Como diferenciar dor de cabeça comum de enxaqueca?
Saber a diferença entre uma dor de cabeça comum, tensional, e a enxaqueca é importante para que haja o diagnóstico correto e, por consequência, um tratamento correto. Também é importante ficar atento ao tipo de sintomas e características da dor, conforme mostramos aqui. De modo geral, o seu médico irá conseguir identificar a diferença entre a dita cefaleia tensional e enxaqueca, porém, muita gente passa por crises de enxaqueca sem ir ao médico e sem seguir o tratamento correto, justamente por não saberem entender o que estão sentindo ou até mesmo por acreditarem que a enxaqueca pode ser considerada uma dor comum e que não há um tratamento específico para se livrar dela. Aqui, você pode ter um pouco mais de informações sobre o tratamento de enxaqueca.
Sendo assim, hoje separamos algumas informações sobre o que é uma dor de cabeça convencional e o que é uma crise de enxaqueca. Além disso, vamos explicar quais são os tipos de tratamentos mais indicados para ambas as dores, que são muito incômodas e podem até estar por trás de um problema maior. Veja abaixo!
Qual a diferença entre dor de cabeça comum e enxaqueca?
Vamos começar o texto explicando a diferença básica entre uma dor de cabeça comum e a enxaqueca. A dor de cabeça tensional tem uma duração e intensidade diferente da enxaqueca, como vamos entender abaixo:
1- Dor de cabeça/Cefaléia comum
A cefaléia, ou simplesmente, dor de cabeça, descreve um conjunto de doenças e sintomas cuja principal característica é a dor na cabeça, excluindo a face. Cefaleias em sua maioria não tem causa explicável, ou seja, não tem uma causa determinada por exame ou explicação. Esse tipo de cefaleia é chamada de primária. Há, porém, um outro tipo de cefaleia, esse, sim, causado por uma doença que é detectada por exame, esse grupo é chamado de cefaleia secundária. A cefaleia secundária tem uma explicação, como um tumor, um resfriado, sinusite, etc.
Dentre as dores de cabeça ditas comuns, destacamos a cefaleia tensional. Ela é normalmente de leve ou de moderada intensidade, em aperto. Não chega a limitar de forma dramática as atividades diárias, apesar de ser muito desconfortável. Além desse tipo, existem dezenas de tipos de cefaleia. Cada tipo conta com características e tratamentos próprios. Veja alguns exemplos:
- Cefaléia em salvas, que tem como característica uma dor muito intensa e noturna, geralmente fazendo com que o paciente fique com os olhos vermelhos e com o nariz congestionado. Essa cefaléia pode ter origem em problemas no chamado nervo trigêmeo e deve ser tratada com medicamentos específicos.
- Cefaléia relacionada ao exercício, que é uma dor de cabeça relacionada à realização de atividade física, geralmente pulsátil, bilateral e de forte intensidade. Habitualmente os pacientes não conseguem manter a atividade física devido à forte intensidade da dor.
2- Enxaqueca
Agora, quando falamos da enxaqueca, estamos falando de uma doença crônica, de origem neurológica e cujo principal sintoma é a dor de cabeça intensa. Neste texto, damos mais detalhes sobre a enxaqueca. Ela é mais comum em mulheres em idade fértil e muitas vezes varia conforme o ciclo menstrual. Suas características mais comuns são: dor intensa, de um lado só, pulsátil, acompanhada de enjoo ou intolerância à luz.
As crises podem ser precedidas de alterações neurológicas que “avisam”a chegada da dor. Os pacientes alternam em períodos de muitas crises e períodos mais calmos. Uma minoria tem dor quase diária, com aumento da sensibilidade e dificuldade em responder a remédios.
As crises são tão intensas que limitam as atividades cotidianas dos pacientes, obrigando-os a fazer repouso ou se isolar. Por isso, a enxaqueca é uma das principais causas de absenteísmo ao trabalho.
Os gatilhos para que a crise de enxaqueca surja são diversos e podem estar relacionados ao tabagismo, à uma alimentação inadequada e até mesmo a fatores genéticos. Veja bem, a enxaqueca é uma doença crônica, que não tem relação com uma gripe ou outra doença, por exemplo. Veja algumas outras características que podem ajudar no diagnóstico:
- A enxaqueca surge de repente e pode aumentar a intensidade até chegar ao ponto de que nem mesmo a luz é suportável. A isso damos o nome de fotofobia, durante a qual o paciente precisa ficar no escuro para ter algum alívio da dor. Há pessoas que apresentam também a fonofobia, durante o qual precisam ficar em ambientes totalmente silenciosos para alívio.
- A enxaqueca pode causar também enjoos e vômitos. Há pessoas que também ficam intolerantes aos cheiros fortes durante a crise.
- A enxaqueca tem um tempo de duração que varia de 4 horas a 72 horas em casos mais intensos. Pode ser que a dor só passe após o uso de um medicamento abortivo receitado pelo médico que conhece bem o paciente, a doença e o que é melhor para aquele caso.
- Vale dizer que, apesar de ser uma doença por si só, ela pode também ter fatores que desencadeiam crises mais frequentes, como privação de sono, sedentarismo, alguns tipos de alimento, como chocolate, quejios e vinho tinto. O mais importante é prestar atenção às características de cada paciente, pois cada pessoa tem sua característica.
Seja como for, a enxaqueca pode ser tratada com medicamentos específicos, assim como pode ser controlada ou evitada com mudanças de hábitos e interrupção de gatilhos capazes de gerar crises. Abaixo, vamos explicar como você pode evitar tanto a dor de cabeça, como a cefaléia – e como tratar ambas.
1- Como evitar a dor de cabeça comum
Infelizmente, as dores de cabeça comuns são difíceis de prever porque, como dissemos, muitas delas não têm relação com outros tipos de doença e nem alterações nos exames. Se caso uma dor de cabeça nova surja, é importante procurar um médico para avaliar e excluir causas secundárias mais graves, como tumores, por exemplo. Também é válido pedir para o médico receitar analgésicos caso a dor esteja muito intensa.
Hábitos saudáveis, como sono regular, alimentação saudável, atividade física regular são os fatores que mais atuam na prevenção da dor de cabeça comum, ou cefaléia tensional.
2- Como evitar a enxaqueca
No caso da enxaqueca, é possível tomar algumas medidas que poderão evitá-la ou diminuir a quantidade de crises. É importante dormir bem todas as noites, ao menos 8 horas por dia, evitar comer alimentos gordurosos ou que você saiba que são capazes de causar crises, como café, chocolates, queijos e industrializados, diminuir o brilho dos aparelhos sempre que possível para evitar crises. O importante aqui é o paciente entender quais são os gatilhos da suas crises e saber evitá-los. Também é importante evitar bebidas alcoólicas, especialmente os destilados e vinhos tintos, e evitar ao máximo ficar sem comer por muito tempo. Todos esses cuidados podem ajudar muito a diminuir a frequência e intensidade das crises de enxaqueca, mas é importante dizer que, ao não notar melhora, o médico precisa ser consultado. Ele irá ajudar a entender qual o medicamento mais adequado e tentar encontrar qual o gatilho está te deixando mais exposto ao problema.
Quem tem enxaqueca não pode beber álcool?
As bebidas alcoólicas são muito comuns em nossa vida social, mas pessoas com enxaqueca podem sofrer com seu uso. De forma geral, é interessante evitar o uso do álcool ou, se caso for beber, que não haja exagero. O vinho tinto, principalmente, está entre as bebidas que mais podem desencadear crises nas pessoas com enxaqueca, importante observar se você é sensível a ele.
De toda maneira, é importante pegar leve, mesmo quando for período de festas e celebrações. A enxaqueca é uma doença que pode ser tratada, mas evitar os gatilhos é, com certeza, a melhor forma de conseguir fazer isso de forma satisfatória. Se possível, beba com moderação ou exclua o álcool da sua vida social por um tempo.
Quando eu devo procurar um médico?
O ideal é que se procure o médico para qualquer dor de cabeça nova que surja ou caso qualquer dor que esteja causando qualquer tipo de limitação ao paciente. Se você vem tendo crises com frequência, mesmo que saiba quais são os gatilhos, é importante não se automedicar e procurar ajuda médica assim que for possível. Alguns medicamentos comuns para dor de cabeça nem sempre surtem efeito na enxaqueca, fazendo com que muitas pessoas tendam a ingerir doses mais altas na tentativa de melhorar mais rapidamente. O ideal, nesses casos, é tomar um medicamento receitado pelo médico e que terá um efeito melhor com doses menores. Nunca se automedique!
Conclusões
A dor de cabeça comum e a enxaqueca fazem parte da vida de muita gente, mas é preciso saber diferenciá-las. Se você tem dores intensas, dificuldade para realizar tarefas durante as crises ou se as dores são isoladas, sem que haja uma razão específica por trás – como uma gripe ou um resfriado – se há sensibilidade à luz e ao som e se há alta frequência nas crises, talvez você sofra de enxaqueca. Seja como for, apenas o médico especialista poderá te trazer a melhor resposta e poderá te ajudar a lidar com o problema. Procure ajuda e evite ao máximo fazer uso de medicamentos sem prescrição. Lembre-se: nem sempre o medicamento que você está tomando é o ideal para o seu caso e pode até mesmo piorar o quadro. Procure ajuda e comece a viver melhor, buscando sempre respaldo de quem entende do assunto.
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