Dor no Ombro: você conhece a capsulite adesiva?
A capsulite adesiva, também conhecida como ombro congelado, é uma condição em que a cápsula que envolve a articulação do ombro fica inflamada e encolhe, limitando significativamente o movimento e causando dor intensa no ombro afetado.
Vamos falar dela mais abaixo!
Qual a causa da Capsulite Adesiva?
A causa exata da capsulite adesiva ainda não é totalmente compreendida, mas geralmente é considerada uma condição multifatorial. Isso significa que uma combinação de fatores pode contribuir para o desenvolvimento da doença.
Algumas das possíveis causas da capsulite adesiva incluem:
1- Lesão ou Cirurgia
Lesão ou cirurgia no ombro podem aumentar o risco de desenvolver a capsulite adesiva devido à inflamação e dor que ocorrem durante esses eventos. Quando há uma lesão ou cirurgia no ombro, o corpo inicia um processo de cicatrização, que pode levar à formação de aderências e cicatrizes nos tecidos moles circundantes. Esses tecidos podem incluir a cápsula articular do ombro, que é uma camada de tecido conjuntivo que envolve a articulação e ajuda a estabilizá-la.
Se houver uma resposta inflamatória excessiva após a lesão ou cirurgia, a cápsula articular pode se inflamar e encolher, resultando na capsulite adesiva. Além disso, a imobilização prolongada do ombro após a lesão ou cirurgia pode levar a uma redução da mobilidade articular e à formação de aderências nos tecidos moles circundantes, o que pode contribuir para o desenvolvimento da capsulite adesiva.
Portanto, é importante que pacientes com lesão no ombro ou que foram submetidos a cirurgia recebam acompanhamento médico adequado e realizem fisioterapia para evitar o desenvolvimento da capsulite adesiva.
2- Imobilidade Prolongada
A imobilidade prolongada é um dos fatores de risco conhecidos para o desenvolvimento da capsulite adesiva. Quando uma pessoa fica com o braço imobilizado por um longo período de tempo, seja devido a uma lesão, cirurgia ou qualquer outra razão, o ombro pode perder a mobilidade normal.
A imobilidade prolongada pode levar a uma redução no fluxo sanguíneo e na atividade metabólica nos tecidos moles do ombro, incluindo a cápsula articular. Isso pode levar a uma diminuição na produção de líquido sinovial, que é uma substância que ajuda a lubrificar a articulação e a manter a mobilidade articular normal. A diminuição da produção de líquido sinovial pode levar a uma aderência da cápsula articular e a um encolhimento da mesma.
Além disso, a imobilidade prolongada pode levar à formação de aderências e cicatrizes nos tecidos moles circundantes, incluindo a cápsula articular. Isso pode contribuir para a redução da mobilidade articular e, eventualmente, levar ao desenvolvimento da capsulite adesiva.
Portanto, é importante que as pessoas mantenham a mobilidade do ombro durante a recuperação de uma lesão ou cirurgia, por meio de exercícios de fisioterapia prescritos por um profissional de saúde. O exercício regular pode ajudar a prevenir a formação de aderências e a reduzir o risco de desenvolver a capsulite adesiva.
3- Diabetes
O diabetes é uma das condições médicas que pode aumentar o risco de desenvolvimento da capsulite adesiva. Pessoas com diabetes têm um risco aumentado de desenvolver a condição, em comparação com pessoas sem diabetes.
Acredita-se que o diabetes possa afetar a produção de colágeno, uma proteína importante para manter a integridade dos tecidos conjuntivos, incluindo a cápsula articular do ombro. A alteração na produção de colágeno pode levar a uma cápsula articular mais fraca e suscetível a lesões ou inflamação.
Além disso, a diabetes também pode causar inflamação crônica no corpo, incluindo nos tecidos do ombro. Essa inflamação crônica pode levar a um encolhimento da cápsula articular e à formação de aderências e cicatrizes, que são fatores de risco conhecidos para a capsulite adesiva.
Por fim, as pessoas com diabetes também podem ter uma menor capacidade de cicatrização, o que pode contribuir para o desenvolvimento da capsulite adesiva. Uma recuperação mais lenta pode aumentar o tempo em que o ombro fica imobilizado, o que aumenta o risco de formação de aderências e encolhimento da cápsula articular.
Portanto, é importante que pessoas com diabetes realizem exames regulares com um profissional de saúde e mantenham um controle adequado da glicemia para minimizar o risco de desenvolver o problema.
4- Outros fatores
A idade e o sexo são fatores de risco conhecidos para o desenvolvimento da capsulite adesiva. As mulheres têm maior probabilidade de desenvolver a condição do que os homens e as pessoas acima de 40 anos têm maior risco do que os mais jovens.
Embora as razões para essas diferenças ainda não sejam totalmente compreendidas, acredita-se que as mudanças hormonais possam desempenhar um papel importante. Por exemplo, durante a menopausa, as mulheres podem ter uma redução na produção de estrogênio, o que pode levar a mudanças na produção de colágeno e afetar a integridade dos tecidos conjuntivos, incluindo a cápsula articular do ombro.
Além disso, à medida que envelhecemos, a cápsula articular do ombro pode se tornar mais espessa e menos flexível, o que pode levar a uma maior propensão para o desenvolvimento da capsulite adesiva. A idade também pode afetar a circulação sanguínea e a capacidade de cicatrização, o que pode aumentar o risco de formação de aderências e cicatrizes nos tecidos moles circundantes.
Outros fatores que podem contribuir para o risco de desenvolvimento da capsulite adesiva incluem histórico familiar da doença, doenças autoimunes, como artrite reumatoide, e outras condições médicas, como hipotireoidismo e síndrome do túnel do carpo.
Portanto, é importante que pessoas que têm maior risco de desenvolver a capsulite adesiva, como mulheres acima de 40 anos, realizem exames regulares com um profissional de saúde e adotem medidas preventivas, como manter a mobilidade do ombro por meio de exercícios de fisioterapia e evitar períodos prolongados de imobilização.
Tratamento
O tratamento da capsulite adesiva geralmente envolve uma combinação de terapias, incluindo medicamentos, fisioterapia e, em alguns casos, cirurgia. O objetivo do tratamento é reduzir a dor e a rigidez no ombro e melhorar a amplitude de movimento.
1- Medicamentos
Medicamentos podem ser prescritos para tratar a dor e a inflamação associadas à capsulite adesiva. O uso de medicamentos é geralmente considerado uma opção de tratamento inicial antes de considerar opções mais invasivas, como cirurgia.
Os medicamentos que podem ser usados no tratamento da capsulite adesiva incluem analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e corticosteróides. Os analgésicos, como o paracetamol, são usados para aliviar a dor no ombro. Os AINEs, como o ibuprofeno, ajudam a reduzir a inflamação e a dor associadas à condição. Os corticosteróides são usados para reduzir a inflamação e a dor e podem ser injetados diretamente no ombro afetado.
Alguns medicamentos podem ser prescritos em combinação para aumentar a eficácia do tratamento. Por exemplo, um analgésico pode ser combinado com um AINE ou um corticosteróide para fornecer um alívio mais completo da dor e da inflamação.
É importante lembrar que os medicamentos prescritos para a capsulite adesiva podem ter efeitos colaterais e devem ser usados somente com a orientação de um médico.
2- Fisioterapia
A fisioterapia é um componente importante no tratamento da capsulite adesiva e pode ser recomendada desde o início do tratamento ou após a resolução da fase aguda da inflamação. O objetivo da fisioterapia é ajudar a melhorar a amplitude de movimento do ombro e reduzir a dor.
O fisioterapeuta pode prescrever uma série de exercícios e técnicas de terapia manual, como alongamento e mobilização articular, para ajudar a soltar a cápsula articular e melhorar a mobilidade do ombro. O fisioterapeuta também pode prescrever exercícios de fortalecimento para os músculos circundantes do ombro para ajudar a estabilizar a articulação do ombro e prevenir lesões futuras.
Alguns exemplos de técnicas utilizadas na fisioterapia para a capsulite adesiva incluem:
- Mobilização articular passiva: o fisioterapeuta usa as mãos para mover suavemente o braço afetado através de sua amplitude de movimento limitada.
- Exercícios de amplitude de movimento: o fisioterapeuta pode prescrever uma série de exercícios específicos para ajudar a melhorar a amplitude de movimento do ombro.
- Técnicas de liberação miofascial: o fisioterapeuta usa técnicas de massagem para ajudar a soltar a cápsula articular e os músculos circundantes.
- Fortalecimento muscular: o fisioterapeuta pode prescrever exercícios de fortalecimento específicos para os músculos circundantes do ombro para ajudar a estabilizar a articulação do ombro.
É importante lembrar que o tratamento da capsulite adesiva pode levar tempo e envolver uma abordagem multifacetada. A fisioterapia é uma parte essencial do tratamento da capsulite adesiva e pode ajudar a melhorar a amplitude de movimento do ombro e reduzir a dor.
3- Cirurgia
A cirurgia para a capsulite adesiva é geralmente considerada como último recurso e é recomendada apenas quando outros tratamentos não foram eficazes na redução da dor e da rigidez no ombro.
A cirurgia para a capsulite adesiva é realizada por artroscopia, que é um procedimento minimamente invasivo que utiliza pequenas incisões e um instrumento de visualização para remover aderências e cicatrizes na cápsula articular.
Durante o procedimento, o cirurgião insere um pequeno instrumento na articulação do ombro por meio de uma pequena incisão. O instrumento é usado para soltar e remover aderências e cicatrizes na cápsula articular do ombro, permitindo que a cápsula se estique e se mova mais livremente.
Após a cirurgia, o paciente pode ser colocado em um programa de fisioterapia para ajudar a restaurar a amplitude de movimento do ombro. A recuperação pode levar vários meses e envolve um compromisso sério com a reabilitação.
É importante lembrar que o tratamento da capsulite adesiva pode levar tempo e envolver uma abordagem multifacetada. A fisioterapia e os exercícios prescritos pelo fisioterapeuta são fundamentais para ajudar a soltar a cápsula articular e melhorar a mobilidade do ombro. O uso de medicamentos e cirurgia pode ser necessário em casos mais graves. É importante trabalhar em estreita colaboração com um profissional de saúde para determinar o melhor plano de tratamento para a condição individual de cada paciente.