Já ouviu falar na Síndrome do Desfiladeiro Torácico?

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A chamada “síndrome do desfiladeiro torácico” consiste numa compressão dos nervos ou vasos sanguíneos que se encontram na região entre a primeira costela e a clavícula, o desfiladeiro torácico, onde também se encontra o músculo peitoral. Nesta região, passa um conjunto de nervos que vem da lateral do pescoço, chamado de plexo braquial. E quando essas estruturas são afetadas, a síndrome se inicia, gerando diversos sintomas. Ela engloba diversas doenças, e pode ter diversas causas. Saiba mais sobre a síndrome, os seus sintomas, causas, diagnóstico e tratamento:

 

Uma descrição mais abrangente sobre a síndrome

 

A síndrome do desfiladeiro torácico pode ter diferentes causas que podem levar ao mesmo quadro. Ela pode durar anos, ou até a vida inteira, apesar do tratamento contribuir bastante para o alívio dos sintomas. Pode acometer qualquer pessoa, mas costuma ser mais comum em atletas, e em mulheres de 35 a 55 anos.

 

A verdade é que se trata de uma síndrome pouco compreendida pelos profissionais da saúde. O diagnóstico pode ser bem difícil de ser realizado, assim como o seu tratamento, em alguns casos.

 

Essa condição possui diferentes classificações, de acordo com a estrutura afetada. Conheça-as:

 

Neurogênico – esse é o tipo mais comum da síndrome. Os nervos do plexo braquial são a região afetada, gerando dificuldade na movimentação das mãos e braços, ou a sensação de formigamento.

 

Venoso – as regiões afetadas e comprimidas são as veias localizadas no desfiladeiro torácico, formando coágulos sanguíneos e diminuindo a circulação. É mais comum em homens, principalmente atletas, devido aos movimentos repetitivos. Os sintomas mais comuns são a sensação de formigamento nos braços, e mãos e dedos roxos ou pálidos.

 

Arterial – essa classificação é um pouco mais rara e mais grave do que as outras. Afinal, afeta e comprime as artérias locais, podendo levar ao desenvolvimento de aneurisma.

 

Para se proteger das complicações geradas pela síndrome, é imprescindível consultar um médico assim que apresentar os sintomas, para a realização de um diagnóstico precoce. Quando antes a condição for descoberta, mais efetivo será o tratamento, responsável por descomprimir a estrutura e aliviar os sintomas.

 

Saiba como identificar os sintomas da síndrome do desfiladeiro torácico:

 

Sintomas

 

Os sintomas variam de acordo com a estrutura afetada. Mas no geral, os principais sintomas da síndrome são:

 

  • Formigamento nos braços, mãos e dedos;
  • Dificuldade de movimentação no braço;
  • Dores no pescoço, ombros, braços, mãos, na lateral da cabeça ou nuca;
  • Inchaço e sensação de fraqueza no pescoço, tórax ou braços;
  • Dedos roxos ou pálidos;
  • Mudanças na sensibilidade das mãos e dedos, ou diminuição de temperatura;
  • Ferida nos dedos;
  • Dor intensa no peito que piora ao levantar o braço;
  • Dor na região supraclavicular que piora ao realizar esforços ou movimentar o braço;
  • Sensação de peso no ombro;
  • Aumento de temperatura na pele;

 

Em casos mais raros, o fluxo sanguíneo comprometido pode causar a síndrome de Raynaud, e os dedos ficam azulados e dormentes quando expostos ao frio. Caso se identifique com os sintomas, procure um médico com urgência.

 

Causas

 

As causas mais comuns da síndrome do desfiladeiro torácico são traumas, esforços repetitivos em esportes, acidentes, entre outras lesões. Também aparece em mulheres grávidas, mas costuma desaparecer ou reduzir drasticamente após o parto, e a motivação desse processo ainda é desconhecida.

 

Conheça outras possíveis causas para o surgimento da síndrome:

 

  • Alterações posturais;
  • Alterações anatômicas no músculo do pescoço, ou na primeira costela;
  • Propensão genética;
  • Lesões no pescoço ou na clavícula;
  • Hipertrofia (aumento muscular, que ocorre em atletas);
  • Lesões cervicais;
  • Tumor no pescoço;
  • Dormir de mau jeito;

 

Como a síndrome é comum em atletas, uma ótima forma de prevenção seria realizar a fisioterapia esportiva. Ela auxilia no relaxamento do corpo após atividades físicas intensas, além de melhorar a sua resistência. É responsável por evitar lesões, e também acelera a recuperação das lesões já existentes. As lesões costumam ser a principal causa para o surgimento da síndrome do desfiladeiro torácico.

 

É importante tomar cuidado com movimentos repetitivos, e prestar atenção na postura, principalmente na hora de dormir.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico é realizado pelo médico. Ele avalia os sintomas relatados pelo paciente, o examina e pode pedir alguns exames complementares, como raio X do tórax e da coluna cervical, tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassom com Doppler, arteriografia ou angiografia. São diversas opções de exames para chegar a um diagnóstico específico.

 

Dessa forma, o médico consegue confirmar sua suspeita, no caso, a compressão nervosa pela síndrome do desfiladeiro torácico. Lembrando que, pelo fato da síndrome ainda não ter uma causa clara para a ciência, a realização do diagnóstico pode ser difícil.

 

Durante o exame físico, o médico também pode realizar alguns testes. O teste dos três minutos de estresse com o braço elevado é um dos mais efetivos para o diagnóstico da síndrome. Consiste na abdução do braço afetado, junto com rotação externa e uma flexão de 90º dos cotovelos. E durante os três minutos, o paciente deve realizar movimentos repetitivos de abrir e fechar a mão.

 

Durante o teste, o paciente relata o que está sentindo. Caso não seja portador da síndrome, ele apenas se cansa de realizar esse movimento repetidamente. Caso apresente sintomas de formigamento e incapacidade de continuar o movimento, significa que possa conter a síndrome.

 

Tratamento

 

O tratamento varia de acordo com a estrutura afetada e a sua causa. É realizado com o médico e os principais tratamentos para a síndrome do desfiladeiro torácico são os medicamentos (orais e injetáveis), a fisioterapia e, em casos mais graves, cirurgia. Saiba mais sobre cada tratamento:

 

Medicamentos

 

Os medicamentos prescritos pelo profissional da saúde possuem a capacidade de aliviar a dor, atuar no inchaço local, prevenir a formação de coágulos sanguíneos ou reduzir a inflamação da região. São utilizadas diversas classes de medicamentos para atingir esses objetivos como anti-inflamatórios, analgésicos, anticoagulantes, medicamentos trombolíticos que aplicados na veia em ambiente hospitalar. Eles são responsáveis por dissolver coágulos sanguíneos já formados.

 

O tratamento inicial da síndrome do desfiladeiro torácico é conservador, ou seja, não está indicado cirurgia, e é realizado quando o médico descarta a existência de alterações vasculares graves. São utilizados anti-inflamatórios, e é recomendado que o paciente fique em repouso para o alívio dos sintomas. O tratamento conservador costuma funcionar para uma grande parte dos pacientes.

 

Fisioterapia

 

A fisioterapia deve ser realizada com a indicação do médico ortopedista, e é mais recomendada para os pacientes em casos de síndrome neurogênica. São realizados exercícios de alongamento, que consistem principalmente em fortalecer a musculatura do ombro e do pescoço, um fator essencial para um tratamento realmente efetivo.

 

Os exercícios, além de fortalecer a musculatura e aumentar a resistência corporal, também aliviam as dores e inchaços, proporcionando uma sensação de bem-estar. As técnicas fisioterapêuticas também podem auxiliar na recuperação da sensibilidade da região mais afetada pela síndrome, e facilitar a movimentação do paciente, aumentando a sua qualidade de vida.

 

Outro benefício é que a fisioterapia ajuda a aliviar a compressão dos vasos sanguíneos, melhorando a circulação sanguínea e aliviando os sintomas de formigamento e roxeado nas mãos e dedos.

 

Combinar os medicamentos com as práticas fisioterapêuticas garante um resultado mais acelerado e efetivo, de forma que funcione para a maioria dos pacientes. Porém, lembre-se que não é indicado, em circunstância alguma, se automedicar ou ir atrás de um tratamento por conta própria.

 

A indicação deve ser realizada pelo médico, pois qualquer ação que o paciente tomar por conta própria para tratar a síndrome sem consultar o profissional com antecedência, pode piorar ainda mais os sintomas e gerar complicações.

 

Cirurgia

 

A cirurgia é recomendada em casos mais graves, quando os sintomas não apresentam melhora com o tratamento medicamentoso e fisioterapêutico, e continuam progredindo. Quando o ortopedista identificar uma insuficiência vascular aguda ou disfunção neurológica progressiva, o tratamento cirúrgico deve ser realizado com urgência.

 

O foco da cirurgia é a realização da descompressão dos vasos sanguíneos ou nervos afetados pela síndrome do desfiladeiro torácico. O cirurgião pode remover as estruturas que estão causando essa compressão, ou aplicar os medicamentos trombolíticos diretamente na veia do paciente para dissolver os coágulos.

 

Lembrando que o tratamento cirúrgico deve vir sempre em último caso.

 

Importância do acompanhamento médico

 

A síndrome do desfiladeiro torácico engloba várias doenças e possui sintomas intensos, que podem tornar incapacitante a realização de atividades de rotina do paciente. Afinal, ele pode sentir uma grande dificuldade de movimentação nos braços, ou até mesmo perder a sensibilidade da região mais afetada pela síndrome. Além das dores intensas causadas pela condição.

 

Por isso, é mais do que essencial realizar consultas frequentes ao ortopedista. Não ignore os sintomas, pois sem a realização do tratamento adequado, a chance de surgirem graves complicações futuras é maior. A síndrome deve ser tratada logo no início para que o tratamento faça mais efeito e não evolua ao ponto de chegar no tratamento cirúrgico como a única opção possível.

 

Preste atenção nos sintomas, na sua intensidade e possíveis alterações. Caso os sintomas apresentem qualquer anormalidade, não espere para relatar ao seu médico de confiança. O ortopedista deve acompanhar o paciente de perto, para saber se o tratamento está funcionando da forma devida ou não, e assim, tomar as providências adequadas.

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