Bursite trocantérica: detalhes e tratamentos da enfermidade

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A bursite trocantérica é o nome de um problema que conhecemos no nosso dia-a-dia como bursite de quadril. Essa enfermidade atinge pessoas dos mais diversos tipos físicos e de todas as idades.

Por isso, sempre ressaltamos que é muito importante ficar atento(a) aos sinais que seu corpo indica, bem como, é fundamental fazer check-ups rotineiramente.

Os maiores fatores de risco para o desenvolvimento da bursite trocantérica são sobrepeso/obesidade, problemas e vícios na marcha, sobrecarga da musculatura da coxa.

Nas últimas décadas notamos um grande aumento dessas enfermidades em pessoas mais jovens e, principalmente, em quem sofre com sobrepeso e/ou obesidade.

Além disso, os maus hábitos, sedentarismo e falta de exercícios se tornam fator de risco extra para o surgimento e desenvolvimento dessa doença e de outros diversos tipos de problema.

Se você já ouviu falar da bursite de quadril, mas não sabe muito bem do que se trata, leia nossa matéria de hoje na íntegra! Aprenda tudo sobre o assunto e compartilhe com seus amigos e familiares. Tenha uma excelente leitura!

O que é a bursite trocantérica?

A bursite trocantérica ou a bursite de quadril nada mais é que uma inflamação em uma ou mais bursas que existem na região do quadril. As bursas, por sua vez, são bolsas feitas de tecido conjuntivo e cheias de líquido.

É graças a essas bolsas que os tendões, músculos e ossos não sofrem atritos diretos entre si. Ou seja, as bursas funcionam como um lubrificante ou um coxim que impedem o desgaste e até mesmo impacto entre tendões, ossos e ligamentos.

Na presença de bursite, as bolsas sofrem um processo inflamatório contínuo que traz diversas consequências para o paciente. Afinal, haverá menor amortecimento e lubrificação no atrito na área inflamada, cujo resultado principal é a dor e limitação nos movimentos da região.

Existem vários tipos de bursites e já comentamos sobre algumas em nosso blog (aqui), como a bursite subacromial e subdeltoidea e a bursite patelar. Você pode ler as matérias completas no nosso portal e sanar todas as suas dúvidas sobre outros temas!

Causas mais comuns para o surgimento da doença

Muitas coisas podem gerar a bursite trocantérica. Dentre as principais causas para o surgimento dessa enfermidade, estão as seguintes:

  • Realização de atividade física muito intensa ou com repetição de movimentos que geram sobrecarga nessa articulação;
  • Fraqueza muscular e baixa elasticidade física. Assim, qualquer atividade, mesmo leve, pode gerar um estresse inflamatório nessa área;
  • Cirurgias feitas no quadril ou lesões sofridas previamente nessa região favorecem o surgimento desse problema;
  • Doenças como: escoliose, artrose de joelho, gota, problemas na coluna lombar e artrite reumatoide propiciam o início dessa enfermidade;
  • Por último, pessoas com quadris muito largos, divergência no comprimento das pernas e entorse nos tornozelos também fazem parte do grupo de risco para o desenvolvimento da bursite no quadril.

Sintomas da enfermidade

Antes de mais nada, precisamos salientar que caso os sintomas listados abaixo ocorram e não sejam tratados, a bursite no quadril pode se tornar crônica.

Assim, o tratamento se torna cada vez mais difícil, menos corretivo e os sinais muito ruins para o(a) paciente. Veja quais são os principais indícios do surgimento da bursite trocantérica:

  • Dor de média a alta intensidade que irradia do quadril para a coxa e até mesmo para toda a perna;
  • Inchaço na região do quadril;
  • Incômodo e dor a qualquer toque na área;
  • Quando o indivíduo fica muito tempo em pé ou deitado de lado, pode sentir dor intensa no quadril;
  • Com o avanço do problema e sem um tratamento correto, a área apresenta sensação de queimação, ardência e formigamento em diversos momentos do dia;
  • À noite, a dor interrompe o sono e atrapalha o(a) paciente de se movimentar na cama, bem como, de se levantar se for necessário;
  • Atividades relativamente simples, como se agachar ou apoiar-se em uma perna só se torna algo impossível e bastante doloroso conforme essa inflamação aumenta.

Resumidamente, caso esses sintomas supracitados não sejam tratados, a bursite trocantérica vira um problema crônico e ainda mais doloroso. Por isso, caso note o início de um ou mais sinais, procure um médico especialista em dor e inicie o tratamento da doença o quanto antes.

Diagnóstico: como é feito?

Por falar em buscar um médico, vamos te explicar detalhadamente como é feito o diagnóstico do problema. Primeiramente, fazemos uma anotação das queixas do indivíduo e também do seu histórico de saúde.

Depois, realizamos um exame físico para avaliar a sensibilidade da região do quadril do(a) paciente. Também fazemos alguns testes de força muscular nessa área para entender como o corpo reage mediante a exercícios de força.

Infelizmente, algumas pessoas chegam ao nosso consultório com a inflamação em grau avançado e tais exames podem ser dolorosos. 

Exames

Além disso, também solicitamos alguns exames de imagem, dentre eles, os mais comuns são:

  • Raio X;
  • Ultrassonografia;
  • Tomografia computadorizada;
  • Ressonância magnética.

Assim, conseguimos dizer com clareza se a enfermidade é realmente uma bursite trocantérica ou se não se trata de outras enfermidades como trinca em um osso, existência de tumor ou outro problema de saúde.

Tratamentos para a bursite trocantérica

Agora que você já sabe mais sobre a bursite de quadril, é hora de compreender melhor como são os tratamentos para essa doença. Leia mais sobre os recursos terapêuticos para essa enfermidade, confira!

Remédios

Atualmente, temos uma grande quantidade de remédios que podem ser administrados para o tratamento de diversos problemas nas articulações, inclusive, para bursites. Porém, salientamos que sempre é necessário receituário e prescrição médica para iniciar um tratamento medicamentoso.

Os remédios mais usados no combate à bursite trocantérica, são:

  • Diclofenaco;
  • Ibuprofeno;
  • Naproxeno;
  • Cetoprofeno;
  • Dentre outros anti-inflamatórios.

Fisioterapia

Se você acompanha o nosso site, já percebeu que para diversas doenças que geram dores, a fisioterapia é uma excelente opção de tratamento, não é mesmo?

Assim, para melhorar o quadro de um paciente com bursite no quadril não é diferente! Nessa atividade, conseguimos diversos benefícios para o indivíduo, tais como:

  • Redução de sobrecarga nas bursas que se encontram inflamadas;
  • Alívio dos incômodos e das dores;
  • Aumento da elasticidade da região e redução do estresse físico gerado pelas dores;
  • Minimização do processo inflamatório com o passar do tempo e graças à realização das sessões.

Hidroterapia

Na hidroterapia, os exercícios executados na água são mais eficientes. Na água, os impactos são reduzidos e  os resultados podem ser alcançados sem sobrecarga de outras articulações ou com mais conforto para o paciente..

Essa atividade resulta em um fortalecimento da região tratada, redução importante das dores e conquista de mais força muscular. Essa é, sem dúvidas, uma das melhores atividades que pessoas com dores crônicas podem desenvolver.

Pilates

Outra atividade que ajuda muito no tratamento da bursite de quadril é o pilates. Recomendamos que o(a) professor dessa modalidade saiba o seu quadro de saúde e sempre te forneça exercícios voltados para o tratamento de seus problemas.

Cirurgia

A intervenção cirúrgica é bastante rara nesse tipo de enfermidade. Em casos específicos, a cirurgia é feita para:

  • Reparar tendões e/ou ligamentos parcialmente rompidos;
  • Retirar a Bursa que está inflamada;
  • Liberar tecidos dessa região para um alívio dos sintomas.

Atividades físicas mais indicadas

As pessoas que têm bursite trocantérica podem (e devem) sob supervisão de um fisioterapeuta ou educador físico realizar atividades adequadas para o seu caso específico. Dentre os principais exercícios estão aqueles que fortalecem os músculos da região glútea. As principais atividades são:

  • Elevar as pernas lateralmente;
  • Fazer a ponte com o quadril por 15 segundos e com algumas repetições;
  • Elevar as pernas dobradas de pé;
  • Fazer círculos com as pernas em posição horizontal;
  • Dentre outros movimentos que serão indicados por um profissional qualificado.

Dica bônus: o gelo ajuda muito no alívio das dores!

Se você está em tratamento do problema, saiba que existe uma dica super simples, mas altamente eficaz no combate das dores geradas pela bursite no quadril.

Use uma bolsa ou um pacote de gelo nessa região, no mínimo, 3 vezes ao dia. O ideal é que essa ação seja feita por cerca de 20-30 minutos. Ressaltamos que o ideal é que você faça a bolsa com um tecido fino para evitar contato direto entre o gelo e a pele para evitar queimaduras.

Dicas para evitar a bursite trocantérica

Para evitar a bursite no quadril, precisamos cuidar adequadamente da nossa saúde e tomar algumas precauções, como:

  • Mantenha o seu peso ideal. Assim, você evita sobrecarga nas articulações e problemas nessas partes do corpo;
  • Alimente-se bem e reduza o consumo de alimentos inflamatórios como carnes, açúcares, álcool, etc.;
  • Faça atividades físicas diariamente. Isso garante elasticidade, força muscular e fortalecimento do seu corpo de modo geral;
  • Não fume. O cigarro é prejudicial para todas as atividades do nosso organismo e atrapalha muito todo o sistema do corpo humano.

Gostou da matéria sobre a bursite trocantérica? Se você está com os sintomas do problema, marque um horário conosco e faça uma avaliação do seu caso! Não negligencie a sua saúde e nem comprometa a sua qualidade de vida!

Dr. Luiz Gustavo

Anestesiologista e Médico da Dor;
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
Residência médica em anestesiologia pelo Hospital Felício Rocho;
Médico Anestesiologista pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia;
Pós-graduado em Cuidados ao Paciente com Dor pelo Hospital Sírio-Libanês (São Paulo);
Médico da Dor pela AMB;
Aperfeiçoamento em Anestesia para Transplante Hepático no Hospital Paul Brousse em Villejuif (Paris) França;
Anestesista Hospital das Clínicas da UFMG;
Anestesista do Grupo de Transplantes do Hospital das Clínicas da UFMG;
Preceptor da residência médica em anestesiologia HC-UFMG.

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