Fibromialgia e Atividade Física, Combinam?

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A fibromialgia é uma síndrome clínica que causa dor pelo corpo inteiro, principalmente em músculos, tendões e ligamentos. Esse tipo de dor faz com que diversos pacientes fiquem em dúvida se é uma boa ideia a realização de atividades físicas quando se é portador da doença. É sobre isso que falaremos neste artigo! Acompanhe a leitura:

 

O que é a fibromialgia?

 

A fibromialgia é uma condição que, além de causar dores no corpo inteiro, também possui sintomas como a fadiga excessiva, sono não reparador (o indivíduo acorda cansado), alterações na memória e atenção, alterações intestinais e aumento na chance de ter depressão ou ansiedade.

 

Outra característica da condição é uma grande sensibilidade ao toque e compressão na musculatura. A fibromialgia é uma doença crônica muito comum e no Brasil, possui mais de 2 milhões de casos por ano.

 

Apesar de não conter informações sobre o porquê isso acontece, a fibromialgia é bem mais comum em indivíduos do sexo feminino. As alterações hormonais não parecem ter relação com o problema, já que ele ocorre tanto antes quanto depois da menopausa.

 

A condição pode se desenvolver em indivíduos de qualquer idade, mas costuma ser mais comum dos 30 a 60 anos. O diagnóstico da doença é clínico, ou seja, após avaliação médica com entrevista exame físico. O médico pode solicitar alguns exames normalmente para exclusão de outros tipos de doença. Não existe um exame diagnóstico para fibromialgia.

 

Sintomas

 

Conheça os principais sintomas apresentados pelos pacientes com fibromialgia:

 

  • Dor por mais de três meses em toda e qualquer região do corpo, que piora no final do dia;
  • Presença de pontos dolorosos na musculatura;
  • Fadiga excessiva;
  • Alterações no sono (sono superficial e interrompido);
  • Alterações na memória e atenção;
  • Alterações intestinais;
  • Maior sensibilidade ao toque na musculatura (diversos pacientes passam a não tolerar ser abraçados);
  • Quadros de depressão ou ansiedade;
  • Sensibilidade maior na bexiga;
  • Maior sensibilidade a estímulos ambientais, como cheiros e barulhos fortes;
  • Sensação de amortecimento nas mãos e pés;

 

A dor presente na fibromialgia pode variar bastante de paciente para paciente. Pode ser difusa pelo corpo, ou em regiões mais específicas. Ela pode começar leve, e ir ficando mais intensa com o passar do tempo. É por isso que, inicialmente, os pacientes não costumam se preocupar.

 

É comum que o sintoma se intensifique mais ao final do dia. Os pacientes descrevem a dor como profunda, que se encontra “nos ossos” ou ao redor das articulações. Portanto, pode ser fácil diferenciá-la de dores causadas por outras condições.

 

Caso esteja apresentando os sintomas, consulte um médico para a realização de um diagnóstico mais específico.

 

Causa

 

Não existe uma causa única esclarecida para a fibromialgia, apesar de já haver algumas pistas. Os pacientes que possuem fibromialgia apresentam uma sensibilidade bem maior do que os indivíduos que não possuem a condição.

 

Dessa forma, acredita-se que a causa está no cérebro dos pacientes, como se tivesse um “botão de volume” desregulado, ativando o sistema nervoso, aumentando a sensibilidade da pessoa que fica susceptível a sentir dor mesmo diante de estímulos que normalmente não a causariam. E assim, os nervos transmitem uma informação captada nos músculos como dor, aumentando anormalmente a percepção do estímulo.

 

Porém, são apenas suposições. Ainda não há uma causa comprovada para a fibromialgia e ela continua sendo motivo de debate na medicina.

 

Fibromialgia e atividades físicas combinam?

 

As dores da fibromialgia afetam principalmente os músculos. Além da sensibilidade também ser maior nessa região. A dor muscular faz com que muitos acreditem que treinar a musculatura com atividades físicas não é uma boa opção para pacientes que possuem a condição, podendo até mesmo piorar a doença.

 

Porém, essa crença está incorreta. Os exercícios físicos são um dos tratamentos mais eficazes para a fibromialgia. A sua realização, quando frequente, combate praticamente todos os sintomas da doença. Alivia as dores, a sensação de fadiga, regula o sono, e reduz o estresse.

 

As atividades físicas são extremamente benéficas para a saúde mental, prevenindo também os quadros de depressão e ansiedade relacionados à fibromialgia.

 

A dor crônica presente na condição é um fator que contribui bastante para a piora da qualidade de vida dos pacientes, comprometendo o humor, a disposição, e aumentando as chances de quadros de depressão e ansiedade. E a atividade física funciona como uma intervenção não medicamentosa, atuando na redução do sintoma da dor.

 

Portanto, o paciente diagnosticado com a fibromialgia, não apenas pode como deve realizar atividades físicas para reduzir a intensidade dos sintomas e aumentar a qualidade de vida! Os médicos costumam passar diversos exercícios para o paciente após a confirmação da condição e é imperativo que o paciente procure avaliação especializada de um educador físico ou fisioterapeuta.

 

A melhor atividade física para o paciente portador de fibromialgia é a atividade que ele se adapta e gosta de fazer. Alguns estudos indicam melhor resultado com exercícios de força e resistência, como musculação, na melhora dos sintomas da doença. Exercícios aeróbicos também estão indicados. A prática de atividade física gera uma sensação de bem-estar, além de liberar endorfina, um analgésico natural.

 

A prática de atividades físicas é uma ótima forma de aliviar significativamente as dores da fibromialgia. É importante que o paciente portador de fibromialgia entenda que atividade física regular faz parte do tratamento da doença, não é apenas uma questão de vida saudável.

 

 

Tratamento

 

Vimos que as atividades físicas, além de extremamente benéficas para pacientes que possuem fibromialgia, são um ótimo tratamento para a condição. Mas além da prática de exercícios, existem outros tratamentos eficazes para a fibromialgia. Conheça-os:

 

Medicamentos

 

O tratamento medicamentoso costuma ser bastante eficaz para casos de fibromialgia. São utilizados anti-inflamatórios e analgésicos para o controle da dor, e a intensidade do remédio depende da intensidade do sintoma.

 

O tratamento da fibromialgia é personalizado, pois é realizado levando em consideração os sintomas, que podem variar bastante de paciente para paciente. Portanto, não existe apenas um tratamento mágico adequado para a fibromialgia. Cada paciente possui suas particularidades e necessidades, e tudo isso deve ser conversado com o médico responsável.

 

Além dos anti-inflamatórios e analgésicos, os antidepressivos e ansiolíticos também são bastante utilizados no tratamento da fibromialgia. Mas isso dependerá da avaliação médica, e do padrão de sono do paciente.

 

Os antidepressivos são efetivos para o tratamento por agir diretamente no cérebro, regulando substâncias essenciais para o bem-estar do paciente, como a serotonina, noradrenalina e dopamina. Tais substâncias aliviam a dor, reduzem a fadiga e, também, melhoram a qualidade do sono.

 

Além de contribuir para o estado de ânimo, ajudando em quadros de depressão e ansiedade, que costumam ser comuns em pacientes que sofrem com a fibromialgia.

 

Os ansiolíticos também possuem um papel importante na indução ao sono, e a melhora na sua qualidade. Além disso, promovem o relaxamento muscular e diminuem a ansiedade.

 

Os relaxantes musculares também são bastante utilizados para diminuir a rigidez dos músculos, aliviando a dor. Como a maior parte dos sintomas da fibromialgia afetam a musculatura, a utilização dos relaxantes é uma ótima opção.

 

Por fim, outros medicamentos bastante utilizados são os neuromoduladores, que agem no sistema nervoso regulando as vias responsáveis pela dor e proporcionando o alívio, e os indutores do sono, responsáveis por aumentar a qualidade da rotina de sono do paciente.

 

Mas é essencial deixar claro que os pacientes não devem, em nenhuma circunstância, se automedicar. Apenas o seu médico de confiança saberá o que é melhor para o seu caso, e realizará uma prescrição que atende às suas demandas.

 

O tratamento medicamentoso por conta própria possui diversas consequências sérias. Afinal, a utilização do medicamento errado pode acentuar ainda mais os sintomas da doença, tornando-a mais grave. Além de que o paciente pode ser alérgico a algum dos componentes de um medicamento.

 

Sem contar que todos os medicamentos possuem efeitos colaterais, que podem ser mais graves para alguns pacientes do que para outros.

 

A utilização exagerada de qualquer medicamento também traz consequências negativas. O seu uso deve obedecer a dose e a frequência prescritas pelo profissional da saúde.

 

Terapias

 

Como vimos acima, metade dos pacientes que possuem fibromialgia acabam apresentando um quadro de depressão ou ansiedade. O que faz com que seja essencial que os pacientes realizem um acompanhamento com um psicólogo ou um psiquiatra.

 

A fisioterapia através de exercícios e alongamentos também pode auxiliar no alívio das dores, e na prevenção de novas crises. Além de que o tratamento fisioterápico também contribui para um bem-estar mental e psicológico, prevenindo os quadros de depressão ou ansiedade.

 

A acupuntura também é uma ótima terapia para o alívio dos sintomas da fibromialgia. A técnica consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo, com a finalidade de tratar doenças, promover a sensação de bem-estar, e principalmente, aliviar a dor.

 

O tratamento varia bastante de paciente para paciente. O melhor a se fazer para descobrir o que funciona melhor para você, é conversar com um médico sobre os sintomas que mais te incomodam, e ele te ajudará a encontrar o melhor tratamento para o seu caso.

 

Mas, mesmo que o tratamento seja diferente para cada paciente, todos devem realizar atividades físicas com frequência, e manter um acompanhamento psiquiátrico e psicológico constante. Pois são fatores essenciais para evitar que a doença se agrave, e traga consequências mais sérias que ameaçam a sua qualidade de vida.

 

A fibromialgia, infelizmente, não possui cura. Mas saiba que é totalmente possível conviver com a doença de forma saudável, mantendo uma boa qualidade de vida e controlando bem os seus sintomas. Basta levar o plano de tratamento a sério e seguir todas as recomendações do seu médico de confiança!

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