A Importância da Anamnese

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Olá pessoal!

Estreio nosso blogpost hoje muito motivado, disposto a tirar dúvidas dos leitores e esclarecer os aspectos que rondam a DOR, essa entidade tão comum e tão negligenciada em nós, humanos.

Em nosso primeiro blogpost “científico” resolvi falar não de doenças, mas de um aspecto importante do tratamento da dor pouco valorizado e que é de importância visceral, não apenas para o controle dela, mas para a maioria dos tratamentos médicos: A ANAMNESE.

Anamnese, para quem não conhece o termo, é a entrevista que o profissional faz ao paciente. Todo profissional de saúde, antes de examinar e dar um diagnóstico, faz uma avaliação verbal sucinta do paciente. Isso é chamado de anamnese. Na anamnese são feitas aquelas perguntas que todo paciente já ouviu: “Quando começou?”, “Onde dói?”, “Como dói?”, “Já fez algum tratamento?”.

Pois bem, atualmente, com todo dinamismo que a vida nos impõe, a anamnese foi deixada de lado. Médicos com agendas apertadas, pacientes com pressa e a falsa crença de que os exames são mais importantes na avaliação das doenças sobrepujaram a boa e velha conversa.

Aprendi desde a graduação que uma boa conversa soluciona mais de 80% dos diagnósticos em consultório. Na DOR, isso ainda é mais marcante. Dor por definição afeta nós humanos de forma física, mental, social e espiritual. Exames de imagem, como ressonância, tomografia e raio X, nos mostram as alterações físicas, mas e as outras?

Na dor, pessoas com lesões iguais, apresentam limitações e sintomatologias completamente diferentes. Não basta um exame físico e um exame de imagem de última tecnologia. É preciso ouvir o paciente!

Sou anestesista de formação. Lido com tecnologia de ponta no bloco cirúrgico, mas quando decidi atuar na área da Dor, resolvi fazer diferente.

Na dor, tecnologia não basta. É durante a anamnese que consigo entender todos os aspectos envolvidos no mecanismo da dor. Os conflitos familiares, no trabalho, noites mal dormidas. Tudo isso influencia na forma como percebemos a dor. Além disso, há ainda a parte técnica propriamente dita: as dores habitualmente são fruto de uma constelação de alterações físicas. Uma boa anamnese me permite identificar melhor quais são as principais causas do problema e para onde devo concentrar primeiro.

Por último, mas não menos importante, há a questão da informação do paciente. Há ampla literatura científica comprovando que pacientes orientados sobre suas condições entendem melhor o tratamento, apresentam metas realistas de melhora, se sentem mais motivados e, como consequência de todo esse conhecimento, melhores resultados em seu tratamento. Não basta apenas ouvir, o médico tem que ter paciência de explicar.

Por fim, a mensagem que eu gostaria de deixar para esse primeiro texto é: melhores resultados são alcançados depois de uma boa conversa entre médico e paciente. É com uma boa anamnese que as bases de um tratamento satisfatório que atenda às expectativas de médico e paciente são construídas. Lembre-se disso ao procurar tratamento para sua dor.

 

Dr. Luiz Gustavo Moreira – Anestesiologista e Médico da Dor
@drluizgustavomoreira
www.drluizmoreira.com.br

 

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Comentários
  • Maria de Fatima
    Responder

    Dr Luiz Gustavo, achei muito interessante a sua postagem, numa linguagem bem compreensível para nos pacientes. E o Senhor falou sobre um item muito importante, a entrevista do médico com o paciente, a conversa, o conhecimento do
    histórico da doença. Infelizmente hoje em dia está difícil. Minha irmã consultou com uma médica que disse bem assim pra ela: “me conte em 5 minutos o seu problema”. Ela não voltou mais nesse consultório. Parabéns pelo seu artigo.

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