O que é medicina da dor? Conheça mais sobre essa especialidade

A dor sempre foi vista como alerta de que alguma coisa não está bem no corpo. Porém, é mais do que isso. Você sabe o que é medicina da dor? Conheça agora.

Bem sabemos que muitas pessoas passam boa parte da vida sofrendo incansavelmente com as dores crônicas, acreditando não ter solução e aceitando viver com elas.

Muitas pessoas ainda passam por diversos procedimentos, até mesmo alguns bastante invasivos, como as cirurgias, e simplesmente não resolvem o problema como um todo.

A medicina da dor pode ser a solução para quem busca alívio para esse sintoma tão desagradável e propõe novas alternativas de tratamento. Vamos então conhecer mais sobre essa especialidade e saber detalhes sobre tudo que a envolve.

 

O que é medicina da dor?

A medicina da dor é uma especialidade médica consideravelmente nova, que tem como foco o tratamento de dores crônicas em pacientes que sofrem sem solução.

Há algum tempo, a dor era vista apenas como um sintoma de alarme, que não tinha por si só uma importância. Nada além de ser encarada como um “grito” do corpo para apontar algum problema.

Não se via, portanto, uma necessidade de tratar a dor como um problema por si só.

Hoje, sabemos que a dor em si pode ser uma doença pura, e a medicina da dor atua como um auxílio muito bem vindo para identificar a raiz do problema. 

Além disso, ela atua de forma pouco invasiva para resolvê-lo.

Para que serve a medicina da dor?

Como dissemos, a medicina da dor como especialidade médica, serve justamente para avaliar e tratar, de forma adequada e sem cirurgias, as dores crônicas.

O controle da dor por meio das técnicas disponibilizadas atualmente, permite reduzir  dores relacionadas com diversos problemas, como doenças nas juntas, dores de hérnias em geral, sequelas de amputação, dores de cabeça crônicas, entre diversas outras.

Geralmente, o tratamento feito por um médico da dor proporciona alívio imediato para o paciente que se submete a ele, e também trabalha de forma conjunta com outras especialidades médicas, para garantir resultados plenos e duradouros.

Essa forma conjunta de se tratar a dor, consiste em obter apoio de médicos de outras especialidades, como por exemplo o psicólogo. Fazendo assim, com que o tratamento ajude o paciente a melhorar sua qualidade de vida como um todo.

O que é a dor crônica?

A dor crônica é aquela que persiste por meses e até mesmo anos, e pode estar ligada com doenças crônicas, como por exemplo a artrite, com lesões ou mesmo com outros tipos de doença.

Diferente da dor que aparece de repente e geralmente é aguda, que na maioria das vezes aparece quando há algum trauma recente, as dores crônicas não somem facilmente após o problema ser resolvido.

Essa dor minimiza a qualidade de vida do paciente e o impede de realizar ações do dia a dia, portanto, necessita de tratamento especializado.

Quando considerar consultar um médico da dor?

Pessoas que já passaram por outros tipos de tratamento, sem obter bons resultados, e já se submeteram a cirurgias invasivas e outros métodos, podem marcar uma consulta com o médico da dor.

Que tipos de problema a medicina da dor pode auxiliar a resolver?

A medicina da dor tem como foco principal, quando possível, resolver de vez o problema que causa a dor e auxiliar o paciente a recuperar de forma gradual sua vida normal.

Além disso, a medicina da dor pode auxiliar a minimizar dores crônicas das já citadas doenças, como artrite e artrose e dores de hérnias diversas, bem como as de fraturas de ossos ocasionadas por osteoporose, além de outros tipos.

Medicina da dor x outras especialidades

Na maioria das vezes, nos casos de dores crônicas, o médico escolhido é o ortopedista ou mesmo o reumatologista, que não serão, necessariamente, especialistas em dor. 

Isso, claro, irá depender da especialidade e do tipo de dor que o paciente sente.

Porém, a relativamente nova especialidade de medicina da dor, trabalha de forma mais concisa no tratamento e solução dos problemas relacionados com essas dores crônicas, sendo, portanto, a especialidade ideal para ajudar o paciente a tratar o problema.

Sendo assim, ocorre um tratamento mais tranquilo para a dor crônica, menos invasivo e direto ao ponto, sendo muito mais interessante para quem sofre desse problema.

Escolhendo um médico

Caso você pense em marcar uma consulta com um médico especialista em dor, é muito importante verificar, num primeiro momento, se ele tem inscrição no Conselho Regional de Medicina.

Após isso, verifique então se o profissional escolhido é médico da dor especializado. É preciso ter certificado para atuar nessa área.

Uma boa dica, é procurar mais informações a respeito no próprio site da Associação Médica Brasileira (AMB). Esse órgão tem o registro dos médicos especialistas no território nacional

A nível mundial, a organização superior sobre o assunto é a chamada WIP (World Institute of Pain) ou Instituto Mundial da Dor.

Preço

Valores de consulta e procedimentos somente podem ser orçados a partir de uma consulta, e claro, de acordo com o seu caso e que tipo de rota de tratamento precisará seguir.

Como todos esses fatores são variáveis, buscar valores de tratamento e consulta sem passar pelo próprio médico da dor responsável, não é possível.

Além disso, por ser um tratamento que pode envolver outras especialidades médicas, os preços irão variar conforme esse ponto também.

Marque sua consulta e converse com seu médico especialista da dor a respeito desse assunto.

O que esperar da medicina da dor enquanto tratamento?

O esperado de um tratamento intervencionista da dor, é que o sintoma desagradável, conhecido como dor crônica, seja tratado de forma adequada e desapareça.

Para isso, como já foi dito, se faz necessário acompanhamento também com outros profissionais da área da saúde, complementando o tratamento.

Tratamento intervencionista da dor, o que é e como funciona?

O tratamento intervencionista da dor é um conjunto de procedimentos pouco invasivos feitos pelo médico especialista em dor.

Ele existe com o objetivo de diminuir a dor crônica no paciente, por meio de técnicas pouco invasivas, utilizando ferramentas específicas. Ou seja, sem cirurgias abertas e afins.

Para realizar o tratamento intervencionista, o paciente geralmente recebe uma sedação – a anestesia geral é raramente necessária – e são utilizadas agulhas guiadas pelo médico.

Ele visualiza, portanto, o caminho percorrido por essas agulhas, por meio de raio-x, ultrassom ou outros aparelhos adequados.

Alguns dos equipamentos usados no procedimento são os seguintes:

• Bomba de morfina
• Neuromodulador
• Agulha de bloqueio
• Agulha de radiofrequência

O procedimento não é demorado e atua bloqueando a fonte de dor no paciente. 

Pode ser preciso repetir o procedimento, caso a dor não cesse ou volte, para que o bloqueio seja feito no novo local de irradiação da dor.

Assim, pode ser refeito até que se ache a raiz do problema.

Como é a recuperação após passar por esse tratamento?

A recuperação após passar por um tratamento intervencionista da dor é muito tranquila. Não há necessidade de ficar internado, até porque os procedimentos acontecem por meio de sedação e não de anestesia geral.

O paciente é liberado para voltar para casa no mesmo dia do procedimento. 

Converse com seu médico especialista da dor a respeito de recomendações e indicações de cuidado para os primeiros dias após o tratamento.

O que se espera dos resultados?

É esperado que haja o bloqueio efetivo da dor e, em alguns casos, o tratamento do problema que causa aquele incômodo.

Além disso, é esperado que o fim da dor crônica ocorra após a intervenção. Isso não dispensa, claro, o acompanhamento por fisioterapeuta ou outros especialistas, caso for necessário.

O procedimento é doloroso?

Não. O procedimento intervencionista da dor é minimamente invasivo, e é feito com o paciente anestesiado localmente.

Sendo assim, você pode ficar tranquilo. O tratamento, além de ser indolor, é bastante seguro. 

Mas isso, desde que seja realizado por um profissional especializado.

Além de tudo, ainda irá ajudar você a acabar com esse problema tão desagradável.

Perguntas e respostas

Acreditamos que agora você saiba mais sobre o que é medicina da dor, para que serve e como ela pode te ajudar a vencer esse problema tão desagradável que é a dor crônica.

Mesmo assim, separamos aqui algumas dúvidas que podem ser persistentes. Confira.

Como a medicina da dor pode identificar o meu problema?

O médico da dor é um profissional especializado nessa área, que tem certificação para atuar especialmente com o tratamento dessas dores crônicas. 

Além disso, ele faz uma recapitulação do seu histórico de saúde e conta com a ajuda de exames que possam retratar melhor o seu problema.

Tudo isso é feito com base em um estudo cuidadoso e detalhado do seu caso.

Daí se parte para que se possa efetuar um tratamento com altas chances de sanar o problema.

Por que é importante fazer um acompanhamento conjunto com outros especialistas?

Cada caso é diferente. Justamente por isso, o médico especialista em medicina da dor irá contar com a ajuda necessária de outros profissionais capacitados.

Assim, será melhor para ajudar você a superar o problema de forma completa.

Tratamento psicológico pode ser necessário em alguns casos, bem como por vezes pode ser preciso recorrer também a um nutricionista, farmacêutico, dentre outros.

Esse conjunto de profissionais atuando no seu caso, é o que garante o verdadeiro sucesso do seu tratamento.

Agora que você realmente está por dentro do que é medicina da dor, marque então sua consulta e faça sua avaliação. A medicina da dor pode fazer muito por você.

 

Dr. Luiz Gustavo

Médico formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); também possui residência médica em anestesiologia pelo Hospital Felício Rocho. Além disso é reconhecido médico anestesiologista pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia; Pós-graduado em Cuidados ao Paciente com Dor pelo Hospital Sírio-Libanês (São Paulo); Médico da Dor pela AMB; Possui aperfeiçoamento em Anestesia para Transplante Hepático no Hospital Paul Brousse em Villejuif (Paris) França; Anestesista Hospital das Clínicas da UFMG; Anestesista do Grupo de Transplantes do Hospital das Clínicas da UFMG e Preceptor da residência médica em anestesiologia HC-UFMG.