Neuropatia diabética: Guia Completo sobre essa doença

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Você sabe o que é neuropatia diabética? A cada ano no Brasil e no mundo, o número de pacientes diabéticos cresce e isso preocupa cada vez mais a comunidade médica.

 

Além disso, governos e estados estão tentando orientar a população em relação aos perigos e até mesmo aos riscos que o diabetes oferece aos pacientes.

 

Um dos problemas que o(a) paciente diabético pode ter é a neuropatia diabética. Esse mal costuma ser imperceptível e silencioso quando está no início, porém, com o passar do tempo proporciona sintomas desagradáveis e até mesmo problemas mais sérios para a saúde.

 

Deseja saber mais sobre esse assunto? Se sim, leia nosso guia completo sobre essa enfermidade agora. Confira!

 

O que é a neuropatia diabética?

Primeiramente, entenda melhor do que estamos falando. A neuropatia diabética é um dos complicadores que surgem em pacientes diabéticos. Na realidade, ela ocorre mais comumente naquelas pessoas que não realizam o tratamento adequado da doença.

 

De maneira objetiva, ela consiste na degeneração progressiva de alguns nervos do corpo e que costuma ter o seu desenvolvimento lento e silencioso. Desse modo, os pacientes diabéticos levam anos para desenvolverem a doença e se dar conta de que sofrem com o  problema.

 

Nesse sentido, recomendamos que mesmo pessoas saudáveis façam ao menos uma vez por ano um check-up completo. Todavia, pacientes portadores de diabetes devem passar por esses exames de 6 em 6 meses.

 

Vale ressaltar que esse problema não tem cura, contudo, existem alguns tratamentos específicos que podem ajudar o indivíduo a conviver melhor com o prognóstico. Continue a leitura e veja tudo sobre o tema mais adiante.

 

Causas da neuropatia diabética

Sabemos que o diabetes provoca danos em diversas partes do corpo, principalmente veias e artérias, afetando a circulação e a nutrição de vários órgãos. Desse modo, os nervos também têm o seu funcionamento altamente prejudicado, uma vez que não conseguem transmitir todas as informações necessárias para a sua correta operação por causa dos níveis elevados de glicose.

 

A diminuição de oxigênio nos nervos e vasos sanguíneos e aumento da glicose gera uma espécie de processo inflamatório que atrapalha muito a transmissão de informações entre o cérebro e as demais partes do corpo. Dentre os principais fatores de risco da neuropatia diabética podemos citar:

  • O próprio diabetes e seus níveis descontrolados de glicose;
  • Abuso de álcool, tabagismo e consumo de drogas ilícitas;
  • História familiar de neuropatia diabética;
  • Portadores de doenças autoimunes.

 

Conheça melhor os diferentes tipos de neuropatia diabética

Agora que você já sabe um pouco mais sobre esse problema, veja só quais são os 4 tipos dessa doença e conheça melhor as características de cada um desses tipos.

 

Periférica

Esse tipo de neuropatia é bastante comum e, infelizmente, afeta milhares de brasileiros diabéticos. Conforme o seu próprio nome, ela afeta as áreas periféricas (ou extremas) do corpo do indivíduo, tais como:

  • Pés;
  • Pernas;
  • Mãos;
  • Braços.

 

Na neuropatia periférica é comum sentir dores, cãibras, queimação e dormência nessas regiões do corpo. Além disso, notamos que pacientes dessa enfermidade também costumam apresentar outros sintomas, são eles:

  • Dores intensas e deformidades nas extremidades do corpo;
  • Fraqueza nos membros;
  • Dificuldade em notar mudanças de temperatura.

 

Esse tipo de neuropatia é também uma das responsáveis pelo surgimento de outro problema, o pé diabético. Assim, logo que surgem os sintomas supracitados é essencial buscar um auxílio médico.

 

Proximal ou amiotrofia diabética

De antemão, saiba que esse tipo de neuropatia costuma ser mais comum em idosos. Mas ainda assim, exige atenção de qualquer pessoa que seja portadora de diabetes.

 

Diferentemente do nosso primeiro exemplo, na neuropatia proximal o(a) paciente possui os sintomas que citamos acima em outras áreas do corpo, a saber:

  • Quadris;
  • Nádegas;
  • Coxas (podendo atingir as pernas por inteiro).

 

Antes que nos esqueçamos, esse problema também pode ser nomeado como neuropatia femoral.

 

Os principais sintomas desse tipo de neuropatia são:

  • Dores fortes e repentinas nas coxas, nádegas ou quadris;
  • Dificuldade de locomoção e de se levantar;
  • Caso o abdômen seja afetado, notamos inchaço na região;
  • Perda repentina de peso.

 

Autonômica

Um dos tipos de neuropatia diabética mais agressivos é a neuropatia autonômica. Nessa enfermidade, os nervos que mandam informações para os órgãos essenciais do corpo são comprometidos.

 

Assim, temos nervos do sistema nervoso autônomo totalmente fragilizados e até mesmo danificados devido aos altos níveis de açúcar no sangue. Veja alguns órgãos que podem ter as suas funções comprometidas devido ao problema:

  • Olhos;
  • Órgãos sexuais;
  • Coração;
  • Pulmões;
  • Bexiga;
  • Intestinos (grosso e delgado);
  • Estômago.

 

Conforme você viu, essa neuropatia pode atingir muitos órgãos do corpo, desse modo, os sintomas são muito incômodos e sérios, são eles:

  • Problemas sexuais como secura vaginal e disfunção erétil;
  • Diarreia ou prisão de ventre;
  • Incontinência urinária;
  • Quedas e/ou aumentos repentinos de pressão;
  • Infecções urinárias cada vez mais frequentes;
  • Dentre outros sintomas como perda de apetite e dificuldade para engolir.

 

Focal

Por fim, temos a neuropatia focal ou mononeuropatia. Conforme seu nome sugere, essa neuropatia atinge apenas uma parte do corpo do(a) paciente. Dessa forma, ela afeta normalmente uma parte da face, da perna ou de um lado do tronco.

 

Ela ocorre quando apenas um nervo é afetado, e seus sintomas se relacionam à área correspondente àquele nervo. Não é o tipo mais comum no diabetes.

 

Os sintomas mais comuns do problema são os seguintes:

  • Paralisia facial de um dos lados do rosto;
  • Dor em apenas uma região do membro, coxa ou braço;
  • Dores em uma das pernas e/ou no pé;
  • Impedimento para ver bem. Assim, fica difícil focar as vistas em algo e isso, se não tratado, pode se desenvolver para uma cegueira definitiva.

 

Possíveis fatores de risco a esse problema

Um dos principais fatores de risco para essa doença são, conforme citamos anteriormente, os altos níveis de açúcar no sangue. Aliás, vale a pena salientar que além dessa doença, o açúcar descontrolado pode gerar outras inúmeras enfermidades como doenças cardíacas, lesões vasculares como obstruções  e problemas renais.

 

Além disso, a neuropatia diabética também possui outros fatores de risco, que são os seguintes:

  • Tabagismo: fumar atrapalha muito a circulação sanguínea e isso é, sem dúvidas, um facilitador para o surgimento desse problema;
  • Lesões renais ou doenças nos rins: os nervos também podem ser danificados devido ao alto índice de toxinas no sangue. Ou seja, o mal funcionamento desses órgãos pode gerar um efeito dominó no organismo e contribuir para o agravamento de muitas doenças, como a neuropatia diabética. ;
  • Por último, precisamos ressaltar que pacientes portadores de diabetes por mais de 25 anos fazem parte do principal grupo de risco ao desenvolvimento desse problema. Nesse sentido, sempre recomendamos aos nossos pacientes que façam check-ups regularmente e controle ao máximo as altas taxas de açúcar no sangue.

 

Diagnóstico do problema

Antes de mais nada, se você tem diabetes precisa buscar a ajuda de um especialista para controle adequado dos seus níveis de glicose. Caso sinta um ou mais dos sintomas abaixo, procure um médico com urgência:

  • Tontura, náuseas e vômitos repentinos;
  • Mudanças e piora nas atividades sexuais;
  • Problemas urinários;
  • Feridas nos pés que nunca cicatrizam;
  • Dores e queimação nas extremidades do corpo (mãos e pés), bem como, formigamento nessas áreas;
  • Mudanças no trato digestivo.

 

Após relatar para o seu médico os sintomas que você tem notado, é hora de ele fazer o seu diagnóstico. Para isso, será realizado um exame físico, alguns exames laboratoriais e será avaliado o seu histórico médico. Dentre os principais exames para compreender o seu caso, normalmente os mais comuns são:

  • Dosagem de glicose;
  • ENMG (Eletroneuromiografia);
  • Registro da velocidade de condução nervosa;
  • Avaliação da função renal e hepática.

 

Tratamento da neuropatia diabética. Como é realizado?

Após realizar o diagnóstico da doença, é hora de iniciar o tratamento do problema. Atualmente, os principais tratamentos para a neuropatia diabética são:

  • Medicamentosque atuam no funcionamento dos nervos como amitriptilina, duloxetina
  • Recursos terapêuticos alternativos como fisioterapia, pilates, biofeedback e acupuntura;
  • Anticonvulsivantes como gabapentina que estabilizam a função dos nervos.
  • Para alívio da dor, receitamos medicamentos como dipirona, tramal, géis com anestésicos
  • Já para solucionar os problemas sexuais que podem ocorrer devido a doença, indicamos para homens remédios que auxiliam e melhoram a circulação sanguínea. Já para as mulheres, recomendamos medicamentos que melhoram o ressecamento vaginal, como lubrificantes específicos.

 

Sou diabético(a). Como posso prevenir essa doença?

Se você é diabético(a) saiba que precisa se cuidar muito bem para evitar a neuropatia diabética. Com o intuito de te ajudar a combater esse problema, vamos deixar logo abaixo algumas dicas simples sobre as melhores ações que evitam a doença. Confira!

  • Evite descontrolar os níveis de açúcar no seu sangue. Portanto, siga a dieta e a prescrição  de seu médico à risca;
  • Fique de olho nos seus pés e mãos. Caso note feridas que nunca cicatrizam, dores, formigamentos e qualquer sinal anormal nessas partes do corpo, procure um médico o quanto antes;
  • Se você fuma, abandone o vício agora mesmo. Afinal, o tabagismo é um grande facilitador para o surgimento dessa doença;
  • Por último, cuide da sua pressão arterial e mantenha uma vida saudável. Nesse sentido, pratique atividades físicas regularmente e tenha uma alimentação balanceada.

 

Agora você já sabe tudo sobre a neuropatia diabética. Para ter sempre acesso a essas informações e dicas sobre essa doença, salve esse post na sua barra de favoritos!

 

Dr. Luiz Gustavo

Anestesiologista e Médico da Dor;
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
Residência médica em anestesiologia pelo Hospital Felício Rocho;
Médico Anestesiologista pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia;
Pós-graduado em Cuidados ao Paciente com Dor pelo Hospital Sírio-Libanês (São Paulo);
Médico da Dor pela AMB;
Aperfeiçoamento em Anestesia para Transplante Hepático no Hospital Paul Brousse em Villejuif (Paris) França;
Anestesista Hospital das Clínicas da UFMG;
Anestesista do Grupo de Transplantes do Hospital das Clínicas da UFMG;
Preceptor da residência médica em anestesiologia HC-UFMG.

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