Os riscos da automedicação – Entenda o que a prática pode causar

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A automedicação é um problema que surgiu há muitos anos, especialmente com o aumento do acesso aos medicamentos por parte da população, que agora pode comprar muitos deles sem mesmo precisar de receita médica – é o caso de alguns anti-inflamatórios e remédios para dor, por exemplo. Quando um sintoma surge, não é incomum que as pessoas busquem se automedicar ao invés de procurar um médico. Habitualmente, apenas em casos mais severos é que o sistema de saúde é procurado. Esse comportamento é um erro e que pode causar inúmeros problemas devido aos efeitos colaterais das medicações e da interação entre eles, em sua maioria desconhecidos pelos pacientes.

Mas quais são os efeitos de utilizar medicamentos sem o acompanhamento médico? E o que pode ser considerado automedicação? No texto de hoje, vamos entender melhor sobre esse assunto e fazer um alerta para toda a população, que precisa estar ciente da necessidade de sempre buscar auxílio médico antes de comprar remédios. Veja abaixo!

 

Antes de mais nada, o que é a automedicação?

 

Primeiro, precisamos entender o que significa a automedicação. Existe uma certa confusão a respeito do termo, porque pessoas mais leigas podem associar a automedicação com o fato de tomar um medicamento em casa, longe da presença do médico. E não, a automedicação não é relacionada ao fato do paciente não estar no hospital, mas sim ao ato de comprar e ingerir medicamentos sem que isso tenha sido recomendado por um durante uma consulta. 

Então, a automedicação é quando um paciente, ao sentir uma dor, por exemplo, vai até a farmácia e compra um medicamento sem saber exatamente se ele trará os benefícios esperados e se é a melhor escolha para aquele sintoma. Isso porque a decisão de se medicar parte do paciente e não de um médico. 

Ou seja, a automedicação é o ato de se medicar sem prescrição médica e sem acompanhar o tratamento com um médico especialista naquele problema. 

 

Por que mais pessoas estão se automedicando?

 

Segundo pesquisas recentes, cerca de 35% das pessoas que vão até as farmácias estão se automedicando, ou seja, não passaram por uma consulta médica para comprar determinado medicamento. O motivo de um número tão elevado estar presente nos dias de hoje é, basicamente, o fácil acesso aos medicamentos e também o acesso à internet, que permitiu a pesquisa dos sintomas e possíveis medicamentos capazes de auxiliar no tratamento. Aqui em nosso blog, por exemplo, falamos sobre sintomas diversos relacionados às dores, mas jamais indicamos medicamentos para elas, pois cada caso é um caso e cada pessoa precisa de um tratamento específico. 

O que tem acontecido é a busca por medicamentos online, sem que haja um profissional por trás das escolhas. Isso é extremamente perigoso e pode causar problemas sérios para o paciente, como iremos citar abaixo. 

 

Veja os principais riscos da automedicação

 

Separamos abaixo algumas das principais complicações que a automedicação pode trazer e os riscos que isso implica na saúde do paciente e até mesmo na própria eficácia do remédio. Afinal, todo medicamento tem efeitos colaterais, que são analisados pelo médico antes de prescrevê-lo, considerando o histórico do paciente e custo-benefício. Veja mais abaixo!

 

1- Interação medicamentosa ou intoxicação

 

O primeiro grande risco de ingerir um medicamento sem prescrição médica é a intoxicação devido às doses incorretas. Afinal, o paciente não sabe ao certo quanto deve tomar ou quando parar de tomar aquele medicamento – alguns, só podem ser ingeridos por cinco dias, como alguns corticóides, por exemplo, tornando o uso prolongado um risco muito alto de causar intoxicação ou problemas em órgãos essenciais. 

Além disso, é preciso se preocupar com a interação medicamentosa, que é quando um medicamento interage mal com outro que o paciente já faz uso há algum tempo, como os medicamentos de uso contínuo. Como o paciente não sabe bem a interferência que o medicamento causa no outro, pode ignorar o risco de efeito adverso ou até mesmo de anulação do efeito esperado. É o caso, por exemplo, de anticoncepcionais que podem perder o efeito ao interagir com outro medicamento. 

Em ambos os casos, apenas o médico é capaz de saber o que realmente pode ser combinado e o que deve ser evitado. Ao recorrer à automedicação, o paciente se arrisca tanto na dosagem, quanto na questão da interação com outros medicamentos de uso contínuo. 

 

2- Mascaramento de sintomas 

 

Tomamos um medicamento para que haja alívio dos nossos sintomas negativos, mas ao fazer isso sem o auxílio do médico, corremos o risco de aliviar um sintoma que, na realidade, deveria ser investigado. É o caso de inúmeras doenças que se apresentam na forma de sintomas, como o câncer, que pode trazer dores como sintomas iniciais – se o paciente se automedica, ele adia o tratamento e, se ele vai ao médico, as chances de haver uma investigação maior em relação aquele sintoma são muito grandes. 

Por fim, a automedicação, especialmente se for feita de maneira constante em relação a um sintoma, é um risco muito grande, pois faz com que o paciente sinta um certo alívio, mas não trate a doença em si. 

 

3- Problemas alérgicos e problemas de dependência

 

Medicamentos são drogas e, por isso, precisam ser prescritos de maneira muito pontual, levando em conta diversos fatores. Alguns medicamentos podem causar dependência, especialmente se forem ingeridos em doses excessivas e, como o paciente tende a errar a dosagem quando se automedica, as chances disso ocorrer são muito grandes. Ficar dependente de um remédio é tão ruim quanto ficar dependente de uma droga ilícita – isso sem contar o agravante de que aquele medicamento pode ser facilmente encontrado em qualquer farmácia, elevando o risco de complicações, como overdoses. 

Também há um risco que devemos nos preocupar muito, que são as reações alérgicas. Ao passarmos no médico, ele irá realizar perguntas que ajudam a evitar as alergias, o que não acontece na automedicação. Uma alergia a medicamentos pode ser muito severa e, sem o devido tratamento rápido, pode levar à morte. 

 

4- Problemas relacionados ao mau uso do medicamento

 

Quando as pessoas se automedicam, elas tendem a manter remédios em casa, o que é capaz de gerar problemas seríssimos, como medicamentos fora da validade sendo ingeridos normalmente, local de armazenamento quente ou úmido demais, acidentes com animais ou crianças, perda da bula, troca de medicamentos muito parecidos, entre outros problemas relacionados ao mau uso e ao mau armazenamento, algo que é bastante comum com pessoas que buscam a automedicação. Ter uma caixinha cheia de remédios pode não ser uma boa ideia! 

 

5- Ineficácia do medicamento

 

Por fim, um dos grandes riscos de se automedicar está na resistência àquela substância, que causa a ineficácia do medicamento a longo prazo. Você já ouviu falar de pessoas que precisam tomar gotas extras de dipirona a cada vez que sentem dor de cabeça porque a dosagem convencional não funciona mais? Isso é muito comum e um problema grande, tanto por causa da perda de eficácia, quanto também devido à superdosagem que já citamos acima como um risco enorme de dependência e overdose. 

Mas, além dos medicamentos permitidos, a automedicação de antibióticos é um risco ainda maior, porque a resistência ao medicamento pode impedir que o indivíduo tenha proteção para uma infecção futura mais grave. É por esse motivo que os antibióticos só são vendidos com prescrição médica – embora ainda existam pessoas que burlam o sistema para adquirir medicamentos sem esse documento. 

Por isso, mesmo que você consiga burlar o sistema, jamais faça isso pelo bem da sua saúde e pelo bem do seu futuro. Antibióticos são medicamentos muito específicos e que não devem ser utilizados sem o cuidado necessário. 

E o mesmo vale para os demais: se você está precisando se automedicar com muita frequência, significa que algo está errado e que é necessário urgente procurar um médico para uma avaliação mais completa. 

 

Conclusões

 

A automedicação é um problema muito grave e que pode custar vidas. Por isso, evite ao máximo comprar medicamentos sem procurar auxílio médico e tenha consciência de que você está lidando com uma droga, onde saber a dose e o tempo ideal é fundamental para evitar problemas. 

O seu médico deve ser seu maior aliado na luta contra uma doença ou sintoma incômodo, procure-o sempre que houver necessidade. Em caso de automedicação esporádica, sempre leia a bula e evite excessos. Caso suas dores ou sintomas não passem, procure o médico para garantir que está tudo bem com o seu organismo. Como resumo das dicas, vale a pena relembrar:

 

  • Guarde medicamentos sempre com a caixa e a bula para saber sobre efeitos adversos e sobre a validade. 

 

  • Evite tomar medicamentos sem procurar um médico mas, se caso fizer, leia a bula e tome apenas esporadicamente. Se o problema persistir, procure ajuda médica rapidamente. 

 

  • Se você toma um remédio de uso contínuo, não ingira nenhum outro medicamento sem antes perguntar ao seu médico se há risco de interação medicamentosa negativa. Isso vale para mulheres que tomam anticoncepcionais. 

 

  • Sintomas mais severos, como dores fortes, devem ser tratados com um médico. 

 

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