Fibromialgia

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A fibromialgia é uma doença que está sendo cada vez mais citada em jornais, revistas e na própria internet. Entretanto, existem muitas informações erradas sobre o problema e até mesmo promessas de cura da enfermidade sem nenhum fundamento científico.

Por isso, sempre que falamos sobre saúde, é fundamental se informar em locais confiáveis e a partir de dados médicos e científicos.

Nesse sentido, decidimos elaborar um artigo completo sobre a fibromialgia. Na matéria de hoje te explicaremos o que é esse problema, seus sintomas, como são feitos o diagnóstico e os possíveis tratamentos dessa enfermidade.

Está curioso(a)? Leia o post até o final e elucide todas as suas dúvidas sobre essa doença. Confira!

Afinal, o que é a fibromialgia?

A fibromialgia é considerada uma síndrome, porém, ela não possui uma causa específica ou razão de surgimento. Além disso, sabemos que essa doença é mais comum em mulheres do que em homens.

Para se ter uma ideia, a cada 10 pacientes diagnosticados com o problema, 7 a 9 são mulheres. Mesmo com essa dado sugestivo, até o presente momento, a ciência não conseguiu encontrar a ligação entre a fibromialgia e o sexo feminino.

Outra característica da doença é que ela acomete mulheres normalmente entre os 30 anos e os 60. Todavia, isso não é uma regra, uma vez que há casos de idosos, adolescentes e até mesmo de crianças com essa enfermidade.

Quais são os sintomas dessa doença?

Ao passo que você entendeu o que é essa doença, saiba agora quais são os principais sinais desse problema:

  • Queda na habilidade de praticar esportes e atividades físicas;
  • Tremedeiras e palpitações;
  • Dificuldade de concentração e problemas de aprendizado e memória;
  • Grande queda de produtividade em atividades que exigem esforço mental e cognição;
  • Normalmente, essa doença vem atrelada com dores de cabeça, que podem ocasionar uma cefaleia crônica;
  • Sensação de formigamento nas extremidades do corpo (mãos e pés) e dormência nessas mesmas áreas;
  • Além disso, pacientes com fibromialgia costumam ter dificuldade para dormir, insônia e outros problemas;
  • Isso gera muito cansaço e uma constante sensação de fadiga;
  • Por fim, um dos principais sintomas dessa doença é a dor generalizada. Nesse sentido, normalmente ela é presente em algumas áreas do corpo e demora meses para passar. Entenda melhor isso no tópico seguinte.

Quais as áreas que mais doem quando uma pessoa tem fibromialgia?

Antes de mais nada, saiba que muitas das dores relatadas pelos pacientes pioram devido a quadros emocionais. Ou seja, quanto mais tristes, fatigados e/ou estressados, mais dores eles sentem. Veja os pontos que costumam ser bastante dolorosos durante as crises desse problema:

  • Nádegas;
  • Joelhos e cotovelos;
  • Bacia;
  • Tórax;
  • Área da coluna cervical.

Essas regiões ficam bastante doloridas quando o(a) paciente que tem fibromialgia passa por alguma crise emocional. E as dores costumam irradiar pelo corpo o que gera um terrível mal-estar no indivíduo.

Quais as causas dessa enfermidade?

Conforme falamos anteriormente, as causas específicas deste problema ainda são desconhecidas.

Todavia, existem alguns pontos em comum entre determinados problemas e a fibromialgia. Observe abaixo:

Traumas

Existem pacientes que após algum trauma físico, como um grave acidente, por exemplo, começam a ter essa síndrome. Bem como, há aqueles que desenvolvem a enfermidade depois de um terrível estresse psicológico ou doenças emocionais sérias, como depressão ou Síndrome de Burnout.

Maus hábitos

O tabagismo, sedentarismo e noites mal dormidas, a longo prazo, podem facilitar o início desse problema. Além disso, algumas doenças como TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) e depressão também propiciam o surgimento da fibromialgia.

Doenças graves

Além disso, notamos que algumas pessoas com doenças autoimunes e infecções graves são mais suscetíveis a esse tipo de enfermidade.

Fatores genéticos

Por fim, a medicina já percebeu que, na maioria dos casos, os pacientes que têm esse problema já tiveram (ou ainda possuem) familiares com a mesma doença.

Portanto, se você possui mãe, pai ou tios com essa enfermidade, fique atento a qualquer um dos sintomas que citamos acima, combinado? Em caso de surgimento de sintomas, busque um médico especialista em dor o quanto antes.

É verdade que existem fatores de risco?

Sim. Existem alguns fatores que propiciam o surgimento da doença, são eles:

  • Mulheres que têm entre 30 e 60 anos são as mais vulneráveis ao surgimento desse problema;
  • portadores de lúpus e outras doenças autoimunes têm mais riscos de desenvolver essa doença. A artrite reumatoide também é um facilitador para a fibromialgia;
  • Como já dissemos acima, se na sua família há casos dessa enfermidade, fique atento aos sintomas. Afinal, esse problema ocorre na maioria dos casos em vários integrantes do mesmo grupo familiar.

Como posso ter um diagnóstico do problema?

Antes de mais nada, é necessário buscar ajuda médica especializada assim que surgir os primeiros sintomas. Nesse sentido, recomendamos que você busque um profissional experiente e altamente capacitado para identificar a doença logo no início.

O diagnóstico é feito através de exames físicos e anotações de histórico familiar do(a) paciente. De modo geral, observamos alguns critérios para diagnosticar o problema, tais como:

  • Normalmente a fibromialgia acarreta uma dor generalizada, que perdura por cerca de 3 meses. Vale a pena ressaltar que entendemos como tal problema dores de ambos os lados do corpo e tanto na parte superior, quanto inferior;
  • Bem como, usamos testes físicos para avaliar se as áreas mais dolorosas são as mesmas em pacientes já diagnosticados com este problema. 

Existe tratamento para a fibromialgia? Quais são as opções?

Sim, existem alguns tratamentos para a fibromialgia. Vale a pena salientar que apenas o médico pode indicar as melhores opções, bem como, prescrever medicamentos eficazes contra a doença. Veja quais os tratamentos disponíveis:

Técnicas para diminuição de estresse

De antemão, precisamos ressaltar que quanto mais estressado(a) fica o paciente com fibromialgia, piores são as dores generalizadas.

Portanto, diversas pessoas buscam auxílio para a redução da tensão e melhora das dores com as seguintes técnicas:

  • Massagens;
  • Banhos relaxantes e em hidromassagens;
  • Bem como, através de outros métodos, como musicoterapia, dentre outros.

Remédios

Existem alguns medicamentos que auxiliam muito no tratamento e diminuição dos sintomas da fibromialgia. Dentre os principais estão:

  • Opióides;
  • Analgésicos;
  • Relaxantes musculares;
  • Antidepressivos tricíclicos (em doses bem baixas);
  • Anti-inflamatórios.

Nesse sentido, os remédios mais comumente receitados pelos médicos nesses casos são a Nimesulida, o Miosan, Cymbalta, Alginac e outros.

Fisioterapia

A fisioterapia é uma ótima aliada no combate às dores generalizadas ocasionadas por essa enfermidade. Normalmente, as atividades desenvolvidas favorecem o fortalecimento da musculatura e um melhor preparo físico do indivíduo.

Terapia

Conforme falamos acima, pacientes com quadros de depressão, estresse e TAG são mais suscetíveis a essa doença. Assim, indicamos que paciente com fibromialgia façam terapia cognitivo comportamental para:

  • Compreender melhor os seus próprios limites;
  • Ter momentos diários de atividades saudáveis;
  • Lidar melhor com traumas e problemas psicológicos;
  • Entender o que piora o seu quadro e lutar contra esses sinais;
  • Aprender a lidar com pensamentos negativos.

Dúvidas frequentes sobre a doença

Ao passo que você sabe tudo sobre essa enfermidade, vamos te dar mais informações sobre esse problema. Desse modo, selecionamos as principais dúvidas que recebemos sobre fibromialgia e vamos responder a essas questões agora. Confira!

Essa doença tem cura?

Não. Ainda não existe uma cura para essa enfermidade. Entretanto, com um diagnóstico eficaz e tratamento adequado é possível viver bem e ter os sintomas bastante controlados.

É verdade que o problema sempre é hereditário?

Não. Antes de mais nada, saiba que não existe necessidade de pânico. Ou seja, não é porque a sua mãe tem a doença, que signifique obrigatoriamente que você também terá.

Porém, existe um grande fator hereditário nessa doença, portanto, é necessário sempre se observar e se cuidar constantemente.

Tenho fibromialgia. Preciso parar de me exercitar?

Pelo contrário. Pacientes portadores dessa doença devem se exercitar sempre e investir em atividades físicas aeróbicas.

Segundo pesquisas, tais exercícios melhoram muito o condicionamento das pessoas. Além disso, os exercícios ajudam a diminuir os sintomas e isso oferece alívio para as dores crônicas.

É verdade que quem tem depressão sempre desenvolve fibromialgia?

Não. Porém, notamos que existe uma certa ligação entre ambas as doenças. Veja:

  • 30% dos pacientes com fibromialgia desenvolvem depressão;
  • Mas nem todos os pacientes com depressão também desenvolvem a fibromialgia.

Resumidamente, os sintomas dessas enfermidades são muito parecidos. Pacientes com fibromialgia têm muitas alterações de humor e também sentem grandes ondas de tristeza.

Bem como, em muitos casos ficam irritados facilmente e com os nervos à flor da pele. Por isso, sempre recomendamos que logo que surgir os primeiros sintomas um médico seja procurado para diagnosticar com clareza a doença que acomete o(a) paciente.

Tenho fibromialgia. Como posso conviver com essa doença sem perder a qualidade de vida?

Se você tem esse problema, recomendamos que faça um controle médico adequado e sempre siga as sugestões dele. Você também precisa se cuidar e seguir algumas dicas, como:

  • Ter bons hábitos diários;
  • Manter o peso sob controle;
  • Se alimentar de forma saudável;
  • Viver sob o mínimo de estresse possível;
  • Praticar regularmente exercícios físicos.

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Dr. Luiz Gustavo

Anestesiologista e Médico da Dor;
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
Residência médica em anestesiologia pelo Hospital Felício Rocho;
Médico Anestesiologista pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia;
Pós-graduado em Cuidados ao Paciente com Dor pelo Hospital Sírio-Libanês (São Paulo);
Médico da Dor pela AMB;
Aperfeiçoamento em Anestesia para Transplante Hepático no Hospital Paul Brousse em Villejuif (Paris) França;
Anestesista Hospital das Clínicas da UFMG;
Anestesista do Grupo de Transplantes do Hospital das Clínicas da UFMG;
Preceptor da residência médica em anestesiologia HC-UFMG.

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