Dipirona no tratamento da dor – Vale a pena?

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A dipirona monoidratada é um medicamento bastante utilizado para o tratamento de diversos sintomas, incluindo as dores e a febre, por ser um analgésico e um antitérmico potente e excelente. Muitas pessoas apostam na dipirona, mesmo sem prescrição médica, já que ela não exige receita para ser comprada, mas será que vale a pena utilizá-la sempre que houver dores? Se sim, qual tipo de dor deve ser tratada com dipirona? 

No texto de hoje, vamos falar um pouco sobre a Dipirona no Tratamento da Dor e também um pouco mais sobre o medicamento como um todo: é seguro? É preciso procurar um médico para o uso? Veja abaixo informações sobre o assunto!

O que é a Dipirona?

 

A Dipirona, como já dissemos, é um medicamento que pode ser encontrado em formato de gotas, por supositórios, comprimidos, injeções e até em xaropes. Antigamente, a dipirona monoidratada era conhecida como Novalgina, mas hoje ela é encontrada com outros nomes comerciais, como Lisador dip, por exemplo. Seu uso, basicamente, é para o tratamento de dores e, principalmente, da febre, seja em pessoas adultas ou crianças ou bebês, desde que respeitada a dosagem máxima por peso. 

Com efeito analgésico e antitérmico, a dipirona é um medicamento extremamente eficaz para dores, sejam elas crônicas ou agudas, sendo muito indicada para dores de cabeça ou enxaqueca. Obviamente, é preciso se atentar ao que o médico recomenda, porque o excesso da dipirona pode causar reações de rebote da dor, além de outros efeitos colaterais potencialmente perigosos.

Como usar a dipirona?

 

Como já estamos falando ao longo do texto, a dipirona para dor ou para a febre, deve ser administrada de acordo com o que o médico receitar. Para nível de informação, vale dizer que o comprimido de 500 mg ou de 1g deve ser ministrado apenas para adultos ou adolescentes acima dos 15 anos, devendo ser respeitado o limite de horas entre uma dose e outra, sendo o comprimido de 1g espaçado a cada seis horas. 

Já a dipirona em gotas só pode ser utilizada para o tratamento de adultos ou bebês acima dos 3 meses, já que o uso abaixo dessa idade pode causar problemas e, por isso, não é recomendado. 

Quando falamos na dipirona xarope de 50mg/ml, a administração é via oral com a seringa dosadora própria do medicamento. Assim como os demais tipos de dipirona, ela deve ser ministrada de 6 em 6 horas, sem ultrapassar a dose máxima por peso. A dipirona xarope deve ser ingerida no máximo 4 vezes ao dia e é importante se atentar a isso na hora do tratamento. 

Já quando falamos do supositório de 300 mg, a aplicação é via retal, sempre em crianças acima dos 4 anos de idade com mais de 16 kg. A dose é de um supositório a cada 6 horas, 4 vezes ao dia. Nesse caso em específico, deve-se ter mais cuidado com a aplicação, sempre higienizando as mãos antes com água, sabão ou álcool.

Por fim, temos a dipirona injetável, que deve ser aplicada na veia por um profissional devidamente capacitado, como um farmacêutico ou um enfermeiro, com o devido respaldo e orientação do médico. Além da aplicação na veia, também é possível aplicar no músculo. Assim como a dipirona em comprimido e em gotas, ela não deve ser aplicada em bebês devido aos seus efeitos colaterais. A dose deve ser respeitada e o paciente deve receber a injeção deitado para evitar queda da pressão arterial – além disso, é preciso aplicar a injeção devagar. 

A dipirona também pode ser usada em associação com outras medicações analgésicas. O objetivo disso é uma atuação melhor no combate à dor mais intensa somando os benefícios de várias medicações e com menos efeitos colaterais. Pode ser utilizada com anti-inflamatórios, anti-depressivos, Gabapentinóides, relaxantes musculares, medicações tópicas ou injetáveis  e várias outras.

 

Efeitos colaterais que a dipirona pode causar

 

Existem alguns efeitos colaterais que podem aparecer com o uso da dipirona, sendo a queda da pressão arterial a mais comum. Mas, também há outros associados, como:

 

  • Dor no estômago ou intestino
  • Má digestão ou diarreia
  • Coloração avermelhada da urina
  • Pressão baixa
  • Arritmias cardíacas
  • Ardência na pele
  • Urticária na pele
  • Reações alérgicas
  • Choque anafilático
  • Agranulocitose

 

Entre os efeitos mais graves, os três últimos citados estão entre os principais. A reação alérgica pode começar com um inchaço em alguma parte do corpo, aumentando conforme o não-tratamento adequado, sendo necessário ir ao médico para se ministrar corticoides. 

Seja qual for o problema ou sintoma que apareça após o uso da dipirona, é ideal procurar um médico para que ele possa ajudar a evitar maiores transtornos. Vale dizer que algumas pessoas não devem tomar dipirona, como quem tem problemas na medula óssea, doenças do sangue, ou alérgicos. Se você não sabe se é alérgico à dipirona e nunca tomou esse medicamento, é importante que o primeiro contato seja com o médico presente, evitando qualquer problema. Geralmente, os alérgicos à dipirona são alérgicos a medicamentos como propifenazona, fenilbutazona ou oxifembutazona, entre outros. Também é importante lembrar que crianças abaixo dos 3 meses não devem utilizar a dipirona em nenhuma circunstância, enquanto crianças com menos de 4 anos não devem utilizar a dipirona via supositório. Para que não fique dúvidas, a dipirona em comprimido também só deve ser administrada para pacientes acima de 15 anos. 

Veja que há muitos cuidados no uso da dipirona para dor ou para abaixar a febre. Esse é um medicamento que precisa de orientação médica, assim como qualquer outro, e que exige muita cautela para que não haja abusos. Aqui um texto nosso sobre cuidados com anti-inflamatórios. Pessoas que tomam dipirona com muita frequência ou em quantidade acima do recomendado, podem ter problemas associados ou até mesmo os efeitos colaterais que citamos acima. Por isso, é importante nunca se automedicar e procurar ajuda de um profissional da saúde caso haja a necessidade de tratar a dor ou a febre. 

 

Mas a Dipirona para a dor vale a pena?

 

Falamos ao longo deste texto sobre os efeitos colaterais da dipirona e também das suas indicações. De modo geral, se for respeitada a dosagem e se não houver administração da dipirona para os grupos que têm restrições, o medicamento é seguro e muito útil para o tratamento contra a dor, seja ela uma dor de cabeça ou até mesmo outro tipo. Porém, é essencial que o paciente tome cuidados, como:

 

  • Jamais se automedique sem saber se há ou não histórico de alergia ou de problemas relacionados ao uso da dipirona e medicamentos similares. 

 

  • Não utilizar a dipirona de maneira excessiva, em uma tentativa de se livrar da dor, mas não tratar a raiz do problema, que deve ser investigada e, para isso, exige a consulta de um médico especialista em dor. A dipirona deve ser parte do tratamento desde que haja a indicação médica e desde que se investigue o que realmente está por trás daquela dor incomodando o paciente, especialmente se ela for crônica e não passar apenas com o uso do medicamento. 

 

  • As dosagens receitadas precisam ser respeitadas, porque existem estudos que as tornam seguras. É comum que o paciente, ao notar que a dor não passou, exagere cada vez mais na dosagem, causando o efeitos indesejados e até mesmo deixando de melhorar com a dipirona porque o organismo já se acostumou ao medicamento. Se não passar a dor com a dipirona e com a dosagem receitada, é essencial informar ao médico para que ele possa tomar as medidas cabíveis, como trocar de medicamento ou realizar a administração de outra maneira, por exemplo. O que não se deve fazer é procurar aumento de dosagem sozinho!

 

  • Se você tiver efeitos colaterais com o uso da dipirona, algo que pode acontecer mesmo após muitos anos usando o medicamento esporadicamente, é importante ir diretamente ao médico para verificar se os efeitos são severos ou se eles vão passar sozinhos. Não ignore uma alergia ou qualquer outro efeito que você associe ao medicamento, pois pode haver uma piora do quadro! 

 

  • Em relação às crianças e aos bebês, a dosagem deve ser menor e bebês de menos de 3 meses não devem utilizar dipirona. O mesmo vale para os animais. Só utilize dipirona receitada, como dissemos e jamais em bebês menores de 3 meses! 

 

A dipirona é um medicamento que pode ser muito útil para a dor e para a febre, mas que exige cuidado, como qualquer outro. Mesmo vendido em farmácias sem receita, o paciente precisa procurar ajuda do médico sempre que for começar um tratamento, porque a automedicação pode levar a sérias consequências. Se você tem dúvidas sobre qual medicamento utilizar para tratar sua dor, faça contato com um médico especialista e relate o seu problema de maneira clara. 

Ele irá te ajudar a entender qual o melhor tratamento e o melhor medicamento também, podendo ser ou não a dipirona. Se a dor for pontual, o uso da dipirona deve ser como manda a bula, sempre de olho em possíveis efeitos colaterais ou até mesmo alergias, que podem ser mais severas e devem ser acompanhadas pelo médico. 

No mais, com exceção de uma dor muito pontual, como dissemos, é importante sempre alertar o médico antes de fazer uso da medicação. As doses indicadas na bula são importantes de seguir, assim como a quantidade de vezes ao dia em que você pode ingerir esse medicamento sem riscos à sua saúde. 

 

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