Artrose de quadril: características, sintomas e tratamento dessa doença
A artrose de quadril também é chamada de coxartrose ou osteoartrose e atinge milhares de brasileiros. Entretanto, você sabia que essa doença pode atingir tanto idosos quanto pacientes jovens?
Nesse sentido, precisamos sempre estar de olho nos sinais que nosso corpo nos envia todos os dias. Muitos pacientes com menos de 45 anos de idade desenvolvem esse problema, principalmente quando são atletas ou praticam esportes mais pesados.
Portanto, se você conhece alguém com dores frequentes na região do quadril, compartilhe essa matéria! Além disso, leia nosso post de hoje até o final para entender melhor do que se trata essa enfermidade, como podemos tratá-la e até mesmo evitá-la. Confira e tenha uma leitura proveitosa e informativa!
Do que se trata essa doença?
Primeiramente, saiba que a artrose de quadril consiste em um desgaste da articulação dessa região. Ou seja, a doença surge quando há perda de cartilagem ou desgaste na junção dos seguintes ossos:
- Acetábulo, que é a cavidade da bacia onde se articula o fêmur;
- Cabeça do fêmur, osso da coxa.
Assim, quando a cartilagem dessa região se desgasta ou até mesmo “acaba”, os ossos passam a ter contato entre si diretamente. Isso gera:
- Redução ou diminuição dos movimentos;
- Dores de grau médio a forte no quadril do(a) paciente.
Resumidamente, a artrose de quadril é a perda ou desgaste da cartilagem que existe na articulação do quadril.
Quais os sinais da artrose de quadril?
Agora que você entendeu o que é esse problema, veja os principais sintomas da doença:
- Grande dificuldade em se sentar ou deitar em locais baixos, como sofás e camas;
- Redução da capacidade de dobrar essa articulação para ações simples como: calçar meias e cortar as unhas dos pés;
- Sensação diária de formigamento nas pernas, principalmente após ficar muito tempo na mesma posição;
- Necessidade de usar bengala ou outro tipo de apoio para andar. Isso porque a região dói muito e o(a) paciente começa a andar mancando;
- Sensação de ardência e queimação na panturrilha;
- Estalidos na região do quadril;
- Dificuldade para caminhar por muito tempo e também para permanecer de pé;
- Caso não haja tratamento adequado, as dores e incômodos podem piorar à noite e gera muito transtorno para a vida do(a) paciente;
- Por fim, pacientes com artrose de quadril costumam relatar dores do quadril até o joelho.
Existe apenas um tipo de artrose de quadril?
Não. Na realidade existem 2 tipos de artrose de quadril. Assim, na literatura médica conhecemos a artrose primária e a artrose secundária. Entenda melhor cada um desses tipos abaixo:
Artrose primária
A artrose primária surge por fatores desconhecidos e ocorre, na maioria dos casos, em pacientes idosos.
Dentre as causas entendemos como os mais comuns fatores genéticos, histórico familiar de outros indivíduos (pai e/ou mãe) com o mesmo problema ou desgaste com o passar dos anos sem nenhuma causa específica.
Artrose secundária
Já a artrose secundária ocorre como consequência de algum outro problema do indivíduo. As causas mais comuns que podem resultar na artrose de quadril secundária são:
- Necrose da cabeça do fêmur;
- Sequela de alguma fratura e/ou de acidente;
- Reumatismo;
- Displasia do desenvolvimento do quadril;
- Doença de Legg-Calvé-Perthes.
Quais as causas da artrose de quadril?
Conforme você viu acima, é possível desenvolver a artrose de quadril durante o envelhecimento ou associada a outras doenças. Além disso, vemos alguns pacientes que se veem com essa doença por outros fatores, tais como:
- Atletas de alto rendimento, como maratonistas, têm maior risco para esse problema;
- Diabéticos também precisam se cuidar muito para evitar a doença.
Como é feito o diagnóstico?
Antes de mais nada, se você está com os sintomas que citamos acima, precisa ficar atento(a). Desse modo, recomendamos que você procure um médico especialista em dor.
O diagnóstico só pode ser feito por um profissional capacitado e após algumas investigações e exames, como:
- Avaliação clínica do(a) paciente e anotação dos sintomas relatados;
- Verificação do histórico familiar do indivíduo;
- Observação de um raio-X do quadril.
Além disso, para melhor certificação do problema e exclusão de outras possíveis enfermidades, também costumamos solicitar outros exames de imagem, dentre eles:
- Ressonância magnética: com o intuito de verificar em que estado está o osso, articulação, cartilagem e ligamentos da coxa (cabeça do fêmur);
- Tomografia computadorizada: exame com melhor definição para avaliar o estado dos ossos.
Vale a pena ressaltar que apenas o médico pode analisar com eficácia o seu quadro clínico.
Quais os tratamentos para essa enfermidade?
Atualmente, existem diferentes tipos de tratamento para a artrose de quadril. Iremos discorrer sobre cada um deles para você conhecer melhor os diferentes tipos de métodos.
Contudo, lembre-se de jamais se automedicar e sempre buscar informações com um profissional da saúde sobre o seu quadro clínico, combinado?
Sem mais delongas, vamos aos tratamentos dessa doença:
Cirurgia
A cirurgia para a artrose de quadril é feita sempre em último caso. Ou seja, quando os demais tratamentos não oferecem os resultados esperados.
A operação ocorre da seguinte forma:
- Retiramos a cartilagem danificada completamente ou parcialmente. Depois, colocamos uma prótese nessa região, caso a cartilagem tenha sido retirada por inteiro;
- Depois da cirurgia, o paciente precisa ficar em repouso por cerca de 10 dias. Salientamos que caso haja a colocação da prótese de quadril, é essencial fazer fisioterapia por muito tempo, mais de um ano, para melhores resultados.
Em resumo, esse é um método mais invasivo e trabalhoso, por isso, sempre optamos por realizá-lo apenas se o(a) paciente não responder bem aos tratamentos citados abaixo e se mantiver queixas relacionadas à dor e função importantes.
Atividades físicas
Quem possui artrose de quadril precisa investir em atividades físicas adequadas. Dentre os principais exercícios, recomendamos:
- Bicicleta ergométrica;
- Hidroginástica;
- Hidroterapia;
- Pilates.
Essas atividades aliviam a dor e não geram nenhum tipo de incômodo na área dolorida. Além disso, estes exercícios favorecem o fortalecimento da musculatura.
Eles também protegem as articulações do corpo e não geram grandes impactos com o solo. Vale a pena ressaltar que sempre é necessário fazer as atividades com um profissional supervisionando os exercícios.
Fisioterapia
Indicamos a fisioterapia como uma ótima aliada para o combate das dores e para a pausa dos avanços dessa doença. O tratamento fisioterápico pode ser realizado da seguinte forma:
- Exercícios para lubrificar e melhorar os movimentos da articulação;
- Atividades de tração manual;
- Uso de bolsas térmicas na área do quadril;
- Massagens;
- Atividades em aparelhos específicos para gerar mais ampliação dos movimentos do(a) paciente.
Medicamentos
Podemos aliar os exercícios e fisioterapia com o tratamento medicamentoso, mas sempre com supervisão médica e seguindo as orientações contidas no receituário. Entenda melhor como e quando indicamos os remédios:
- Quando há dores de grau leve a moderado: é possível receitar paracetamol ou outros tipos de analgésicos. Eles podem ser tomados por alguns dias, no máximo, 4 vezes ao dia (de 6 em 6 horas);
- Caso as dores sejam fortes, recomendamos analgésicos potentes, como: morfina, codeína ou tramadol;
- Além disso, em alguns casos podemos indicar injeções diretamente na articulação dolorida;
- Corticoides ou anti-inflamatórios também são bem-vindos em alguns momentos. Entretanto, eles não devem ser tomados por muitos dias consecutivos. Afinal, são remédios muito fortes e que podem danificar o sistema digestivo. São eles: prednisona, cetoprofeno, diclofenaco, dentre outros.
- Por fim, recomendamos alguns suplementos para diversos pacientes, com vistas à reconstrução da cartilagem. Dentro os mais comuns existem: glicosamina, condroitina e o colágeno hidrolisado.
Mudança de estilo de vida
Por último, sempre indicamos algumas mudanças de hábitos que podem melhorar as dores geradas pela doença. Desse modo, sugerimos:
- Uso de bengala se necessário;
- Redução ou extinção de atividades físicas que ocasiona o desgaste da articulação do quadril;
- Redução de peso. Afinal, quanto menos peso o quadril precisar sustentar, melhor é para a região dolorida;
- Também pedimos que o tabagismo seja extinto da vida do(a) paciente. O cigarro é altamente prejudicial para o organismo e prejudica todo e qualquer quadro de enfermidade.
Afinal, como posso evitar a artrose de quadril?
Por fim, se você deseja evitar esse problema e não sabe como fazer isso, fique tranquilo(a)! Veja abaixo algumas dicas simples e eficazes para evitar a artrose de quadril. Confira!
- Beba muita água. Um corpo hidratado mantém as articulações lubrificadas e elas funcionam melhor;
- Faça atividades físicas sempre. Os exercícios evitam problemas na fase da meia-idade e também quando nos tornamos idosos;
- Tenha uma alimentação equilibrada e evite açúcares, refrigerantes e alimentos processados;
- Sempre cuide da sua saúde e faça avaliações médicas anualmente para verificar o seu quadro clínico;
- Caso sinta dores ou incômodos nas articulações, coluna e qualquer parte do corpo, busque um especialista em dor imediatamente. O tratamento precoce pode aliviar o agravamento dos sintomas e das enfermidades.
Agora você já sabe tudo sobre a artrose de quadril. Deseja ver mais matérias como essa no nosso site? Escreva aqui embaixo nos comentários as suas sugestões. Será um prazer sanar as suas dúvidas e te informar com assuntos de qualidade!
Dr. Luiz Gustavo
Anestesiologista e Médico da Dor;
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
Residência médica em anestesiologia pelo Hospital Felício Rocho;
Médico Anestesiologista pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia;
Pós-graduado em Cuidados ao Paciente com Dor pelo Hospital Sírio-Libanês (São Paulo);
Médico da Dor pela AMB;
Aperfeiçoamento em Anestesia para Transplante Hepático no Hospital Paul Brousse em Villejuif (Paris) França;
Anestesista Hospital das Clínicas da UFMG;
Anestesista do Grupo de Transplantes do Hospital das Clínicas da UFMG;
Preceptor da residência médica em anestesiologia HC-UFMG.