As mulheres resistem mais à dor? Mito ou verdade?

 em Informativo

A questão sobre qual sexo é mais resistente à dor é complexa e envolve fatores biológicos, psicológicos e culturais. Estudos mostram que mulheres e homens experienciam a dor de maneiras diferentes e com resultados variados. Alguns sugerem que o sexo feminino pode ter um limiar de dor mais elevado, mas nada muito contundente é descrito. Acompanhe a leitura para entender mais sobre como a dor costuma se apresentar em mulheres e homens.

 

As mulheres podem ter limiar de dor pais alto, por experiências biológicas próprias, como o parto. No entanto, outros estudos apontam que mulheres têm maior chance de desenvolver dor crônica.

 

Pesquisas realizadas a respeito desse assunto têm mostrado resultados inconclusivos. Há evidências de que realmente existem diferenças na percepção da dor entre os gêneros. Descubra o que dizem as pesquisas sobre o tema.

 

Dor e gênero

 

O sexo feminino aparenta ser mais sensível à algumas doenças causadoras de dores crônicas, como a fibromialgia ou artrite reumatoide. Não é que o sexo feminino seja mais sensível à dor, mas de maior risco de desenvolver essas doenças.

 

Pacientes portadores de doenças crônicas causadoras de dor generalizada vão sofrer com dor independente do sexo a que pertençam. O que diferencia, nesses casos, é a doença ser mais comum no sexo feminino.

 

Além disso, a percepção de dor é extremamente individualizada, sendo influenciada por fatores psicológicos e experiências passadas, além dos biológicos. Cada pessoa perceberá a dor como uma experiência única.

 

Um estudo realizado no Reino Unido destacou alguns pontos sobre o assunto:

 

  • Evidências revelam que homens e mulheres percebem a dor de maneiras diferentes, apesar de não existir um estudo que comprove necessariamente qual dos gêneros é mais tolerante à dor. Portanto, é comprovado que o sintoma realmente é percebido de formas distintas.
  • As mulheres relatam mais dores em comparação aos homens, mas também enfrentam condições dolorosas e crônicas com mais frequência, como a fibromialgia e osteoporose, por exemplo. Isso não diz que elas são mais sensíveis à dor, mas que apenas estão expostas a condições mais dolorosas e complicadas com uma frequência maior.
  • Quanto a dor, as diferenças entre gêneros também variam de acordo com a idade. As diferenças ocorrem, com mais frequência, nos anos reprodutivos, por causa de condições hormonais.
  • O gênero de um indivíduo ainda não é rotineiramente investigado em muitos estudos sobre a dor, o que faz com que existam diversos mitos e crenças populares sobre o assunto, mas que raramente contam com comprovação científica. Por isso, é bastante comum encontrar notícias falsas sobre o tema.
  • Existe uma série de mecanismos que podem estar envolvidos na explicação dessas diferenças, como questões hormonais, comportamentos e busca por melhor saúde. Questões relacionadas a classe social, por exemplo, podem dificultar o acesso de um indivíduo de qualquer um dos gêneros aos serviços de saúde.

 

De fato, mulheres passam por mais situações dolorosas relacionadas aos hormônios, como a cólica menstrual. São expostas a desconfortos com mais frequência, fazendo com que reportem mais a sensação de dor, em comparação aos homens. Mas isso não é sinônimo de maior sensibilidade à dor, já que os homens não são expostos às mesmas situações. Portanto, seria uma comparação injusta.

 

Diversas condições crônicas que possuem a dor como um dos principais sintomas, também se desenvolvem mais facilmente no sexo feminino. É o caso da osteoporose, por exemplo. Isso também ocorre por questões hormonais, já que a partir da menopausa, os níveis do hormônio estrogênio passam por uma queda significativa nas mulheres, resultando em um enfraquecimento ósseo.

 

Além das questões hormonais, as condições emocionais e até mesmo as relações interpessoais impactam bastante na maneira como cada gênero lida com a dor. A relação entre a ansiedade e a dor, por exemplo, é mais prevalente entre os homens. Enquanto a relação entre depressão e dor é mais prevalente em mulheres. Existem diversas variáveis que devem ser levadas em conta nos estudos sobre a diferença da percepção de dor entre os gêneros.

 

As dores físicas estão diretamente relacionadas às questões emocionais, já que são uns dos principais sintomas da ansiedade e depressão. Porém, os gêneros lidam com isso de maneiras diferentes, já que pesquisas mostram que as mulheres utilizam mais estratégias de enfrentamento. Afinal, elas falam mais sobre a dor com outras pessoas, e buscam mais apoio social e emocional para poder lidar com isso.

 

Os homens, até mesmo por questões culturais e estereótipos, verbalizam menos a condição. O que é algo bem negativo em termos de tratamento, fazendo com que milhares de indivíduos do gênero masculino passem por situações desconfortáveis em silêncio.

 

Dor e subjetividade

 

Existem poucos estudos sobre a diferença da percepção da dor entre homens e mulheres pelo fato da dor, por si só, ser subjetiva. Dessa forma, fica mais difícil estudar o sintoma de uma forma mais específica. Para entender o que uma pessoa está sentindo, é necessário confiar unicamente no seu relato. Por isso, é difícil determinar o quanto a dor é de fato sensorial, e o quanto ela é influenciada por fatores psicológicos.

 

O sistema límbico do cérebro, diretamente relacionado às emoções, é ativo e responde à dor física tanto para mulheres, quanto para homens. Analisando uma ressonância magnética, por exemplo, é difícil distinguir a dor puramente física da psicológica.

 

De forma resumida, homens e mulheres sentem dores, e possuem suas próprias maneiras de lidar com elas. Mas para ambos os gêneros, existe uma grande importância em relatar o que estão sentindo, e procurar auxílio médico.

 

A importância de reportar a dor e buscar auxílio médico

 

Como explicamos acima, a dor, por si só, não oferece muitas pistas da sua verdadeira causa e diferença entre os sexos. A dor pode estar relacionada a doenças crônicas e problemas psicológicos. O que faz com que seja essencial que homens e mulheres busquem reportar as suas dores, e falar abertamente sobre elas, de preferência com profissionais da saúde.

 

Existem diversas doenças crônicas prejudiciais à saúde e a qualidade de vida do indivíduo que possuem como principal sintoma a dor. Quando o indivíduo, seja homem ou mulher, não procura auxílio médico, aquele sintoma tende a se tornar cada vez mais frequente, atrapalhando a realização das atividades cotidianas, e impactando diretamente sua qualidade de vida.

 

Não é nem um pouco saudável viver dessa forma, convivendo com dores constantes. Por isso, é fundamental procurar auxílio médico quando se deparar com a dor, independente do sexo. Afinal, quanto mais cedo uma doença for diagnosticada, mais fácil será o seu tratamento, melhorando a qualidade de vida do indivíduo e reduzindo o seu desconforto.

 

Além disso, as dores sempre se relacionam com questões emocionais. Muitas vezes, o indivíduo pode sofrer de ansiedade ou depressão, sem ao menos estar ciente disso, o que o impede de procurar o auxílio médico e psicológico necessário. É importante investigar se as dores estão influenciando ou são influenciadas pela saúde emocional do paciente.

 

Dessa forma, não é saudável que indivíduos do sexo feminino ou masculino guardem as suas dores para si mesmos, sofrendo com o sintoma em silêncio. Não é necessário ter medo de buscar auxílio médico nessa situação.

 

Quando procurar um médico especialista em dor?

 

Quem sofre com dores crônicas certamente já tentou resolver o problema de diversas formas diferentes, sem sucesso. E é nesse momento que o médico especialista em dor deve ser procurado, para entrar com um plano de tratamento realmente eficiente, buscando o alívio do sintoma e a melhora na qualidade de vida do paciente.

 

Essa especialidade da medicina avalia, diagnostica e trata diversos tipos de dor, e o seu diferencial está na sua vasta experiência e formas de lidar com os sintomas reportados pelo paciente. O especialista dessa área conta com mais familiaridade com os fatores que costumam desencadear o sintoma da dor, apesar de eles serem bem diversos.

 

Dessa forma, ele também conhece técnicas de tratamento mais aprofundadas e eficientes, capazes de melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente.

 

O profissional também é capacitado para realizar o diagnóstico correto e encaminhar o paciente para outro especialista caso julgue necessário de acordo com cada situação.

 

Portanto, ao invés de focar nas diferenças das percepções de dor entre homens e mulheres, o certo seria focar em fazer com que ambos os sexos busquem maneiras de enfrentar o sintoma, impedindo que ele diminua a sua disposição e qualidade de vida. Todos os indivíduos que sofrem com as dores crônicas devem consultar um especialista com frequência para entender mais sobre a origem do sintoma, e dar início a um tratamento mais adequado.

 

Quais medicamentos devo tomar?

 

Muitos se perguntam quais são os medicamentos ideais para combater dores crônicas, e dores muito intensas. Mas a verdade é que se automedicar não é uma boa ideia. O tratamento adequado varia bastante de acordo com cada situação, já que as dores se apresentam de formas diferentes em cada indivíduo, e também possuem origens distintas.

 

Por isso, consulte um médico especialista para te indicar o tratamento correto. E é fundamental seguir todas as recomendações do profissional. Utilize sempre os medicamentos prescritos pelo médico, com a dose e frequência corretas. Afinal, a utilização do medicamento errado pode atrapalhar bastante o progresso do tratamento, ou até mesmo resultar na piora dos sintomas apresentados pelo paciente.

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