Relaxantes Musculares e seu uso na dor

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Os relaxantes musculares são medicamentos muito utilizados no tratamento da dor, especialmente nas dores agudas, quando esse tipo de medicação consegue trazer um alívio imediato e que permite volta parcial às atividades – por exemplo, quando uma pessoa se lesiona realizando algum tipo de atividade física, os relaxantes musculares conseguem dar conta do problema de maneira bastante tranquila e rápida. 

Mas quando falamos de dores que duram muitos meses ou anos, como as dores crônicas, é essencial pensar nos medicamentos de maneira mais planejada, porque o uso excessivo dessas substâncias, especialmente em idosos, pode causar efeitos colaterais indesejados e que podem se agravar a longo prazo.

Então, como tratar as dores de forma mais direcionada e como lidar com os relaxantes musculares com segurança? No texto de hoje, vamos falar um pouco sobre esse assunto e trazer boas maneiras de aproveitar ao máximo as medicações sem excessos. Vamos lá!

 

O QUE SÃO RELAXANTES MUSCULARES?

 

Os relaxantes musculares são medicamentos, como o próprio nome indica, que relaxam as fibras musculares, de forma que diminuem a dor. Temos, basicamente, dois tipos de relaxantes musculares:

 

  • Relaxantes musculares de ação periférica ou bloqueadores neuromusculares: Eles atuam diretamente no músculo. Geralmente, esses são medicamentos utilizados em procedimentos cirúrgicos e têm a função de interromper a transmissão do impulso nervoso. Por isso, são muito indicados em casos em que há a anestesia geral, porque permitem relaxamento dos músculos abdominais, além de permitirem afrouxamento das cordas vocais. Esses não são os relaxantes musculares que encontramos para a venda em farmácias e costumam ter ação indicada para cirurgias. 

 

  • Relaxantes musculares de ação central: Esses atuam no sistema nervoso central e são os relaxantes musculares mais comuns no mercado. A ação desses medicamentos é de evitar os espasmos musculares, diminuindo os sintomas como as dores. Os relaxantes musculares que são vendidos na farmácia possuem também uma ação tranquilizante, reduzindo a tensão dos músculos e as contrações também tendo, como consequência, a redução ou a eliminação da dor. Por serem vendidos sem receita médica, é extremamente comum vermos pessoas que utilizam os relaxantes musculares sem nenhum tipo de acompanhamento, o que é um problema, já que a ação tranquilizante pode levar ao vício, além de muitos outros problemas de saúde pelo excesso de consumo. Medicamentos utilizados diariamente ou com muita frequência sempre são problemáticos e tendem a perder o efeito ao longo do tempo. 

 

ENTÃO, NÃO DEVO USAR RELAXANTES MUSCULARES PARA A DOR?

 

A recomendação médica jamais será de cortar medicações ou impedi-las, a não ser que haja a necessidade de fazer isso. O que se espera de um bom especialista é que o uso de relaxantes musculares seja feito de forma com que o paciente melhore e tenha benefícios – e não que os medicamentos sejam utilizados tantas vezes sem resultados e expondo o paciente a riscos desnecessários! Existem algumas práticas que podem ser muito úteis para que os relaxantes musculares e outros medicamentos para a dor possam trazer bons resultados. São elas:

 

  • Aplicação de medicação diretamente no local da dor: Essa é uma prática muito efetiva e que garante alívio da dor sem que seja preciso tomar a medicação por muitos dias. Com isso, as complicações do excesso de relaxantes musculares são evitadas ou diminuídas. 

 

  • Diminuição da dosagem: Outro benefício da aplicação direta na dor é a diminuição da dosagem do medicamento, permitindo que o tratamento seja mais seguro e possa surtir efeitos melhores, porém, com menos chances de problemas. 

 

  • Combinação com outros tratamentos: O tratamento com aplicação no local pode ter uma sinergia com os demais tratamentos, o que pode trazer resultados mais satisfatórios e muito menos efeitos colaterais. As doses são pequenas, comparadas com o tratamento oral, e são excelentes para quem já tentou todo tipo de medicamento oral e não conseguiu resultados e, também, para quem quer fugir dos efeitos colaterais. 

 

Dito tudo isso, é importante que os pacientes saibam que os medicamentos não são vilões e que é sim possível fazer um bom tratamento com eles. O que se deve ter cuidado é com os excessos e com a forma como a medicação está sendo aplicada: quanto menor e mais localizada a dose, melhor para que os resultados sejam satisfatórios e para que a dor desapareça por completo. 

 

QUAIS SÃO OS EFEITOS COLATERAIS DO EXCESSO DE RELAXANTES MUSCULARES?

 

Segundo dados da OMS, os relaxantes musculares estão sendo muito utilizados pela população mais velha, especialmente após os 60 anos, quando as dores aumentam e o uso dos medicamentos também. Por não precisarem de prescrição médica, os relaxantes musculares são muito procurados e o seu uso é banalizado em todo o mundo. 

Para os idosos, o problema é ainda maior: como eles utilizam mais medicamentos e possuem um organismo mais suscetível aos efeitos colaterais, os danos podem ser importantes. Alguns dos efeitos mais comuns são:

 

  • Sedação, ou seja, excesso de sono, que pode levar a quadros de esquecimento ou até mesmo causar problemas no trânsito, problemas de socialização, de trabalho e de relação interpessoal.

 

  • Tontura que, em idosos, pode significar aumento de quedas que, por sua vez, podem gerar fraturas difíceis de tratar devido aos ossos mais fracos e à falta de proteção muscular suficiente. 

 

  • Boca seca.

 

  • Confusão mental, que é mais comum nos idosos, principalmente, no que já possuem algum tipo de comprometimento cognitivo.

 

Obviamente, todos esses sintomas também podem estar presentes na população mais jovem, porém, nos idosos, o risco é muito maior e, por esse motivo, os relaxantes musculares devem ser prescritos por um médico especialista e que possam ajudar a dosar a quantidade ideal para essas pessoas. No caso de pessoas mais velhas, pode ser necessário realizar outro tipo de tratamento para dor, onde os relaxantes musculares são coadjuvantes ou até mesmo não são indicados. 

Para os mais jovens, porém, o tratamento com relaxantes musculares pode surtir efeitos positivos, mas o excesso deve ser sempre uma preocupação para que a solução de um problema não resulte em um outro problema maior a longo prazo. 

 

QUAL A MELHOR FORMA DE LIDAR COM A DOR?

 

Se os relaxantes musculares precisam ser utilizados com parcimônia, qual a melhor forma de lidar com a dor, especialmente o que chamamos de dor crônica, que é aquela que persiste por muito tempo – muitas vezes, por anos?

Separamos algumas dicas finais que vão te fazer entender que apenas tomar relaxantes musculares não é a melhor solução para lidar com dores! Veja abaixo!

1- PROCURE UM MÉDICO ESPECIALISTA EM DOR 

 

Essa é uma dica fundamental para quem sofre com dores crônicas. Ir a um médico especialista em dor vai te fazer conseguir ter acesso a um tratamento mais adequado e pensado especialmente para o seu caso em específico. Muitas vezes, achamos que conhecemos nosso corpo, mas o médico tem muito mais experiência e conhecimento para te ajudar a encontrar uma solução que faça sentido e que traga respostas mais rápidas. Viver com dor não é uma sentença que devemos aceitar! Procure um especialista, explique o seu histórico para ele e siga direitinho o tratamento indicado. Você notará mudanças em pouco tempo e poderá ter uma vida mais plena, sem o uso constante de relaxantes musculares, que são prejudiciais se forem administrados em excesso, como já dissemos ao longo do texto. 

 

2- FAÇA EXERCÍCIOS REGULARMENTE

 

A atividade física, quando realizada regularmente ao longo dos anos, pode ser uma excelente aliada para garantir que as dores não apareçam ou que sejam menos intensas. O ideal é iniciar as atividades desde jovem, porém, na idade adulta, é preciso se preocupar também com a qualidade dessas atividades, sempre com acompanhamento de um profissional experiente e sem excesso de peso ou de intensidade. Para quem já tem dores, o ideal é fazer exercícios de fortalecimento com cuidado e apoio de fisioterapeutas ou médicos especializados na área. Aos poucos, há um aumento da força muscular e, consequentemente, menos dores naquela região que foi fortalecida. 

Como dica, é interessante começar devagar, com caminhadas no parque, sempre com pequenas elevações e mudanças de trajeto. Também são interessantes exercícios como alongamentos e pilates, de preferência com auxílio direcionado para evitar fraturas ou posições incorretas que possam causar mais dores. 

 

3- TENHA UMA DIETA EQUILIBRADA

 

Outro ponto importante é ter uma dieta equilibrada e perder o excesso de peso, caso ele esteja presente. Se você tem dificuldades para emagrecer, uma boa saída é procurar um nutricionista ou um endócrino que possa te ajudar nesse sentido. O excesso de peso pode gerar dores, especialmente se ele for muito acima do IMC. Então, sempre se preocupe também com esse detalhe para que o tratamento seja o mais completo possível e traga bons resultados ao longo do tempo. 

 

Gostou de saber um pouco mais sobre os relaxantes musculares e o seu uso na dor? Procure sempre um médico especialista e comece hoje mesmo o seu tratamento para ter uma vida sem dores! Não aceite a dor como uma sentença: é possível se livrar dela e ser muito mais livre e feliz! 

 

E não deixe de visitar nosso blog para mais dicas sobre o assunto. Até a próxima! 

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Comentários
  • Maria de Lourdes Baiao Cavalcante
    Responder

    Gostei muito das recomendações. Sou idos e estou acima do também. Portanto me foi muito útil.

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