Bursite subacromial e subdeltoidea: saiba tudo sobre essa doença aqui!

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A bursite subacromial e subdeltoidea é um nome usado na literatura médica para uma doença que popularmente chamamos de bursite no ombro. Esse problema sempre foi muito comum em pessoas de meia-idade e também em idosos.

Contudo, devido ao excesso de atividades diárias e longas horas de esforço repetitivo, muitos adultos e até mesmo jovens, estão desenvolvendo este tipo de enfermidade. Assim, passar longas horas digitando no computador ou realizando outras tarefas com os membros superiores pode, infelizmente, gerar a bursite subacromial e subdeltoidea e atrapalhar muito a qualidade de vida do indivíduo.

Para te ajudar a entender mais sobre essa enfermidade, suas características, sintomas e tratamentos, elaboramos um post totalmente voltado para o assunto. Leia nossa matéria na íntegra e saiba tudo sobre a temida (e dolorosa) bursite no ombro. Veja!

O que é a bursite subacromial e subdeltoidea?

A bursite subacromial e subdeltoidea é uma inflamação que ocorre na bolsa que serve de lubrificação entre as estruturas do ombro. Esse tecido é uma espécie de protetor das articulações, ligamentos e tendões, ou seja, ele impede o atrito e contato direto entre os tendões e os ossos dessa área.

Bursite é a doença causada pela inflamação da bolsa e, normalmente, ela cursa com dor à movimentação, ao toque ou até limitação de movimento. Além disso, a doença pode ser responsável por queda importante na qualidade de vida e na capacidade de trabalho.

Existem vários tipos de bursite?

Sim, existem alguns tipos diferentes de bursite no ombro e outras partes do corpo, variando de acordo com a bursa acometida. As bursites também podem ser classificadas de acordo com o tempo de doença. Falaremos brevemente sobre cada uma delas abaixo.

Bursite Aguda

Neste tipo de bursite, a dor é muito intensa e o(a) paciente mal consegue movimentar a articulação. Normalmente, é um problema que exige o afastamento do trabalho e a restrição das atividades mais corriqueiras, como pentear os cabelos ou lavar louças.

Bursite Crônica 

É o tipo de bursite com mais de 3 meses de evolução. Habitualmente apresenta nível de dor menor do que a forma aguda, mas com limitação maior nas atividades da vida cotidiana e maior enfraquecimento muscular. É de tratamento mais difícil, porque vai exigir maior empenho do paciente na reabilitação e paciência até os primeiros benefícios aparecerem. A bursite pode ser consequência de doenças sistêmicas, como artrite reumatóide, de alterações degenerativas secundárias ao envelhecimento e falta de condicionamento físico ou de simples sobrecargas causadas por vício de movimento.

 

Quais as causas mais comuns para o surgimento deste problema?

São muitas as causas que podem desencadear o surgimento da bursite subacromial e subdeltoidea ou qualquer bursite no ombro. Veja as causas mais comuns:

  • Após a realização de movimentos bruscos, como: cair e apoiar todo o peso do corpo nas mãos, levantar muito peso de uma única vez ou sofrer uma pancada muito forte nessa região do corpo;
  • Profissionais que realizam muitos movimentos repetitivos com essa articulação também são mais propensos a desenvolver esse tipo de problema. Dentre os principais estão: pintores, donas de casa, faxineiras, garis, etc.;
  • Atletas que usam muito essa parte do corpo também são pessoas que têm alto risco de ter a bursite no ombro. Os levantadores de peso, nadadores e arremessadores de peso à distância são os mais susceptíveis ao problema.

Como diagnosticar essa enfermidade?

Para identificar com segurança a bursite subacromial e subdeltoidea e iniciar um tratamento eficaz, é imprescindível realizar uma avaliação médica. Nesse sentido, o profissional mais recomendado é um especialista em dor ou um médico especialista em ombro.

Realizamos o diagnóstico sempre a partir das seguintes diretrizes:

  • Exame clínico no(a) paciente para identificar com clareza o local da dor;
  • Posteriormente, exames de imagem para descartar outros problemas como tumores ou rompimentos de ligamentos;
  • Os exames de imagem mais comuns que pedimos são: ressonância magnética, ultrassom do ombro, radiografia e tomografia computadorizada.

Assim, fica mais claro o diagnóstico da enfermidade e, por consequência, é possível indicar um tratamento mais assertivo. Por falar nisso, veja abaixo mais detalhes sobre os sintomas da bursite subacromial!

Sintomas

Os sintomas mais comuns da bursite subacromial e subdeltoidea são os seguintes:

  • Sensação de dormência e de formigamento no ombro.
  • Os pacientes ficam com fraqueza muscular no braço onde existe a bursite. Assim, as ações diárias mais simples podem ficar comprometidas;
  • Dor ao levantar o braço afetado acima da cabeça;
  • Dor com piora progressiva.

Viu só como os sintomas dessa enfermidade podem se tornar incapacitantes? Por isso, se você está com dor em um ou nos dois ombros já, busque uma avaliação médica especializada.

Não espere perder as suas capacidades laborativas para ir atrás de atendimento. Entenda melhor como funcionam os possíveis tratamentos no próximo tópico!

A bursite subacromial e a subdeltoidea têm cura?

Sim, o problema pode desaparecer após o tratamento adequado ou persistir por toda a vida se os fatores precipitantes não forem tratados. De modo geral, recomendamos aos nossos pacientes o início dos cuidados o quanto antes para ter maiores chances de cura dessa doença. 

Tratamentos para essa enfermidade

Conforme você notou ao longo do artigo, a bursite no ombro é uma doença bastante dolorosa. Portanto, tratá-la adequadamente é essencial para garantir uma melhor qualidade de vida.

Confira abaixo alguns recursos terapêuticos amplamente utilizados para melhorar os sintomas e obter a cura da doença. Veja!

Fisioterapia

A fisioterapia é excelente para combater as dores ocasionadas por essa doença. O profissional responsável pela execução das atividades deverá recomendar exercícios para:

  • Prevenir a reincidência do problema;
  • Garantir maior elasticidade dos tendões, ligamentos e músculos;
  • Obter mais fortalecimento muscular na área afetada pela bursite, ou seja, em todo o ombro.

Cirurgia

A cirurgia é recomendada sempre em último caso, ou seja, se o(a) paciente não responder bem a nenhum outro tipo de tratamento. Essa intervenção cirúrgica é chamada de artroscopia de ombro e é feita com técnicas pouco invasivas.

Além disso, normalmente é sugerida quando o indivíduo possui outros problemas no ombro, tais como:

  • Artrose;
  • Roturas do manguito rotador.

Medicamentos

Existem muitos remédios que podem ser indicados para o tratamento da bursite subacromial e subdeltoidea. Entretanto, ressaltamos que remédios sempre devem ser prescritos após avaliação médica.

Dentre os medicamentos mais comuns para esse tipo de tratamento estão os seguintes:

  • Prednisona;
  • Ibuprofeno;
  • Dipirona;
  • Meloxicam;
  • Dexametasona;
  • Relaxantes musculares. 

Infiltração

A infiltração ou injeção de corticosteróides também é muito comum nesses casos. Assim, o anti-inflamatório é injetado no  ombro do(a) paciente juntamente com um anestésico local. Hoje, os melhores resultados são obtidos quando essa infiltração é feita guiada por ultrassom, que permite a identificação correta do local onde a medicação está sendo aplicada.

Esse recurso apresenta resultados importantes na melhora dos sintomas, principalmente nos casos mais graves e pode ser feito em um ambulatório simples, sem a necessidade de internação no hospital.

Hidroterapia

A hidroterapia é um bom método de tratamento e reabilitação dos pacientes portadores de bursite. Afinal, os movimentos realizados dentro da água com os ombros fortalecem essa área e impedem a sobrecarga da articulação. Assim, a hidroterapia favorece a melhora da bursite subacromial e subdeltoidea da seguinte forma:

  • Melhora a amplitude dos movimentos;
  • Aumenta a força da musculatura;
  • Propicia o relaxamento e alívio da tensão da região dos ombros;
  • Inibe espasmos musculares nos ombros;
  • Diminui a dor e as sensações de formigamento e dormência.

Como posso evitar o surgimento da bursite subacromial e subdeltoidea?

Se você precisa trabalhar executando movimentos repetitivos com os ombros ou é atleta, não se desespere! Iremos deixar abaixo uma espécie de mini guia para te ajudar na prevenção deste problema. Confira e anote todas as dicas!

  • Faça alongamentos diariamente. Alongue todo o seu corpo e não se esqueça das articulações como ombros, joelhos e punho. Isso ajuda a lubrificar essas regiões e impede o surgimento de doenças;
  • Caso precise pegar peso acima da cabeça, tenha cuidado com esses movimentos. Se possível, evite esse tipo de prática, caso contrário, sempre tenha atenção em tais ações;
  • Se você é dona ou dono de casa, nunca faça todas as tarefas sem descanso. Isso também vale para faxineiras, pintores e outras pessoas que trabalham muito com os ombros. Portanto, a cada uma hora, pare cerca de 10 minutos e alongue o seu corpo;
  • Evite ficar longos períodos com o peso do corpo sobre os cotovelos, lendo ou vendo TV, por exemplo. Isso gera uma sobrecarga na região dos ombros e pode ser muito nocivo para a saúde da região;
  • Faça atividades físicas e musculação. Isso ajuda a proteger as articulações, aumentar a flexibilidade e fortalece toda a musculatura do nosso corpo;
  • Caso sinta dores nos ombros ou em qualquer articulação, procure auxílio médico o quanto antes e jamais se automedique.

Agora você já sabe tudo sobre a bursite subacromial e subdeltoidea. Salve o nosso site na sua barra de favoritos e sempre tenha acesso às melhores matérias e posts sobre saúde, bem-estar e tratamentos para dores em geral.

Dr. Luiz Gustavo

Anestesiologista e Médico da Dor;
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
Residência médica em anestesiologia pelo Hospital Felício Rocho;
Médico Anestesiologista pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia;
Pós-graduado em Cuidados ao Paciente com Dor pelo Hospital Sírio-Libanês (São Paulo);
Médico da Dor pela AMB;
Aperfeiçoamento em Anestesia para Transplante Hepático no Hospital Paul Brousse em Villejuif (Paris) França;
Anestesista Hospital das Clínicas da UFMG;
Anestesista do Grupo de Transplantes do Hospital das Clínicas da UFMG;
Preceptor da residência médica em anestesiologia HC-UFMG.

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Mostrando 8 comentários
  • Sergio Ostetto (71anos)
    Responder

    Excelente matéria. Explicações claras e de fácil entendimento. Parabéns! Continuarei acompanhando o site. Gratidão!

  • Analia muniz de oliveira
    Responder

    exelente matéria me ajudou bastante tinha muitas duvidas obrigada

  • Carlos
    Responder

    Gostei da explicação parabéns

  • Rogério
    Responder

    Bastante esclarecedor o artigo. Parabéns por disponibilizar seu conhecimento.

  • Rogério Silva
    Responder

    Adorei a matéria ,
    Muito bom ter pessoas q compartilham seus conhecimentos .
    Deus abençoe

  • ANTONIO CARLOS DOS SANTOS
    Responder

    Matéria muito esclarecedora , excelente !

  • Geraldo Rodrigues de sena
    Responder

    Estou realizando tratamento fisioterapia mais não está surgindo efeito muita dor principalmente a noite

  • Márcia
    Responder

    Boa noite , eu estou na pesquisa desse problema porque a semanas atrás descobri que estou com isso
    Essa matéria pra mim foi excelente

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