Infelizmente, muitos homens ignoram esses sinais e, por vergonha, não buscam ajuda médica. Se você é homem e está com os sintomas supracitados, procure um profissional da saúde o quanto antes para uma avaliação e tratamento.
Afinal, quais sintomas indicam a dor pélvica crônica?
Tanto em homens quanto em mulheres, a dor pélvica crônica pode ser muito dolorosa e incapacitante. Entenda melhor os sintomas que ocorrem neste problema e saiba que daremos ênfase na DPC em mulheres, afinal, elas são as que mais sofrem com esse problema. Veja:
- Algumas mulheres relatam a dor em toda a região pélvica, enquanto outras, sentem a dor apenas em um ponto fixo da área;
- É comum o relato das seguintes sensações: pressão na região pélvica, cólicas insistentes, queimação, ardência, fisgadas ou pontadas na área. Tais sinais podem ser fracos ou muito fortes, o que em alguns casos, requer até mesmo um ida ao hospital;
- As pacientes podem ter tais sintomas de forma intermitente (vai e volta de vez em quando) ou constante.
Conforme vimos acima, a dor pélvica crônica pode ser muito forte e, em muitos casos, a paciente não consegue sequer dormir devido a crises. Bem como, essa dor costuma se intensificar muito nos seguintes casos:
- Em períodos de estresse e grande tensão;
- Durante relações sexuais;
- Nas idas ao banheiro, tanto para urinar quanto para evacuar;
- Durante atividades físicas;
- Por fim, depois de longos períodos de pé ou até mesmo sentada.
Causas da dor pélvica crônica
A dor pélvica crônica pode ter como pano de fundo diversas doenças. No homem, esse tipo de problema está muito associado a inflamação na próstata, DST (doenças sexualmente transmissíveis) ou infecções diversas na região pélvica.
Porém, a DPC atinge mais as mulheres e habitualmente ela está atrelada a um ou mais problemas. Por exemplo, uma mulher pode ter DPC como efeito de uma fibromialgia e cistos ovarianos.
Compreenda agora as principais doenças que geram a dor pélvica crônica e entenda melhor porque essa dor (como todas as outras) jamais deve ser ignorada. Confira!
- Causas vasculares: como na síndrome da congestão pélvica;
- Causas neurológicas: neuralgia do pudendo e outras enfermidades;
- Causas gastrointestinais: doença celíaca, síndrome do intestino irritável, etc.;
- Causas musculoesqueléticas: fibromialgia, síndrome do piriforme, dentre outras doenças;
- Causas urológicas: síndrome da bexiga dolorosa, cistite de repetição, etc.;
- Causas ginecológicas (motivos mais comuns para o surgimento desse problema): síndrome do ovário remanescente, endometriose, adenomiose, síndrome de dor pós-ligadura tubária, miomas, etc.
Doenças mais comuns que afetam as mulheres e causam a DPC
Iremos falar abaixo brevemente sobre as doenças mais comuns que causam a dor pélvica crônica nas mulheres. Veja!
Fibromialgia
A fibromialgia produz dores em praticamente todo o corpo da paciente. Nesse sentido, pode gerar também a DPC o que prejudica ainda mais a vida da mulher que possui essa enfermidade. Além das dores na pélvis, pacientes com fibromialgia têm:
- Alto grau de irritabilidade;
- Ansiedade;
- Às vezes, depressão;
- Cansaço e fadiga excessivos;
- Alterações de humor.
Miomas
Os miomas são tumores benignos que surgem no útero. Eles podem crescer e causar dores. O tratamento pode ser cirúrgico, com retirada do mioma ou útero, ou clínico, com tentativa de controlar os sintomas caso a paciente opte por não operar.
Endometriose
Essa é a causa mais comum de dor pélvica crônica na mulher. A endometriose é caracterizada pela existência de algum tecido do endométrio do útero fora do órgão. Ou seja, ele pode existir no abdômen, nas trompas e até mesmo em outras partes, como nos ovários.
Isso costuma gerar dor, sangramento, riscos de inflamação e problemas de cicatrização da área.
Como é feito o diagnóstico?
Você percebeu que a DPC pode ter diversas origens distintas, não é mesmo? Por isso, normalmente são necessários especialistas de várias áreas para identificar a causa (ou causas) do problema.
Assim, além de um médico especialista em dor, muitas vezes contamos com outros profissionais, como ginecologistas, clínicos, ortopedistas, neurologistas e outros médicos. Para realizar o diagnóstico com clareza, veja quais exames são os mais comuns:
- Anotação de histórico clínico e até mesmo familiar do(a) paciente;
- Exame físico e averiguação da área de dor no(a) paciente;
- Laparoscopia;
- Ressonância magnética;
- Tomografia computadorizada;
- Ultrassonografia abdominal e pélvica;
- Exames laboratoriais, como: amostras de exame ginecológico, coleta de urina e exames de sangue.
Assim, após a realização dos exames e investigação física, é possível identificar com clareza a origem e causa(s) da dor pélvica crônica.
Quais riscos a dor pélvica crônica oferece?
Salientamos que é extremamente importante investigar esse tipo de problema. Afinal, a região pélvica possui:
- Diversos nervos, camadas de músculos e muitos vasos sanguíneos em toda a sua extensão;
- Ela também abriga muitos órgãos importantes e até mesmo vitais, como a bexiga, os ovários, útero e todo o aparelho digestivo;
- Além disso, a DPC pode indicar problemas nos ossos da região, nos músculos ou até mesmo nos nervos dessa área.
Em síntese, ao sinal de desconforto intermitente ou constante na pélvis, busque ajuda médica assim que possível.
Possíveis recursos terapêuticos para tratar
Agora, vamos discorrer um pouco sobre os possíveis tratamentos para a dor pélvica crônica. Ressaltamos que essa matéria tem cunho apenas informativo. Portanto, jamais se automedique ou deixe de buscar ajuda médica. Observe os principais recursos para melhorar o problema e conte com auxílio médico para encontrar a melhor solução para o seu caso ou para a dor de alguém que convive contigo. Veja!
Tratamentos alternativos (sem uso de remédios)
Em muitos casos, é possível melhorar essa dor com terapias alternativas. Contudo, apenas um profissional pode te indicar ou sugerir a melhor opção para o seu caso. Entenda quais são as técnicas mais comuns que não envolvem o uso de medicamentos. Olhe só:
- Acupuntura;
- Massagens relaxantes;
- Musicoterapia;
- Psicoterapia;
- Dentre outros métodos de relaxamento e de controle de depressão, estresse e ansiedade.
Intervenção cirúrgica
Entretanto, existem casos mais sérios em que a DPC está diretamente ligada a um problema de saúde que exige uma cirurgia. Normalmente, esse tipo de solução está atrelada às seguintes enfermidades:
- Miomas;
- Cistos ovarianos;
- Endometriose.
Remédios
Os remédios mais comuns no tratamento da dor pélvica crônica, são os seguintes:
Antidepressivos
- Venlafaxina;
- Amitriptilina;
- Nortriptilina;
- Mirtazapina.
Antibióticos
- Mezlocilina;
- Amoxicilina;
- Azitromicina;
- Carbenicilina.
Analgésicos
- Ibuprofeno;
- Dipirona;
- Paracetamol.
Anti-inflamatórios
- Nimesulida;
- Diclofenaco;
- Prednisona.
Relaxante muscular
- Ciclobenzaprina;
- Orfenadrina;
- Carisoprodol;
- Diazepam.
Tratamentos hormonais
Por fim, indicamos tratamentos hormonais quando a DPC está associada aos seguintes problemas:
- Uso de pílulas anticoncepcionais;
- Situações específicas durante o ciclo menstrual.
Desse modo, as dores podem ser combatidas com a troca de métodos contraceptivos ou até mesmo com a prescrição de doses baixas e corretas de hormônios.
Aprendeu tudo sobre a dor pélvica crônica? Se você está passando por este problema e não sabe como resolvê-lo, entre em contato conosco e agende uma avaliação. Será um prazer ajudá-lo(a)!
Dr. Luiz Gustavo
Anestesiologista e Médico da Dor;
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
Residência médica em anestesiologia pelo Hospital Felício Rocho;
Médico Anestesiologista pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia;
Pós-graduado em Cuidados ao Paciente com Dor pelo Hospital Sírio-Libanês (São Paulo);
Médico da Dor pela AMB;
Aperfeiçoamento em Anestesia para Transplante Hepático no Hospital Paul Brousse em Villejuif (Paris) França;
Anestesista Hospital das Clínicas da UFMG;
Anestesista do Grupo de Transplantes do Hospital das Clínicas da UFMG;
Preceptor da residência médica em anestesiologia HC-UFMG.