Neuralgia de trigêmeo: Guia Completo sobre este problema aqui!
A neuralgia de trigêmeo é uma enfermidade que atinge inúmeras pessoas em todo o mundo. Apesar de acarretar sintomas muito incômodos e dolorosos, muitas vezes, essa doença só é diagnosticada e tratada após diversas crises.
Vale a pena ressaltar que mesmo com um dia-a-dia atarefado e cheio de compromissos, cuidar da saúde é fundamental. Portanto, se você sente dor facial ou está com dores de cabeça, fique atento(a)! Isso pode ser um sinal de alerta do seu organismo em relação a algum problema de saúde.
Hoje falaremos sobre a neuralgia de trigêmeo e suas características. Assim, caso você sinta ou conheça alguém com os sintomas listados abaixo, busque ajuda médica especializada o quanto antes. Confira o post na íntegra e se informe corretamente sobre essa doença. Confira!
Afinal, do que se trata essa enfermidade?
A neuralgia de trigêmeo é uma doença neurológica que gera grande mal-estar e terríveis crises para os pacientes. Ela pode ocorrer de forma que chamamos de idiopática, ou seja, sem explicação, ser consequência de uma doença chamada Esclerose Múltipla, ou ser devida a uma compressão do nervo na sua origem dentro da cabeça, essa última causa mais comum.
Para você ter uma ideia da importância deste nervo, o Trigêmeo é responsável por:
- Controlar alguns músculos da nossa face, principalmente os responsáveis pela mastigação, e garantir o transporte de informações captadas nessa região para o cérebro;
- Levar informações sensitivas da face para a nossa percepção;
Quando o(a) paciente tem essa enfermidade ele sofre com crises de dores intensas que interferem na sua qualidade de vida.
O que pode causar a neuralgia de trigêmeo?
Esse problema é causado, conforme comentamos acima, na maioria das vezes, por uma pressão exercida sobre o nervo trigêmeo na sua origem dentro da cabeça. Isso pode ocorrer porque um vaso sanguíneo que passa ao lado do nervo pode, por uma alteração com a qual algumas pessoas nascem, encostar e empurrar o nervo, gerando um estímulo que pode ser percebido na forma de choque característico da doença.
Entretanto, há outras causas para o surgimento da neuralgia de trigêmeo, tais como:
- Surgimento de doenças autoimunes, que deterioram o nervo supracitado. Assim, ele passa a ter um mau funcionamento e suas funções são bastante afetadas, como na esclerose múltipla;
- Em casos de acidentes ou lesões cerebrais. Esse tipo de situação resulta, em muitos casos, em problemas no nervo trigêmeo.
Quais são os sintomas deste problema?
Após se iniciar o mau funcionamento do nervo trigêmeo, os sintomas começam a surgir de uma hora para outra. Assim, em atividades simples do dia-a-dia podem servir de gatilho para a crise. Dentre as atividades mais comuns que costumam desencadear os sintomas, estão:
- Tocar no rosto ou lavá-lo;
- Comer ou beber;
- Falar ou sorrir;
- Escovar os dentes;
- Fazer a barba;
- Dentre outras atividades.
Os principais sinais que indicam a neuralgia de trigêmeo são os seguintes:
- Sensação de ardência e/ou calor na bochecha;
- Dor forte da região da mandíbula até a boca;
- Dor intensa e que surge de modo súbito e que desaparece da mesma forma. Isso ocorre em ações diárias, como após escovar os dentes ou coçar os olhos;
- Também existe a sensação de formigamento e/ou dormência nas bochechas.
Conforme você viu, os sinais dessa enfermidade são bastante desconfortáveis e dolorosos. Saiba que eles podem durar apenas alguns segundos ou até mesmo mais de um minuto ininterrupto.
Além disso, há pacientes que relatam mais de 50 a 100 crises por dia! Ou seja, a neuralgia de trigêmeo é uma doença que se não for tratada é altamente incapacitante e impede que o(a) paciente trabalhe, estude e viva a sua vida plenamente.
As crises podem surgir sempre após determinada ação, como escovar os dentes, por exemplo. Ou sem nenhum fator específico, o que gera mal-estar, ansiedade e desespero para as pessoas portadoras do problema.
Como é feito o diagnóstico?
Caso você ou algum familiar esteja com esses sintomas, recomendamos que busque um médico o quanto antes. Dentre as especialidades mais indicadas para avaliar o seu caso, estão:
- Médico especialista em dor;
- Neurologista;
- Mesmo um dentista pode ajudar no diagnóstico.
No entanto, para um diagnóstico mais eficaz e totalmente livre de dúvidas, sempre indicamos uma avaliação com um médico. O dentista poderá verificar se as dores não são devidas a alguma cárie profunda, infecção ou fratura dentária.
Já o médico, irá conferir se o problema é realmente a neuralgia de trigêmeo, através de:
- Avaliação física do(a) paciente e observação dos sintomas;
- Exames de imagem como tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética;
- Conferência de histórico do(a) paciente, se já houve algum acidente ou lesão cerebral em algum momento.
Resumidamente, caso você sinta dores na face por dias seguidos, procure um profissional da saúde para uma avaliação do seu caso.
Possíveis tratamentos para a neuralgia de trigêmeo
Você viu como essa doença é super dolorosa e incapacitante? Por isso, é fundamental se cuidar sempre e estar atento(a) a qualquer um dos sintomas que citamos acima.
Atualmente, existem alguns recursos terapêuticos que auxiliam os pacientes dessa enfermidade no combate das dolorosas crises desencadeadas pelo problema. Iremos discorrer sobre cada um deles abaixo. Confira!
Fisioterapia
A fisioterapia é uma ótima opção na luta contra as crises da neuralgia de trigêmeo. Normalmente, é utilizada a eletroestimulação para conseguir aliviar os sintomas da doença. Neste tipo de tratamento, são liberados choques elétricos leves na face do(a) paciente.
Assim, as dores são minimizadas e o nervo trigêmeo consegue ter a sua sensibilidade bastante controlada.
Tratamentos intervencionistas
Por falar em controle, caso a fisioterapia e o tratamento medicamentoso não funcione, existe a opção de intervenção minimamente invasiva ou cirúrgica para melhorar essa enfermidade. Existem alguns métodos minimamente invasivos que ajudam o controle da doença, são eles:
Bloqueio do nervo trigêmeo
Procedimento realizado no consultório, guiado por ultrassom, o bloqueio consiste na injeção de anestésico local e anti-inflamatório na região do nervo trigêmeo para aliviar ou reduzir a frequência dos disparos.
Injeção de glicerol
O glicerol é uma substância da família dos álcoois. Assim, o procedimento consiste na injeção dessa substância na origem do nervo trigêmeo. O glicerol “queima” uma parte do nervo, o que reduz a frequência e intensidade das crises. Esse procedimento deve ser guiado por Raio-X e realizado em ambiente cirúrgico.
Radiofrequência
A ablação por radiofrequência, consiste na estimulação do nervo por ondas de calor ou frio. Ela serve para “queimar” e modular uma parte do nervo trigêmeo. Resumidamente, com esse método conseguimos anestesiar a região dolorida e também bloquear a ação desse nervo na doença. É dos métodos de melhores resultados disponíveis atualmente.
Tratamento Cirúrgico
Após os exames de imagem, é possível ver se existe algum tumor ou vaso pressionando o nervo trigêmeo no rosto do(a) paciente. Se for esse o caso, é possível fazer uma pequena cirurgia para remover o vaso sanguíneo ou o tumor que está gerando essa situação.
Tratamento medicamentoso
Saiba que na maioria dos casos, essa é a primeira abordagem médica em relação ao problema. Existem vários remédios diferentes que podem melhorar os sintomas e garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente. Dentre os principais medicamentos estão:
Antidepressivos
- Nortriptilina;
- Amitriptilina.
Anticonvulsivantes
- Gabapentina;
- Lamotrigina;
- Carbamazepina.
Analgésicos
- Novalgina;
- Dipirona;
- Paracetamol.
Relaxantes musculares
- Baclofleno;
- Miosan.
Opções naturais e alternativas
Existem ainda algumas opções naturais e alternativas para melhorar e/ou aliviar os sintomas dessa doença. Lembramos que todo e qualquer tratamento deve ser viabilizado e observado de perto por um médico.
Porém, a título de informação, veja algumas opções naturais que oferecem um pouco de alento aos portadores da enfermidade:
- Compressas mornas no rosto durante as crises de dor;
- Colocação de uma toalha quente com água e sal na parte de trás do pescoço, para combater a irradiação da dor;
- Acupuntura: essa técnica viabiliza em muitos pacientes uma melhora significativa ao problema.
Dúvidas frequentes sobre a neuralgia de trigêmeo
Agora que você já sabe praticamente tudo sobre essa enfermidade, vamos além. Assim, iremos responder algumas perguntas que já recebemos sobre a neuralgia de trigêmeo.
Veja e se informe completamente sobre o tema!
Como posso evitar o problema?
Conforme falamos acima, pode não existir causa que desencadeie essa doença. Entretanto, de modo geral, sempre indicamos algumas ações que podem te ajudar a manter a saúde em dia, tais como:
- Mantenha uma alimentação saudável e a pressão arterial sob controle;
- Evite fumar e beba o mínimo possível de álcool;
- Procure ter uma vida saudável e pratique atividades físicas;
- Mantenha o seu sono regular. Afinal, muitas pessoas estão tendo AVC e derrame, pois dormem muito pouco. Indicamos 8 horas de sono por noite.
Senti os sintomas dessa doença. O que devo fazer?
Se você está com os sintomas que citamos acima, procure um médico imediatamente. Não espere a dor se tornar crônica ou incapacitante para buscar ajuda.
Posso morrer devido a este problema?
Não existe até o presente momento nenhum indício de que a neuralgia de trigêmeo resulte em morte. Porém, sabemos que esse tipo de problema gera muita dor, mal-estar e irritabilidade no(a) paciente.
Isso significa que ela pode resultar no surgimento de outras doenças, como insônia, TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), depressão, crises de ansiedade, síndrome do pânico, etc.
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Dr. Luiz Gustavo
Anestesiologista e Médico da Dor;
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
Residência médica em anestesiologia pelo Hospital Felício Rocho;
Médico Anestesiologista pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia;
Pós-graduado em Cuidados ao Paciente com Dor pelo Hospital Sírio-Libanês (São Paulo);
Médico da Dor pela AMB;
Aperfeiçoamento em Anestesia para Transplante Hepático no Hospital Paul Brousse em Villejuif (Paris) França;
Anestesista Hospital das Clínicas da UFMG;
Anestesista do Grupo de Transplantes do Hospital das Clínicas da UFMG;
Preceptor da residência médica em anestesiologia HC-UFMG.